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Governo Trump avalia fechar missões diplomáticas em Belo Horizonte e outras cidades pelo mundo

Trump quer garantir que o governo esteja totalmente alinhado com sua agenda 'America First'
Governo Trump avalia fechar missões diplomáticas em Belo Horizonte e outras cidades pelo mundo
Escritório da Embaixada dos EUA em Belo Horizonte | Reprodução/ Google Street View

O Departamento de Estado dos Estados Unidos está se preparando para fechar, nos próximos meses, quase uma dúzia de representações diplomáticas pelo mundo, incluindo em Belo Horizonte, e está procurando reduzir sua força de trabalho globalmente. As informações foram dadas por autoridades norte-americanas nessa quinta-feira (6).

O Departamento de Estado também está estudando a possibilidade de fundir vários de seus escritórios especializados em sua sede em Washington, que trabalham em áreas como direitos humanos, refugiados, justiça criminal global, questões femininas e esforços para combater o tráfico humano.

A Reuters noticiou no mês passado que as missões dos EUA em todo o mundo foram solicitadas a analisar a possibilidade de reduzir em pelo menos 10% o número de funcionários norte-americanos e locais, à medida que Trump e o bilionário Elon Musk lançam um esforço de corte de custos sem precedentes em toda a força de trabalho federal dos EUA.

Trump quer garantir que o governo esteja totalmente alinhado com sua agenda “America First“. No mês passado, ele emitiu uma decreto para reformular o serviço de relações exteriores dos EUA a fim de garantir a implementação “fiel e eficaz” de sua agenda de política externa.

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Durante sua campanha eleitoral, ele prometeu repetidamente “limpar o Estado profundo”, demitindo burocratas que ele considerasse desleais.

Críticos dizem que os possíveis cortes na presença diplomática dos EUA, juntamente com o desmantelamento da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), que forneceu bilhões de dólares em ajuda globalmente, correm o risco de minar a liderança norte-americana e deixar um vácuo perigoso para adversários como a China e a Rússia preencherem.

Trump e Musk afirmam que o governo dos EUA é grande demais e que a ajuda internacional financiada pelo contribuinte norte-americano tem sido gasta de forma esbanjadora e fraudulenta.

Leipzig, Hamburgo e Dusseldorf, na Alemanha; Bordeaux, Rennes, Lyon e Estrasburgo, na França; e Florença, na Itália; estão entre uma lista de consulados que o Departamento de Estado está considerando fechar, disseram três autoridades, acrescentando que isso ainda pode mudar, já que alguns funcionários estão defendendo que os locais permaneçam abertos.

Os consulados dos EUA em Belo Horizonte e em Ponta Delgada, em Portugal, também estão na lista, disseram as autoridades.

“O Departamento de Estado continua a avaliar nossa postura global para garantir que estejamos melhor posicionados para enfrentar os desafios modernos em nome do povo norte-americano”, disse um porta-voz do Departamento de Estado.

‘Cortes arbitrários’

As autoridades disseram que o departamento notificou o Congresso na segunda-feira (3) que planeja fechar sua filial na cidade de Gaziantep, no sudeste da Turquia, um local a partir do qual Washington tem apoiado o trabalho humanitário no norte da Síria.

“Algumas dessas filiais são tão pequenas que a economia resultante do corte é bastante insignificante”, disse uma autoridade dos EUA. “Isso se encaixa no tema dos cortes performáticos e arbitrários do governo, sem qualquer método ou estratégia.”

Em Washington, dezenas de prestadores de serviços dos escritórios de Democracia, Direitos Humanos e Trabalho do departamento foram demitidos nas últimas semanas. O escritório do departamento que supervisiona o reassentamento de afegãos nos Estados Unidos foi instruído a desenvolver planos para fechar até abril.

Dezenas de trabalhadores desse escritório estavam sendo demitidos.

Os diplomatas que trabalham com assuntos asiáticos foram solicitados a enviar uma breve avaliação para justificar a continuação das missões dos EUA na região. Um e-mail interno do Departamento de Estado no início de fevereiro solicitou aos funcionários que fizessem um breve resumo abordando a importância diplomática da missão e sua relevância para a agenda “America First“, de acordo com o e-mail visto pela Reuters.

O departamento opera em mais de 270 missões diplomáticas em todo o mundo, com uma força de trabalho total de quase 70.000 pessoas, de acordo com seu site. Cerca de 45.000 são funcionários empregados localmente, 13.000 são membros do serviço estrangeiro e 11.000 são funcionários do serviço público.

Após o congelamento de quase toda a ajuda externa dos EUA por Trump, milhares de funcionários e prestadores de serviços da Usaid foram demitidos ou colocados em licença, e bilhões de dólares em ajuda humanitária para salvar vidas foram cortados.

Reportagem distribuída pela Reuters

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