Legislação

Mineiros se sentem inseguros ao fazer compras on-line e compartilhar dados pessoais

Nas lojas físicas, no entanto, a confiança dos compradores de Minas Gerais aumenta
Mineiros se sentem inseguros ao fazer compras on-line e compartilhar dados pessoais
Crédito: Philippe Wojazer/Rreuters

Você se sente seguro para informar os seus dados pessoais ao finalizar compras pela internet? Uma pesquisa realizada em Minas Gerais revelou que 72,9% manifestam total insegurança ao compartilhar seus dados pessoais ou de cartões de crédito e débito no ambiente virtual, enquanto 27,1% se mostraram indiferentes.

Além disso, segundo a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de Minas Gerais (FCDL-MG), responsável por realizar o monitoramento ao longo do mês de março, 98% dos mineiros considera que a segurança seja requisito essencial no âmbito do comércio digital.

A investigação também apontou o comportamento dos mineiros na hora do fornecimento de dados:

  • 50,8% dos entrevistados evitam conceder permissões para o uso de seus dados;
  • 39% não veem problema em autorizar;
  • 10,2% o fazem de maneira automática.

Foi questionado também se os entrevistados adotam precauções ou avaliações antes de divulgar suas informações. Um total de 84,7% dos entrevistados afirmaram que sim, costumam adotar precauções. Já 15,3% da população não possui esse cuidado.

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“Como a maioria dos consumidores realiza compras nos mais variados estabelecimentos físicos e virtuais, observamos que existe uma grande preocupação a respeito da destinação que se dá aos dados solicitados“, explica o analista de Inteligência de Mercado da FCDL-MG, Vinícius Carlos Silva.

Com relação ao consentimento, Silva conta que “o desconhecimento do tratamento dos dados ou a possibilidade de uma invasão de privacidade foram os pontos mais citados pelos entrevistados como justificativa para não liberar sua utilização.

Nas lojas físicas, confiança sobe

A pesquisa também aponta que 88,1% dos mineiros se sentem mais seguros em compartilhar seus dados nas lojas físicas, enquanto somente 11,9% confiam nas lojas virtuais.

“O contato e a presença proporcionados pelo atendimento das lojas físicas dão uma sensação maior de confiança ao consumidor. No meio digital, além da distância, há o receio de que os dados possam ser interceptados por um hacker, por exemplo”, esclarece Vinícius Carlos.

Regulamentação para as compras na internet

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) entrou em vigor em setembro de 2020, com o objetivo de aumentar a segurança jurídica no manuseio de dados pessoais. A pesquisa FCDL-MG indicou que 54,2% dos mineiros percebem um impacto positivo da LGPD, enquanto 45,8% não notaram mudanças.

“É importante que os estabelecimentos comerciais e empresas, de modo geral, avaliem e revisem os procedimentos relacionados à LGPD, implementando treinamentos de forma contínua à equipe, e reforçando as medidas técnicas e de segurança dos dados sensíveis dos clientes. Isso impacta positivamente na avaliação dos consumidores e poupa os empresários de sanções e multas por descumprimento”, avalia a assessora jurídica da FCDL-MG, Sara Sato.

A exposição de dados poderia implicar em ações judiciais para 60,6% dos mineiros consultados. Outros 31,8% procurariam primeiramente a loja para entender o ocorrido, e 7,6% manifestariam sua insatisfação em redes sociais.

“Os lojistas e empresários têm que ficar atentos. A não implementação das medidas exigidas pela LGPD poderá levar a uma crise reputacional da empresa, na medida em que a Autoridade Nacional de Proteção de Dados Pessoais (ANPD) poderá determinar a publicização da infração cometida pelo estabelecimento, afetando sua credibilidade no mercado”, conclui Sara.

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