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FMI recomenda aos EUA foco em riscos de inflação

FMI recomenda aos EUA foco em riscos de inflação
Crédito: AP Photo/Jose Luis Magana

Washington – O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou, na sexta-feira (3), sobre a intensificação de pressões inflacionárias, especialmente nos Estados Unidos, e também novas incertezas causadas pela variante Ômicron do coronavírus, afirmando que o banco central norte-americano deveria focar mais os riscos de inflação.

Em texto publicado num blog nessa sexta-feira, a economista-chefe do FMI, Gita Gopinath, e Tobias Adrian, chefe da divisão de mercados monetários e de capitais do Fundo, alertam que o ressurgimento da pandemia e a variante Ômicron aumentaram com força a incerteza em torno das perspectivas econômicas globais.

Mas eles disseram que a força da recuperação e a magnitude das pressões inflacionárias variam muito entre os países, e que as respostas podem ser calibradas para as circunstâncias únicas de economias individuais.

Nos EUA, onde os preços ao consumidor atingiram máxima de 31 anos em outubro, há bases, segundo eles, para que a política monetária coloque maior peso sobre os riscos de inflação em comparação com outras economias avançadas, incluindo a zona do euro.

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“Seria apropriado para o Federal Reserve acelerar a redução das compras de ativos e antecipar a trajetória de altas dos juros”, escreveram eles, ecoando comentários feitos nesta semana pelo chair do Fed, Jerome Powell.

Ao longo do tempo, escreveram, outros países podem precisar apertar a política monetária mais cedo que o esperado se as pressões inflacionárias se tornarem mais generalizadas.

Eles pediram que as autoridades permaneçam ágeis, focadas em dados e comuniquem cuidadosamente suas ações de política monetária “para não provocar pânico no mercado que teria efeitos prejudiciais”, especialmente a economias emergentes e em desenvolvimento.

Criação de vagas –  A criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos aumentou bem menos do que o esperado em novembro, provavelmente porque milhões de norte-americanos sem emprego permaneceram em casa, apesar do aumento dos salários pelas empresas, vencimento dos benefícios a desempregados e reabertura total de escolas.

Foram criados 210 mil postos de trabalho fora do setor agrícola no mês passado, informou o Departamento do Trabalho em seu relatório de empregos nesta sexta-feira. Economistas consultados pela Reuters esperavam abertura de 550 mil vagas. As estimativas variaram de 306 mil a 800 mil postos de trabalho.

Novembro foi o segundo mês completo de contratações após o encerramento, no começo de setembro, dos benefícios a desempregados financiados pelo governo norte-americano. Os dados de outubro foram revisados para cima para mostrar abertura de 546 mil vagas, em vez das 531 mil relatadas anteriormente.

A taxa de desemprego caiu para 4,2%, o menor patamar desde fevereiro de 2020, ante 4,6% em outubro. Os salários aumentaram ainda mais. O relatório vem dias após o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, dizer a parlamentares que o banco central dos EUA deve considerar acelerar a redução de suas compras massivas de títulos em sua reunião de política monetária, que acontece em 14 e 15 de dezembro.

Os ganhos modestos de emprego podem diminuir as expectativas de que a economia dos EUA está em posição de um crescimento mais forte neste trimestre, após desacelerar no terceiro. Os gastos do consumidor e a atividade manufatureira têm sido fortes, mas a variante Ômicron da Covid-19 representa um risco ao cenário otimista.

Embora pouco se saiba sobre a Ômicron, é provável que haja alguma desaceleração nas contratações e na demanda por serviços, com base na experiência com a variante Delta, que foi responsável pelo ritmo de crescimento econômico mais lento em mais de um ano no último trimestre.

Havia 10,4 milhões de vagas abertas ao final de setembro. Milhões de norte-americanos que perderam seus empregos durante a recessão da pandemia continuam fora da força de trabalho.

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