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UE pode restringir o acesso da Rússia ao FMI

UE pode restringir o acesso da Rússia ao FMI
Crédito: REUTERS/Serhii Nuzhnenko

Bruxelas – Autoridades da União Europeia estão avaliando restringir a influência russa e o acesso do país a financiamento no Fundo Monetário Internacional (FMI) após a invasão da Ucrânia, disseram seis autoridades à Reuters.

Uma opção em consideração é remover a Rússia inteiramente da instituição que atua como credor de último recurso, afirmaram as autoridades, embora algumas tenham destacado que isso seria difícil, ou até mesmo impossível.

Outras opções em análise incluem a suspensão dos direitos de voto de Moscou, bem como o bloqueio de seu acesso à moeda especial do FMI, os Direitos Especiais de Saque (SDRs, na sigla em inglês), afirmaram as autoridades.

No entanto, expulsar totalmente a Rússia do FMI pode não ser legalmente possível, disse uma autoridade.

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“A leitura legal consensual é que isso não pode ser feito. Mesmo para membros culpados de genocídio não foi feito, porque exigiria prova de uma violação legal do acordo do FMI, por isso é muito improvável”, disse ela.

Questionada sobre quando as negociações podem chegar a uma conclusão, outra autoridade afirmou que a questão é urgente, mas alguns outros membros do FMI, que agrupa 190 países, podem se opor.

Um porta-voz do FMI não respondeu imediatamente a pedidos de comentário.

Norte-americanos – Os Estados Unidos estão fazendo todo o possível para impedir que a Rússia se beneficie de seus ativos de reserva do FMI, disse uma autoridade do Tesouro norte-americano na sexta-feira, dizendo que Moscou enfrenta obstáculos grandes, se não intransponíveis, para fazê-lo.

A Rússia recebeu US$ 17 bilhões em ativos do FMI conhecidos como SDRs em uma nova alocação do Fundo no ano passado, mas para gastar essa quantia teria de encontrar um país disposto a trocar os SDRs por moedas subjacentes na forma de um empréstimo com juros.

Os Estados Unidos e seus parceiros, que representam a grande maioria das contrapartes disponíveis no sistema de transações de SDR do FMI, não realizarão nenhuma dessas trocas, disse a autoridade.

“Os Estados Unidos estão comprometidos em tomar todas as medidas para impedir que a Rússia se beneficie de suas posses de SDRs do FMI”, disse o funcionário do Tesouro, falando sob condição de anonimato.

“Como resultado das sanções dos Estados Unidos e de nossos parceiros, o regime russo enfrentaria obstáculos significativos, até mesmo intransponíveis, para usar seus SDRs.”

Mesmo que o banco central da Rússia adquirisse moedas importantes, como dólares, euros, ienes ou libras, por meio de uma transação de SDR, esses ativos seriam “efetivamente imobilizados” devido a sanções impostas pelos Estados Unidos e parceiros importantes após a invasão russa de 24 de fevereiro sobre território ucraniano, acrescentou o funcionário.

Parlamentares republicanos nos EUA disseram nesta semana à secretária do Tesouro, Janet Yellen, que ela precisa impedir a Rússia de trocar os SDRs, alertando que a alocação havia prejudicado as sanções anteriores à Rússia antes mesmo de invadir a Ucrânia.

Todos os membros do FMI receberam SDRs –ativos lastreados em dólares, euros, ienes, libras esterlinas e iuanes– proporcionalmente à sua participação no Fundo na distribuição destinada a ajudar os países mais pobres a combater a pandemia de Covid-19.

Os congressistas dos EUA também disseram que Yellen e aliados dos EUA deveriam planejar contingências para bloquear um resgate se uma Rússia economicamente enfraquecida for forçada a recorrer ao FMI para empréstimos futuros.

EUA avaliam cortar as importações de petróleo

Washington – O governo dos Estados Unidos está analisando opções para cortar as importações de petróleo da Rússia e avaliando possíveis ações para minimizar o impacto sobre a oferta global e os efeitos sobre os consumidores, disse a Casa Branca na sexta-feira (4).

A Casa Branca também permanece em contato com parlamentares dos Estados Unidos sobre o assunto, afirmou a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, a repórteres.

“Estamos procurando maneiras de reduzir a importação de petróleo russo e, ao mesmo tempo, garantir que vamos manter as necessidades globais de abastecimento”, disse Psaki.

Os Estados Unidos importaram da Rússia mais de 20,4 milhões de barris de petróleo e produtos refinados por mês em média em 2021, cerca de 8% das importações de combustível líquido dos EUA, segundo a Administração de Informação de Energia (AIE).

A conselheira econômica da Casa Branca, Cecilia Rouse, observou que, embora os EUA não importem muito petróleo russo, ainda estão analisando uma série de medidas possíveis.

“O que é realmente mais importante é mantermos o fornecimento constante de energia global”, disse ela, acrescentando que o governo estava “considerando uma série de opções que poderíamos tomar agora se cortássemos” o consumo da energia russa.

Os comentários ocorrem no momento em que os preços do petróleo dispararam na semana passada, depois que os Estados Unidos e seus aliados impuseram sanções à Rússia por conta da invasão à Ucrânia.

Regime – A Casa Branca não está defendendo a mudança de regime na Rússia, disse a porta-voz do presidente Joe Biden na sexta-feira, depois que um senador dos Estados Unidos defendeu que os russos assassinassem o presidente Vladimir Putin.

