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Biden faz alertas a Putin sobre tensão com Ucrânia

Biden faz alertas a Putin sobre tensão com Ucrânia
Conversa virtual entre os presidentes dos EUA e da Rússia durou cerca de duas horas | Crédito: Sputnik/Sergey Guneev/Pool via Reuters

Washington, Kiev e Paris – O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, tiveram nessa terça-feira uma conversa virtual de duas horas sobre a Ucrânia e outras disputas em meio aos temores ocidentais de que a Rússia esteja prestes a invadir sua vizinha do sul.

Imagens da televisão russa mostraram Biden e Putin se cumprimentando amistosamente no início do que se esperava ser uma conversa tensa. Biden disse a Putin que espera que o próximo encontro dos dois seja em pessoa. A Casa Branca emitiu um comunicado dizendo que a conversa havia começado, mas não exibiu nenhuma imagem da protegida “Sala de Situação”, onde estava Biden.

Os dois presidentes conversaram durante duas horas e um minuto, de acordo com a Casa Branca. O Kremlin disse esperar que os dois líderes consigam realizar uma cúpula presencial para debater o que descreve como o estado lamentável das relações EUA-Rússia, que estão em seu pior momento desde o fim da Guerra Fria.

Antes da videoconferência, autoridades norte-americanas disseram que Biden diria a Putin que a Rússia e seus bancos poderiam ser atingidos pelas piores sanções econômicas até hoje se invadir a Ucrânia.

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Elas disseram que as sanções – que uma fonte disse poderem visar os maiores bancos da Rússia e sua capacidade de converter rublos em dólares e outras moedas – foram concebidas para dissuadir Putin de usar os milhares de soldados reunidos perto da fronteira com a Ucrânia para atacar.

O Kremlin, que antes da reunião de ontem disse não esperar nenhum avanço, afirmou que não tem intenções de atacar a Ucrânia e que o posicionamento dos soldados é puramente defensivo.

Mas o governo russo expressa uma contrariedade crescente com a ajuda militar ocidental à Ucrânia, uma ex-República soviética que se inclina para o Ocidente desde que uma revolta popular derrubou um presidente pró-Rússia em 2014, e o que classifica como uma ampliação sorrateira da aliança militar Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Por sua vez, a Rússia expressa dúvidas sobre as intenções ucranianas e diz querer garantias de que a Ucrânia não usará a força para tentar retomar território perdido para separatistas apoiados pela Rússia, algo que o governo ucraniano descarta.

“Estamos buscando relações boas, previsíveis com os Estados Unidos. A Rússia nunca pretendeu atacar ninguém, mas temos nossas preocupações e temos nossas linhas vermelhas”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

Pedindo que todos mantenham a “cabeça fria”, Peskov disse que é vital que Putin e Biden se falem, dado o que ele qualificou como uma escalada extraordinária de tensões na Europa.

Agradecimento – A Ucrânia agradeceu o apoio do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e insta a Rússia a usar meios diplomáticos para aliviar as tensões regionais, disse  um assessor do chefe de gabinete do presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy.

Nas primeiras observações oficiais de uma autoridade do governo ucraniano depois que Biden falou com o presidente russo, Vladimir Putin, o assessor Mykhailo Podolyak disse que a videoconferência entre Biden e Putin não tinha produzido “comoção”.

“Somos gratos ao presidente Biden por seu apoio inabalável à soberania e à integridade territorial da Ucrânia”, disse ele em um comunicado. “Apoiamos o apelo do presidente Biden ao líder russo para que retorne aos instrumentos diplomáticos e garanta a desescalada em nossa região. Continuaremos a coordenar com o lado americano para alcançar resultados concretos no interesse da Ucrânia.

Vigilantes – A França e seus aliados ocidentais Itália, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos permanecerão “vigilantes” sobre as potenciais “iniciativas agressivas” da Rússia em relação à Ucrânia, disse o gabinete presidencial francês ontem.

“Os cinco líderes reafirmaram sua determinação de trabalhar juntos para garantir a soberania da Ucrânia e assegurar sua estabilidade e segurança”, disse o gabinete após telefonema do presidente francês, Emmanuel Macron, com seus homólogos do chamado grupo “Qint”. “Nesse sentido, eles permanecem vigilantes sobre iniciativas agressivas que podem ser tomadas pela Rússia em relação à Ucrânia”.

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