Legislação

Banco Central informa vazamento de 3.000 chaves Pix; saiba como evitar fraudes

As vítimas serão notificadas por meio dos aplicativos e portais de internet banking de sua instituição de relacionamento
Banco Central informa vazamento de 3.000 chaves Pix; saiba como evitar fraudes
Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

São Paulo – O Banco Central informou o vazamento de dados cadastrais de 3.020 chaves Pix de clientes do Banco do Estado do Pará (Banpará) nesta quinta-feira (18). Essa é a oitava ocorrência do tipo desde o lançamento do serviço de pagamentos, em 2020.

Em um comunicado, o BC afirma que o vazamento ocorreu devido a “falhas pontuais no sistema” do Banpará e diz que não foram expostos dados sensíveis, como senhas, informações sobre movimentações e saldos nas contas, ou “quaisquer outras informações sob sigilo bancário”.

As vítimas serão notificadas por meio dos aplicativos e portais de internet banking de sua instituição de relacionamento. O comunicado da autarquia informa que nem o BC, nem as instituições participantes entrarão em contato de outras formas com os usuários afetados.

A ocorrência não implica, necessariamente, vazamento de todas as informações, mas que ficaram visíveis para terceiros durante um período.

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Apesar de se tratar de um incidente menos abrangente do que vazamentos anteriores, o BC afirmou que decidiu divulgá-lo devido ao “compromisso com a transparência”.

Em março deste ano, dois episódios semelhantes foram divulgados: cerca de 46 mil clientes da Fidúcia Sociedade de Crédito ao Microempreendedor e à Empresa de Pequeno Porte Limitada viram seus dados expostos, e, dias depois, o mesmo aconteceu com 87 mil chaves da Sumup Sociedade de Crédito.
Entenda como o funciona o Pix

O Pix é um sistema de pagamentos bancários gratuitos e instantâneos entre contas correntes, poupança ou pré-pagas. A partir do cadastro de uma “chave Pix” -que pode ser o Cadastro da Pessoa Física (CPF), um número de celular, endereço de e-mail, ou uma chave aleatória -para identificar determinada conta bancária–, é possível enviar e receber quantias sem taxas.

A segurança do serviço está baseada em quatro pilares. O primeiro é a autenticação do usuário. Todas as transações devem ser iniciadas em ambiente seguro da instituição de relacionamento do cliente, acessado por meio e senhas ou outros dispositivos de segurança.

As transferências feitas usando o Pix são totalmente rastreáveis, permitindo a identificação das contas remetentes e destinatária dos montantes, mecanismo que auxilia a investigação de fraudes, por exemplo. O tráfego das informações das transações ocorre de forma criptografada na Rede do Sistema Financeiro Nacional (RSFN), que é totalmente apartada da internet.

O regulamento que deve ser cumprido pelas instituições financeiras e de pagamentos que oferecem o Pix a seus clientes estabelece que as provedoras devem se responsabilizar por fraudes no âmbito do sistema de pagamentos, ou seja, em caso de fraudes, a incumbência recai sobre bancos e outros fornecedores.

Proteção do seu Pix

1 – Tenha cuidado com a senha do app do banco

O Pix é uma operação feita por meio da rede bancária e muitas das movimentações fraudulentas ocorrem após roubo, furto ou invasão do celular por criminosos. Quem tem app do banco instalado deve ter muito cuidado com a senha, que não deve ter números facilmente identificáveis como de documentos ou datas de nascimento, por exemplo Jamais anote sua senha do banco no bloco de notas do celular Ao usar o app, sempre saia da conta. Os apps de bancos não armazenam as senhas e as movimentações

2. Diminua o valor que pode ser transferido por Pix

Os bancos têm bloqueios específicos do Pix conforme o valor e o horário Operações acima de R$ 1.000 no período noturno precisam ser liberadas pelo cliente e há prazo para que haja resposta a esse pedido de liberação.

No entanto, o próprio cidadão pode diminuir e aumentar os limites de transferência bancária a qualquer momento, incluindo o Pix, de forma rápida.

Especialistas recomendam ter um limite bem baixo transferência por Pix, o que limita e dificulta a ação de criminosos.

3. Sempre confirme os dados de quem vai receber o Pix

Antes de terminar a operação de transferência via Pix, confirme a chave de quem vai receber
Revise também os valores; ao errar na transação, é possível ter o dinheiro de volta, mas isso leva tempo e necessitará de uma investigação feita por seu banco.

4. Cuidado com as transferências

Não faça transferências para amigos ou parentes sem confirmar se o pedido de valores está sendo feito pela própria pessoa

Um dos golpes mais comuns envolvendo Pix é o da falsa conta do celular, quando o golpista rouba a foto da pessoa de alguma forma e, com outro número, passa a pedir dinheiro a amigos e familiares

Nunca clique em links recebidos por email, WhatsApp, redes sociais ou SMS para cadastro da chave do Pix.

O cadastro da chave deve ser feito sempre pelo site ou aplicativo do banco, ou nas agências bancárias
Nunca compartilhe o código de verificação recebido quando você realiza o cadastro da chave Pix.

Não faça qualquer tipo de cadastro no Pix a partir de ligações telefônicas ou contatos pelo WhatsApp, pois essa prática é fraudulenta. (Por Luana Franzão com Cristiane Gercina e informações da Agência Brasil).

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