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Trump ordena retorno de controladores de tráfego aéreo em mais um dia de voos cancelados

Ameaçando reduzir o salário de qualquer controlador que não voltar
Trump ordena retorno de controladores de tráfego aéreo em mais um dia de voos cancelados
Foto: REUTERS/Annabelle Gordon

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, exigiu nesta segunda-feira (10) que os controladores de tráfego aéreo voltassem ao trabalho, enquanto os viajantes enfrentavam mais um dia de cancelamentos de voos, que o governo ordenou para administrar a falta de pessoal durante a paralisação do governo.

Ameaçando reduzir o salário de qualquer controlador que não voltar, Trump disse que concederia um bônus de US$ 10.000 àqueles que não tiraram folga durante os 41 dias de paralisação, e que aceitaria a demissão dos demais.

“Todos os controladores de tráfego aéreo devem voltar ao trabalho, AGORA!!! Qualquer um que não o fizer terá seu salário substancialmente reduzido”, escreveu Trump nas redes sociais. “APRESENTEM-SE AO TRABALHO IMEDIATAMENTE.”

A paralisação do governo dos EUA, a mais longa da história do país, forçou 13.000 controladores de tráfego aéreo e 50.000 agentes da Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) a trabalharem sem remuneração. Alguns estão ausentes porque têm um segundo emprego ou não podem pagar por uma creche para os filhos.

Cerca de 20% a 40% dos controladores estiveram ausentes em um determinado dia nos 30 maiores aeroportos dos EUA durante a paralisação, informou a FAA na semana passada.

As ações das maiores companhias aéreas dos EUA, incluindo American Airlines, Delta Airlines e United Airlines, viraram para o negativo após a publicação de Trump nas redes sociais.

As autoridades disseram que não estava claro como a Casa Branca poderia negar o pagamento sob o contrato do sindicato dos controladores assim que o governo reabrisse, como Trump ameaçou, ou como o presidente pagaria pelos bônus de US$ 10.000.

As companhias aéreas cancelaram cerca de 2.000 voos nesta segunda-feira, e esse número deve aumentar, pois a FAA ordenou que os cortes de voos aumentassem para 10% na sexta-feira. Uma tempestade de inverno em Chicago também estava prejudicando as viagens aéreas.

O FlightAware, um site de rastreamento de voos, informou que até as 15h (horário de Brasília), 5.825 voos também estavam atrasados na segunda-feira, depois que 2.950 voos foram cancelados e quase 11.200 atrasados no domingo — no pior dia para interrupções de voos desde o início da paralisação do governo em 1º de outubro.

Questionado sobre os comentários de Trump, o presidente da Associação Nacional de Controladores de Tráfego Aéreo, Nick Daniels, disse nesta segunda-feira que os controladores apreciariam qualquer reconhecimento. “Trabalharemos com a administração…. Os controladores de tráfego aéreo continuarão a se apresentar durante essa paralisação”, disse.

As companhias aéreas pediram a aprovação rápida de um projeto de lei que o Senado dos EUA votou no domingo para reabrir o governo. Não ficou claro quando Duffy suspenderia as restrições de voo.

“A paralisação do governo deve terminar, assim como os transtornos causados aos nossos clientes e aos funcionários federais que estão sendo forçados a trabalhar sem remuneração”, disse o presidente-executivo da Southwest, Bob Jordan.

A American Airlines disse que mais de 250.000 voos de clientes foram cancelados ou atrasados no fim de semana. “Isso é simplesmente inaceitável e todos merecem algo melhor”, disse o diretor de operações da American, David Seymour, aos funcionários.

Conteúdo distribuído por Reuters

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