“Não estamos defendendo a morte do líder de um país estrangeiro ou a mudança de regime. Essa não é a política dos Estados Unidos”, disse Jen Psaki.

O senador Lindsey Graham, um republicano da Carolina do Sul, pediu que alguém na Rússia “tire esse cara”, referindo-se a Putin.

Esforço – Mais cedo, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou que o país está comprometido em fazer todo o necessário para parar a guerra na Ucrânia. A declaração foi dada nesta sexta-feira ao entrar em uma reunião com seus colegas da União Europeia, ao mesmo tempo que elogiou o bloco pelas medidas “históricas” que tomou contra a Rússia.

“Estamos enfrentando juntos o que é uma guerra que foi uma escolha do presidente Putin: não provocada, injustificada, e uma guerra que está tendo consequências horríveis, horríveis para as pessoas reais. Para mães, pais. Para crianças. Vemos as imagens na TV, e ela tem de parar”, disse ele a jornalistas em Bruxelas.

“Estamos comprometidos em fazer tudo que pudermos para fazer isso parar. Então a coordenação entre nós é vital”, disse ele ao lado do chefe da política externa da UE, Josep Borrell.

Blinken disse que, para além dos riscos para os ucranianos, a invasão russa da Ucrânia também coloca em risco princípios fundamentais estabelecidos após duas guerras mundiais e que são importantes para manter a paz e a segurança, “princípios que o presidente Putin está flagrantemente violando todos os dias”.

Costa Filho: Conselho não tem sido eficaz

Quito e São Paulo – O embaixador do Brasil na Organização das Nações Unidas, Ronaldo Costa Filho, afirmou na sexta-feira (4) que o Conselho de Segurança da ONU não tem sido eficaz em promover uma solução para a invasão russa da Ucrânia e, novamente, conclamou por um cessar-fogo imediato no conflito.

“Não podemos ignorar o papel que o Conselho deve desempenhar, mas que não está desempenhando na situação atual. Uma série de reuniões foi realizada nesta câmara sob a situação na Ucrânia e parece que não importa quantas reuniões convoquemos, um cessar-fogo e um fim de todas as hostilidades ainda permanece uma solução evasiva”, disse.

“Isso não é um paradoxo, ao contrário, é uma falha do Conselho de agir de uma forma construtiva em endereçar esse tópico”, reforçou ele.

O representante brasileiro no colegiado afirmou que o País exige que todos os membros sejam ativos e busquem uma solução para o conflito entre os dois países.

Usina nuclear – Em sua fala, Ronaldo Costa Filho criticou o ataque ao prédio da usina nuclear de Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia. Segundo ele, o episódio poderia ter consequências sérias, citando a possibilidade de uma “catástrofe humanitária” e um “incidente nuclear”.

O diplomata citou um artigo da Convenção de Genebra segundo o qual instalações elétricas e nucleares não devem ser o alvo de ataque, mesmo quando esse seja um dos objetivos militares.

Para o embaixador, o episódio é mais um motivo para a comunidade internacional exigir um cessar-fogo e uma solução para o conflito.

Resgate – Quase 250 equatorianos, muitos deles estudantes universitários, chegaram ao país na sexta-feira (4) após fugirem da Ucrânia depois da invasão da Rússia, se juntando a centenas de outros latino-americanos que fugiram.

Países latino-americanos têm coordenado voos de vizinhos da Ucrânia, como Romênia, Polônia e Hungria.

Quarenta e quatro mexicanos e 37 pessoas de outras nacionalidades, incluindo sete equatorianos, chegaram ao México em um voo da Romênia nas primeiras horas de sexta-feira, disse o Ministério das Relações Exteriores do México no Twitter.

Enquanto isso, a Colômbia afirmou que cerca de 248 de seus cidadãos – a maioria dos 293 registrados como residentes na Ucrânia – tinham sido retirados até a quinta-feira. Outros 26 estavam no processo de sair.

O Chile diz que tem dois centros de recepção na Polônia, enquanto 31 peruanos deixaram a Ucrânia até quarta-feira.

Na segunda-feira (7), um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) vai decolar para resgatar brasileiros que deixaram a Ucrânia após a invasão russa.

Alguns brasileiros que viviam na Ucrânia e esportistas nacionais conseguiram ajuda para deixar a Ucrânia, rumando para países vizinhos, pouco depois do início do conflito.


O desafio da Segurança Energética
O desafio da Segurança Energética

O que é Segurança Energética?

São medidas adotadas para evitar a falta do abastecimento de energia, provocada por fatores como a escassez hídrica e até mesmo dificuldades inerentes aos tipos de fornecimento. Associada a essas medidas está a segurança na disponibilidade de energia adequada, de qualidade e a preços acessíveis.

Quais os próximos eventos sobre Segurança Energética?

“O desafio da Segurança Energética” é um evento on-line gratuito que ocorrerá no dia 16 de março de 2022, a partir das 10h, com transmissão via plataforma Youtube. Na ocasião, profissionais qualificados e renomados do setor discutirão sobre os caminhos a serem percorridos para garantir o fornecimento de energia elétrica seguro.

A Sociedade Mineira de Engenheiros (SME) é a instituição realizadora do evento, que tem correalização do jornal Diário do Comércio — veículo de imprensa de Minas Gerais quase centenário e especializado em economia, gestão e negócios.

Evento sobre energia elétrica
Arte: Diário do Comércio

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