Especialistas alertam para aumento de golpes na Semana do Consumidor; veja dicas de segurança

A Semana do Consumidor, tradicional período de promoções, exige atenção redobrada para quem quer aproveitar os descontos e comprar com segurança. Dados da Inteligência Artificial (IA) V2 apontam um aumento de 11% em golpes e fraudes on-line em Minas Gerais entre segunda e quarta-feira (10 e 12 de março), em comparação ao mesmo período de 2024.
Advogados especializados em Direito do Consumidor confirmam o aumento de golpes e fraudes, tanto em compras on-line quanto presenciais, durante a semana de promoções. O Diário do Comércio reuniu recomendações de advogados e especialistas para proteger consumidores e as empresas do avanço de golpistas.
O advogado Ricardo Gouvêa Martins destaca que os golpes tem ficado mais sofisticados por conta da utilização da Inteligência Artificial e avanço dos algoritmos. “A IA e os algoritmos permitem aos criminosos criar automação de ataques. Os golpistas podem usar bots para criar perfis falsos em plataformas de comércio eletrônico, avaliando produtos e serviços de forma positiva, o que pode influenciar a decisão de compra de outros consumidores. Esses bots também podem ser usados para inundar sites de comércio com tráfego falso e prejudicando a reputação de empresas legítimas”, orienta.
Segundo ele, a vigilância e o engajamento dos consumidores ajudam a contribuir com a redução de golpes. Prova disso é que, de janeiro a novembro do ano passado, mais de 90 mil fraudes foram evitadas somente em Minas Gerais, segundo dados monitorados pelo Serasa Experian. “Eles são agentes de mudança pois são influenciadores, defendem seus direitos e ajudam a moldar o mercado”, explica. Martins.
Em um cenário no qual a tecnologia toma proporções cada vez maiores, fazendo com que a sociedade fique vulnerável diante das informações pessoais que são compartilhadas em sistema ou aplicativos, o advogado Johnatan Machado, que também atua na área de Direito do Consumidor, alerta para outra armadilha na internet: os sites falsos.
“Tratam-se de programas maliciosos que imitam sites de alguma instituição, órgão público ou algum comércio, por meio dos quais os criminosos emitem boletos falsos para pagamento, se passam por vendedores ou instituições para acessar os dados do consumidor e consequentemente aplicar um golpe”, diz.
Machado cita o exemplo de um falso site do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), e ressalta a importância de verificar se os boletos emitidos pelos consumidores estão vinculados a sites oficiais. “Na verdade, quem acessa está pagando para o golpista. É importante tomar cuidado e verificar se o boleto de fato está vinculado a instituição ou órgão de destino, além do fato de que algumas instituições não aceitam Pix e consta essa forma de pagamento no boleto emitido”, alerta.

Como as empresas podem se proteger dos golpes
Para empresas que buscam não apenas oferecer boas ofertas durante a Semana do Consumidor, mas também garantir a segurança de suas transações, é fundamentam adotar medidas de segurança.
“As empresas devem focar não apenas em criar ofertas vantajosas, mas também garantir que as transações de pagamento on-line sejam seguras. Oferecer descontos e promoções sem comprometer a segurança dos clientes é fundamental para evitar prejuízos com fraudes e manter a confiança do consumidor”, afirma o gerente de sucesso do cliente da empresa Iugu, Fellipe Novoa.
Além disso, ele destaca que a segurança das transações on-line é fundamental para garantir a confiança dos clientes. “Para evitar fraudes e proteger os dados dos clientes, é essencial adotar práticas de segurança robustas, como criptografia de dados e autenticação multifatorial. Essas medidas são fundamentais para proteger informações confidenciais e prevenir acessos não autorizados”, diz.
Por fim, ele sugere que as empresas personalizem a finalização da compra para seus clientes, criando uma experiência que transmita segurança e confiança. “Com a personalização do ambiente de pagamento, é possível reforçar a identidade da marca e aumentar a credibilidade”, conclui.
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