Internacional

Cientistas revisam projeções para próximo ano

Cientistas revisam projeções para próximo ano
Crédito: Dado Ruvic/Reuters

Chicago – Agora que a variante Ômicron ganha ímpeto na Europa e nos Estados Unidos, cientistas estão revendo suas expectativas para a pandemia de Covid-19 no ano que vem.

Poucas semanas atrás, especialistas em doenças estavam prevendo que os países começariam a sair da pandemia em 2022 depois de sofrerem com uma série de disparadas causadas pelas variantes Alpha, Beta, Gamma e Delta.

Acreditava-se que a Covid recuaria para a condição de doença endêmica, havendo esperança de surtos periódicos ou sazonais menos graves. As vacinas, disponíveis durante a maior parte de 2021 somente em países ricos, poderiam chegar à maioria da população mundial até o final do ano que se aproxima.

Mas a disseminação rápida da Ômicron, que foi identificada no final de novembro e tem muitas mutações em relação à primeira versão detectada do coronavírus, e sua capacidade aparente de reinfectar pessoas com um índice mais alto do que suas antecessoras estão minando esta esperança.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


Países já estão reativando medidas usadas mais cedo na pandemia, como restringir viagens, reimpor exigências de máscaras e desaconselhar aglomerações nas festas de final de ano do inverno setentrional. Embora não se tenha voltado à estaca zero, uma parte muito maior do mundo precisará se vacinar ou ser exposta à Covid para deixar para trás o pior da pandemia, disseram especialistas em doenças à Reuters.

“As pessoas estão cansadas da pandemia, e Deus sabe que estou também, mas, a menos que tenhamos alguma urgência em induzir nossos líderes a agirem, vejo 2022 sendo muito do mesmo do que vimos em 2021”, disse a doutora Angela Rasmussen, virologista da Organização de Vacinas e Doenças Infecciosas da Universidade de Saskatchewan, no Canadá.

Mesmo depois que a Covid se tornar uma doença mais endêmica, novas variantes desencadearão surtos e disparadas sazonais durante anos.

“Sempre haverá um número padrão de casos, hospitalizações e mortes de Covid”, disse o doutor Amesh Adalja, especialista em doenças infecciosas do Centro de Segurança da Saúde Johns Hopkins. “Muitas pessoas ainda não aceitaram isso”.

A esperança é que o vírus perca força a ponto de não causar mais transtornos, mas conviver com a Covid-19 não significa que o vírus não é mais uma ameaça.

Reinfecção – O risco de reinfecção com a variante Ômicron do coronavírus é mais de cinco vezes maior e ela não dá sinais de ser mais amena do que a Delta, mostrou um estudo do Imperial College de Londres enquanto os casos disparam em toda a Europa e ameaçam as festividades do final de ano.

Os resultados se basearam em dados da Agência de Segurança da Saúde e do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido a respeito de pessoas que tiveram diagnósticos positivos de Covid-19 em um exame de PCR na Inglaterra entre 29 de novembro e 11 de dezembro.

“Não encontramos indícios (nem de risco de internação hospitalar nem de situação sintomática) de Ômicron com gravidade diferente daquela da Delta”, disse o estudo, mas ressaltando que os dados sobre hospitalizações continuam muito limitados.

“Monitorando situação vacinal, idade, sexo, etnia, situação assintomática, região e data da amostra, a Ômicron foi associada a um risco 5,4 vezes maior de reinfecção quando comparada à Delta”, acrescentou o estudo de 16 de dezembro.

“Isto sugere que a proteção contra reinfecção da Ômicron proporcionada por uma infecção anterior pode ser de somente 19%”, detalhou o Imperial College em um comunicado, ressaltando que o estudo ainda não foi analisado pela comunidade científica.

O estudo britânico anterior conhecido como Siren, que analisou o risco de reinfecção de profissionais de saúde e foi realizado antes do surgimento da Ômicron, descobriu que uma primeira infecção de coronavírus proporciona 85% de proteção contra uma segunda nos seis meses seguintes.

Os dados analisados pelo Imperial College se basearam em 333 mil casos, incluindo 122.062 de Delta e 1.846 que foram confirmados como de Ômicron por meio de sequenciamento genômico.

As novas descobertas podem acelerar a imposição de restrições mais rigorosas em vários países europeus na tentativa de conter a disseminação da nova variante.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas