Legislação

Condenada a 10 anos de prisão pelo STF, Carla Zambelli deixa o Brasil

A parlamentar alega estar sendo vítima de uma 'perseguição judicial'
Condenada a 10 anos de prisão pelo STF, Carla Zambelli deixa o Brasil
Foto: Adriano Machado | Reuters

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) deixou o Brasil três semanas após ter sido condenada a uma pena de 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por ter invadido o sistema e adulterado documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

A informação foi divulgada inicialmente pelo portal G1 e confirmada na manhã desta terça-feira pela própria deputada, que participou de uma live e disse estar na Europa, e por seu advogado no processo, Daniel Bialski.

Zambelli foi condenada pela Primeira Turma do Supremo por unanimidade por, segundo o tribunal, ter adulterado documentos como certidões, mandados de prisão, alvarás de soltura e quebras de sigilo bancários, com o objetivo de prejudicar a administração do Judiciário e a credibilidade das instituições e gerar vantagens políticas para a parlamentar.

Um dos documentos falsos inseridos no sistema pela deputada, segundo o STF, foi um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, um dos grandes críticos dos bolsonaristas.

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Em entrevista ao canal do Youtube AuriVerde Brasil, Zambelli afirmou que está fora do Brasil já há alguns dias para realizar um tratamento médico e que vai pedir licença não remunerado do cargo de deputada federal, seguindo o que fez o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que foi para os Estados Unidos.

“Vou me basear na Europa, eu tenho cidadania europeia e estou muito tranquila com isso”, disse ela, ao ressaltar que não está abandonando, mas resistindo, voltando a fazer o que tem feito contra o que considera uma “ditadura” no país.

A parlamentar alega estar sendo vítima de uma “perseguição judicial”.

“Eu fui apenas comunicado pela deputada que estaria fora do Brasil para dar continuidade a um tratamento de saúde”, disse o advogada da deputada em mensagem à Reuters.

Eleita deputada federal com o terceiro maior número de votos do país em 2022, Zambelli se envolveu em uma grande polêmica na véspera do pleito. Ela foi filmada apontando uma arma de fogo contra um homem em um cruzamento na cidade de São Paulo, apesar de a legislação eleitoral proibir o transporte de armas perto do dia da votação. Ela já é ré nesse caso pelo STF.

Em um dos vídeos do incidente que circularam nas redes sociais, Zambelli foi vista usando uma camiseta verde da campanha de Bolsonaro e apontando uma pistola para frente enquanto atravessa o cruzamento das ruas Joaquim Eugênio de Lima e Alameda Lorena, no bairro nobre dos Jardins, zona oeste da capital paulista.

O próprio Bolsonaro atribuiu a Zambelli sua derrota no pleito. “Carla Zambelli tirou o mandato da gente. Ela tirou o mandato da gente”, disse ele em março passado em uma entrevista.

Reportagem distribuída pela Reuters

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