Avança PL que reconhece o Comida Di Buteco como patrimônio imaterial de BH

A Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) aprovou, em 1º turno, o Projeto de Lei 270/2025, que reconhece o festival Comida di Buteco como patrimônio cultural imaterial do município. A proposta é de autoria do vereador Sargento Jalyson (PL), que destacou a relevância do evento para a gastronomia local, a economia e o turismo da capital mineira.
Segundo Jaylson o evento, que promove um circuito gastronômico-cultural pelos bairros, estimula a criatividade culinária e valoriza pequenos negócios familiares. “O que eu puder fazer para potencializar a gastronomia na nossa cidade e valorizar os bares, os restaurantes e os empreendedores que trabalham de forma correta, podem contar com meu mandato”, declarou.
O parlamentar lembrou ainda que o evento já havia sido incluído no Calendário Oficial do Município, em agosto, por meio da Lei 11.884/2025, também de sua autoria.
Criado há 25 anos, o concurso desafia bares da cidade a criarem petiscos exclusivos com ingredientes tipicamente mineiros, avaliados por júri técnico e pelo público. O evento, que nasceu em Belo Horizonte, tornou-se referência nacional e inspirou iniciativas semelhantes em outras cidades do País.
Banalização do título de patrimônio cultural preocupa
Apesar de reconhecer a importância do Comida di Buteco, a vereadora Cida Falabella (Psol) optou por se abster da votação. Ela alertou para o risco de banalizar a concessão de títulos de patrimônio cultural, ressaltando que esse tipo de reconhecimento deve passar pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural.
“Um patrimônio imaterial é construído ao longo do tempo, ao longo de relações que vão se estabelecendo. A cultura é uma área complexa, importante, e precisamos, cada vez mais, fortalecer os mecanismos para que a gente possa ter uma cultura sólida e políticas públicas”, ponderou a vereadora.
Em resposta, Jaylson assegurou que a questão do “imaterial” foi ajustada em uma emenda que será analisada no 2º turno, e exibiu o troféu de um dos bares participantes como símbolo da importância do evento para o setor.
Com a aprovação, o projeto volta às comissões de Legislação e Justiça, Educação e Cultura e Direitos Humanos da CMBH para análise da emenda substitutiva do vereador Vile Santos (PL), que propõe suprimir o termo “imaterial” e retirar obrigações do Executivo, o que pode influenciar a sanção do texto final.
Com o encerramento da última reunião ordinária de outubro, os vereadores se preparam para a votação em 2º turno do projeto que pode consolidar o Comida di Buteco como símbolo oficial da cultura belo-horizontina.
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