Morre Papa Francisco: relembre a biografia e veja a repercussão

O Papa Francisco morreu nesta segunda-feira (21) às 7h35, horário italiano, em sua residência na Casa Santa Marta, no Vaticano. O anúncio foi feito pelo camerlengo e Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Cardeal Kevin Joseph Farrell, em um vídeo.
“Com profundo dor, tenho que anunciar que o Papa Francisco morreu às 7h35 de hoje. O Bispo de Roma voltou à casa do Pai. Sua vida inteira foi dedicada ao serviço do Senhor e da Sua Igreja, e nos ensinou o valor do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados”, disse ao revelar a morte do Papa argentino.
Como será o protocolo do Vaticano após a morte do Papa Francisco
O Vaticano tem um protocolo específico para os funerais do Papa Francisco, com procedimentos específicos para honrar a memória do Sumo Pontífice. Em novembro de 2024, Francisco aprovou uma nova edição do “Ordo Exsequiarum Romani Pontificis”, o documento que regula o rito fúnebre de um Papa. As modificações buscam simplificar certos aspectos da cerimônia e expressar de maneira mais clara a fé em Cristo ressuscitado.
De acordo com informações do Vaticano, às 15 horas (horário de Brasília) será aberta a capela com o féretro para despedir Francisco em um funeral público.
Pontífice apresentava histórico de problemas de saúde
O pontífice, de 88 anos, sofria de uma infecção respiratória e estava internado no Hospital Gemelli, em Roma, desde 14 de fevereiro.
Na terça-feira (18), o papa havia apresentado um quadro inicial de dupla pneumonia, complicando ainda mais o tratamento, que já era considerado complexo. Pneumonia bilateral é uma infecção que afeta os dois pulmões e pode dificultar a respiração.
Ele era propenso a infecções pulmonares porque, quando jovem, desenvolveu pleurisia e teve parte do pulmão removido. Nos últimos dois anos, sofreu de gripe e outros problemas de saúde várias vezes nos últimos dois anos.

Biografia
Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco, nasceu em Buenos Aires, no dia 17 de dezembro de 1936. Era filho de imigrantes italianos e o mais velho de cinco irmãos. Seu pai trabalhava como contabilista em uma ferrovia e sua mãe ocupava-se da casa e da educação dos cinco filhos.
A humildade sempre acompanhou a trajetória do Pontífice. Eleito em 2013, tornou-se o primeiro jesuíta e latino-americano a ocupar a cátedra de Pedro. O jeito simples e discreto do Papa argentino conquistou o coração de muitos.
O Brasil foi o primeiro destino internacional do pontificado de Francisco, que esteve presente durante a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro em 2013.
No seu primeiro discurso em terras brasileiras, o Santo Padre destacou os grandes desafios sobres os espaços para os jovens. “É a janela e, por isso, nos impõe grandes desafios. A nossa geração se demonstrará à altura da promessa contida em cada jovem quando souber abrir-lhe espaço”.
A viagem ao Brasil durou sete dias. O Papa Francisco celebrou a Missa no Santuário Nacional de Aparecida, visitou comunidades, encontrou o episcopado latino-americano e milhares de jovens de todo o mundo nas areias de Copacabana.
No “continente da esperança”, Bergoglio fez um chamado à Igreja para ser “agente de mudança social para um novo mundo”.
Repercussão da morte
A notícia da morte do Papa Franciso sensibiliza não somente a Igreja, mas pessoas e autoridades de todo o mundo diante das expectativas de uma possível recuperação, Após a notícia do falecimento, autoridades políticas lamentaram nas redes sociais.
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), prestou homenagem ao papa com os seguintes dizeres: “Com pesar, nos despedimos do Papa Francisco. Líder que enxergou nos mineiros a alma da liberdade e da paz. Sua humildade e coragem inspiraram o mundo”. Já o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que “sua partida nos convida à reflexão e à renovação da fé, lembrando-nos da força da espiritualidade como guia para tempos de incerteza”.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, destacou que “Francisco foi o símbolo do diálogo, do acolhimento, da compreensão e, principalmente, da inclusão. Foi o papa que abriu a Igreja e a colocou no século XXI. Um líder que ficará na história pela força dos seus gestos. Eu e minha família seguiremos em oração por este líder que foi símbolo de esperança e justiça. Sem dúvida um exemplo de vida e luta para todos nós”.
O Arcebispo da Arquidiocese de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, publicou uma imagem em que diz obrigado ao Papa Francisco e expressou: “O Papa deixa um legado importantíssimo para a nossa Igreja. Uma igreja chamada a ser presença no coração do mundo contemporâneo para abri-lo a novos rumos. Louvamos a Deus pelo ministério do Papa Francisco, particularmente como pastor na Igreja, sucessor do apóstolo Pedro. Sua herança é um tesouro inesgotável”, disse.
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