Legislação

Saiba os principais impactos da reforma tributária para o planejamento de 2026

Especialista orienta sobre adequações que o empresário já precisa observar neste período de transição do regime tributário
Saiba os principais impactos da reforma tributária para o planejamento de 2026
Foto: Reprodução Adobe Stock

A virada de 2025 para 2026 ganhou um ingrediente a mais para o empresariado brasileiro: a implementação da reforma tributária. E a dúvida comum entre as empresas é: o que, de fato, muda no planejamento tributário? Inicialmente, um alerta já é claro: é preciso fazer as contas para entender os impactos das mudanças no futuro do negócio.

“A dúvida que mais chega até nós é se a reforma tributária já muda a escolha do regime para 2026. A resposta é: na prática, ainda não. O próximo ano será essencialmente um período de ajustes de sistemas e preparação tecnológica. Mas isso não significa que as empresas possam postergar decisões. A reforma está aí, é irreversível, e quem não começar a simular cenários pode ter grandes surpresas nos próximos anos”, explica o diretor executivo da Confirp Contabilidade, Richard Domingos.

Veja, a seguir, os principais pontos de atenção neste primeiro momento de implementação da reforma tributária.

Três pilares de preparação para 2026

Especialistas recomendam que o planejamento tributário para este período se concentre em três eixos:

  1. Gestão e planejamento: revisão de preços, custos e do regime tributário atual.
  2. Contratos e rotinas: adequação de cláusulas comerciais e de repasse tributário.
  3. Sistemas e tecnologia: atualização de ERPs, cadastros fiscais e documentos eletrônicos.

Medidas imediatas para adequação à reforma tributária

Para evitar riscos e garantir a continuidade operacional, os seguintes passos já podem ser adotados:

  • Diagnóstico tributário completo e simulações de IBS/CBS;
  • Revisão de contratos com fornecedores e clientes;
  • Treinamento das equipes contábil, fiscal e administrativa (neste ponto, é preciso ter em mente e estar preparado para um período de transição, de 2026 a 2033, para adequação ao novo regime;
  • Atualização dos sistemas de gestão;
  • Implementação de governança tributária contínua.

“Sem a atualização dos sistemas, a empresa não apenas corre risco fiscal, ela para de funcionar. É um impacto que vai do financeiro ao operacional”, alerta Domingos.

E como fica a escolha do regime tributário em 2026?

Até então, o processo continua seguindo os mesmos critérios tradicionais.

  • Simples Nacional: é o regime tributário mais simplificado e vantajoso para Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP);
  • Lucro Presumido: é uma tributação simplificada que tem como base a presunção de lucro, ao invés de calcular o lucro real da empresa com base na contabilidade. As alíquotas variam entre 2,28% e 19,5% dependendo da atividade da empresa, e ele é indicado para empresas com faturamento anual até R$ 78 milhões.
  • Lucro Real: é o regime tributário mais complexo e detalhado, sendo indicado para empresas de grande porte ou para aquelas que possuem margens de lucro reduzidas.

“A antecipação é a única forma de evitar surpresas. Quem se prepara agora garante conformidade e continuidade operacional. Quem esperar 2026 pode literalmente não conseguir abrir a empresa por não conseguir emitir nota fiscal”, conclui Domingos.

Colaborador

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