IEA cobra ação da Opep+ sobre preços

Londres e Moscou – O chefe da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), Fatih Birol, disse ontem que os mercados de petróleo estão sofrendo com uma lacuna artificial na oferta e que espera que os países produtores da Opep+ façam mais para reduzir os preços em uma próxima reunião.
“(O) fator que gostaria de sublinhar que causou estes preços elevados é a posição de alguns dos principais fornecedores de petróleo e gás; e alguns dos países não assumiram, a nosso ver, uma posição útil nesse contexto”, disse Fatih Birol, em uma apresentação online.
“Algumas das principais tensões nos mercados de hoje podem ser consideradas um aperto artificial… porque nos mercados de petróleo hoje vemos cerca de 6 milhões de barris por dia em capacidade de produção sobressalente que estão com os principais produtores, países da Opep+”, acrescentou o chefe da IEA.
A Opep+, formada pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo, a Rússia e seus aliados, ignorou os apelos dos Estados Unidos e de alguns outros consumidores para bombear mais.
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Birol disse esperar que, quando o clube de produtores se reunir em 2 de dezembro para discutir a política, “tome as medidas necessárias para aliviar os mercados globais de petróleo e ajudar a baixar os preços a níveis razoáveis”.
A Rússia pode “facilmente” aumentar suas exportações de gás para a Europa em cerca de 15% para diminuir um aperto no fornecimento e nos preços, acrescentou Birol.
Aumentos graduais – A Opep+ não está discutindo atualmente uma pausa nos aumentos da produção de petróleo, apesar da liberação de estoques pelos Estados Unidos e outros países, disseram três fontes da organização à Reuters.
Os Estados Unidos e várias outras nações concordaram em liberar estoques depois de não conseguirem convencer a Opep a bombear mais petróleo, já que os preços da gasolina nos EUA avançaram, aumentando as pressões sobre o presidente Joe Biden em meio à alta inflação e baixos índices de aprovação.
A Opep argumentou que o mundo em breve enfrentará um novo excesso, apesar de os preços do petróleo subirem em direção ao seu pico desde 2014, acima de US$ 85 por barril.
O grupo vem adicionando 400 mil barris por dia ao seu fornecimento todos os meses para atenuar cortes recordes de produção desde o ano passado.
Alguns analistas de mercado sugeriram que a Opep poderia fazer uma pausa com aumentos de produção após a liberação de estoques por grandes consumidores.
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