Nações da UE querem mudanças nas regras do mercado de energia

Bruxelas – Alguns países da União Europeia, incluindo França e Espanha, intensificaram os apelos por reformas nas regras do mercado de energia do bloco de forma a lidar com os preços altos, postura contestada por um grupo rival de Estados, incluindo a Alemanha, durante encontro de ministros de Energia da UE ontem.
Os preços da energia na Europa atingiram máximas recordes no outono (no Hemisfério Norte), já que a oferta restrita de gás colidiu com a forte demanda nas economias em recuperação da pandemia de Covid-19. Embora os preços do gás tenham recuado em relação às máximas recordes de outubro, eles permanecem relativamente altos.
Os Estados membros da UE têm mostrado dificuldades para encontrar uma resposta conjunta aos altos preços, apesar de líderes e ministros terem realizado várias reuniões de emergência nos últimos meses para debater o assunto.
Alemanha, Dinamarca, Holanda e seis outros países publicaram uma declaração conjunta na quarta-feira (1) se opondo às reformas do mercado de energia da UE.
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Limites de preços ou mudança para um sistema diferente de definição de preços de energia nacionais podem desencorajar o comércio de eletricidade entre os países e minar os incentivos para adicionar energia renovável de baixo custo ao sistema, disseram os países.
Um segundo clube de países – Espanha, França, Itália, Grécia e Romênia – respondeu com uma declaração conjunta pedindo regras da UE para proteger os consumidores das oscilações nos preços da energia, por exemplo, exigindo que os fornecedores de energia ofereçam pelo menos um contrato baseado em suprimentos de energia comprados com um ano ou mais de antecedência.
Eles também pediram a compra conjunta de gás entre os países da UE para formar reservas estratégicas e uma investigação para identificar reformas no mercado de eletricidade do bloco.
“Achamos que isso exige uma reflexão profunda”, disse a ministra de Energia e Meio Ambiente da Espanha, Teresa Ribera, enquanto os ministros de Energia se reuniam para debater a resposta aos altos preços do gás e da eletricidade.
“Os preços da energia estão causando preocupação em todos os Estados membros, tanto para os atores de suas economias quanto para seus governos”.
Preços ao produtor – Ontem, dados da agência de estatísticas da União Europeia (Eurostat) mostraram que os preços ao produtor na zona do euro saltaram mais do que o esperado em outubro, devido principalmente ao aumento nos preços de energia, enquanto o desemprego diminuiu conforme a economia continua a se recuperar da pandemia.
A Eurostat, informou que os preços nos portões das fábricas dos 19 países que usam o euro subiram 5,4% em outubro sobre o mês anterior e 21,9% em relação ao mesmo mês de 2020.
Economistas consultados pela Reuters esperavam alta mensal de 3,5% e anual de 19,0%. Os preços de energia exerceram o maior peso, saltando 16,8% na base mensal e 62,5% na comparação anual.
Os preços ao produtor se traduzem em preços mais altos para os consumidores. Em novembro, a inflação ao consumidor atingiu 4,9%, maior nível em 25 anos desde que os dados começaram a ser compilados.
A Eurostat disse ainda que a taxa de desemprego da zona do euro continuou a cair, indo a 7,3% da força de trabalho em outubro, conforme esperado por economistas em pesquisa da Reuters e de 7,4% em setembro.
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