Legislação

Grupo Avianca pede recuperação judicial

Grupo Avianca pede recuperação judicial
Foto: Charles Silva Duarte/Arquivo DC

São Paulo – A Avianca Holdings, segunda maior companhia aérea da América Latina, entrou com pedido de recuperação judicial no último domingo, com a aproximação da data para pagamentos de títulos e após pedidos sem sucesso, até o momento, de auxílio ao governo colombiano para resistir à crise do novo coronavírus (Covid-19).

Se não conseguir sair da recuperação judicial, a Avianca pode ser a primeira grande companhia aérea do mundo a afundar por causa da pandemia, que resultou em um declínio de 90% de tráfego aéreo.

A Avianca não realiza voos regulares de passageiros desde o fim de março e a maioria dos seus 20 mil empregados ficou sem receber ao longo da crise. “A Avianca passa pela crise mais desafiadora em seus 100 anos de história”, disse o presidente-executivo da empresa, Anko van der Werff, em um comunicado à imprensa.

Embora a Avianca estivesse fraca mesmo antes da pandemia de coronavírus, seu pedido de recuperação judicial destaca os desafios às companhias aéreas que não contam com resgates do governo para evitar reestruturações. Um representante da Avianca afirmou à Reuters que a empresa ainda está tentando assegurar empréstimos do governo.

“Ajuda do governo para a indústria aérea é vital”, disse a chefe comercial da Avianca, Silvia Mosquera, em um comunicado à Reuters antes do pedido de recuperação judicial.
A Avianca, uma das companhias aéreas mais antigas do mundo, estima passivos entre US$ 1 bilhão e US$ 10 bilhões em um pedido à Corte de Recuperação Judicial dos Estados Unidos no distrito sul de Nova York.

A companhia já havia passado por uma recuperação judicial no começo dos anos 2000, da qual foi resgatada por um empresário do petróleo nascido na Bolívia, German Efromovich.

Efromovich fez a companhia aérea crescer agressivamente, mas também contraiu dívidas significativas. Efromovich foi retirado da empresa ano passado, em um golpe de conselho liderado pela United Airlines Holdings Inc, mas ainda tem uma fatia majoritária da companhia. A United pode perder até US$ 700 milhões em empréstimos relacionados à Avianca.

Efromovich disse à Reuters, no último domingo, que discordava da decisão de entrar com pedido de recuperação judicial e que não estava envolvido nela. Em paralelo, a Avianca disse que pretende começar a reduzir operações no Peru.

O braço brasileiro da Avianca, a Avianca Brasil, entrou com pedido de recuperação judicial no País em dezembro de 2018. Em seguida, a aérea passou a cancelar voos e, devido à falta de pagamento do aluguel das aeronaves, devolveu os aviões às empresas de leasing.

Recuperação judicial é uma forma de empresas em sérias dificuldades financeiras evitarem a falência. Elas pedem à justiça um prazo para o pagamento de dívidas, apresentando um plano de reorganização financeira, incluindo neste o reestabelecimento de suas operações no setor correspondente. (Reuters/ABr)

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas