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OCDE prevê crescimento global de 5,6% neste ano

OCDE prevê crescimento global de 5,6% neste ano
Crédito: Charles Platiau/Reuters

Paris e São Paulo – O principal risco para as perspectivas econômicas globais é de que o atual salto da inflação mostre-se mais longo e seja mais forte do que o  esperado. O crescimento global deve atingir 5,6% neste ano antes de se moderar para 4,5% em 2022 e 3,2% em 2023, disse a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), ontem, em seu cenário econômico. Sobre o Brasil, a organização projeta expansão de 5,0%.

O dado mundial (5,6%)  sofreu pouca alteração em relação à estimativa anterior de 5,7% para 2021, enquanto a previsão para 2022 ficou inalterada. Foi a primeira vez que a OCDE divulgou projeções para 2023.

Com a economia global se recuperando com força, as empresas estão encontrando dificuldades para atender ao retorno da demanda dos clientes pós-pandemia, provocando alta da inflação em todo o mundo em meio a gargalos nas cadeias de oferta globais.

A  OCDE disse que o salto deve ser transitório e diminuir conforme a demanda e a produção voltarem ao normal.

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“O principal risco, no entanto, é de que a inflação continue a surpreender para cima, forçando os principais bancos centrais a apertarem a política monetária mais cedo e com mais força do que projetado”, disse a OCDE.

Desde que esse risco não se materialize, a inflação na OCDE como um todo deve chegar a um pico de cerca de 5% e recuar gradualmente a cerca de 3% até 2023, disse a organização sediada em Paris.

Diante desse cenário, o melhor que os bancos centrais podem fazer por enquanto é aguardar que as tensões de oferta diminuam e sinalizar que vão agir se necessário, disse a OCDE. Para os Estados Unidos, a OCDE projetou crescimento econômico de 5,6% este ano, 3,7% em 2022 e 2,4% em 2023, contra projeções anteriores de 6,0% em 2021 e 3,9% em 2022.

A perspectiva para a China também foi menos otimista, com previsão de expansão de 8,1% em 2021 e 5,1% tanto em 2022 quanto em 2023. Anteriormente a OCDE calculava 8,5% em 2021 e 5,8% em 2022.

Mas o cenário é um pouco melhor para a zona do euro do que esperado antes, com o crescimento calculado em 5,2% em 2021, 4,3% em 2022 e 2,5% em 2023, de previsões anteriores de 5,3% em 2021 e 4,6% em 2022.

Brasil – O PIB do Brasil deve crescer 5% este ano e desacelerar para 1,4% em 2022, projetou a OCDE, alertando para a crise hídrica e as incertezas fiscais domésticas como riscos ao desempenho da economia.

“Após uma onda muito grave da pandemia no início do ano, a economia brasileira reagiu e se recuperou de forma impressionante entre o segundo e o terceiro trimestres do ano, à medida que a campanha de vacinação progrediu e as restrições à atividade foram levantadas”, disse Priscilla Fialho, economista para Brasil da OCDE, após a divulgação do relatório de perspectivas econômicas da organização.

“No entanto, essa recuperação está perdendo força”, alertou a especialista, destacando sinais de fraqueza mesmo em setores que têm se saído bem nos últimos meses, como o de serviços. Segundo o relatório da OCDE, isso se deve a gargalos na cadeia de oferta, baixo poder aquisitivo da população, inflação e juros mais altos e incertezas na política econômica.

Ainda assim, as projeções da OCDE vieram consideravelmente mais otimistas do que as medianas das estimativas na pesquisa semanal Focus. Mas “existem riscos importantes de baixa para (nossa) previsão” para o ano que vem, alertou a OCDE, citando possibilidade de que a crise hídrica se arraste por mais tempo do que o esperado e a ameaça de um crescimento abaixo das expectativas na China, principal parceira comercial do Brasil. (Reuters)

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