Legislação

Operação cumpre mandados no polo calçadista de Nova Serrana contra fraudes tributárias milionárias

Ação policial ocorre empresas que fornecem resinas em Nova Serrana e em Araújos
Operação cumpre mandados no polo calçadista de Nova Serrana contra fraudes tributárias milionárias
Investigações foram realizadas em Minas Gerais e em São Paulo | Foto: Divulgação MPMG/PCMG

Um total de 14 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Nova Serrana e Araújos, na região Centro-Oeste de Minas Gerais, e em Jundiaí, no interior paulista, nesta quinta-feira (1), durante a “Operação Resina Dura”, realizada pelo Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira).

A ação, que envolve as polícias CivilMilitar Penal de Minas Gerais, tem como objetivo coibir lavagem de dinheiro e associação criminosa, cujas fraudes tributárias podem superar os R$ 40 milhões.

Segundo o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), as empresas investigadas são fornecedoras de resina, insumo muito comum para a fabricação de calçados.

As determinações judiciais ainda deferiram o sequestro de 21 veículos e 55 bens imóveis pertencentes aos investigados, contando com a participação de três promotores de Justiça, 30 auditores da Receita Estadual de Minas Gerais, dois delegados de Polícia e 43 policiais civis de Minas Gerais.

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O promotor de justiça, que atua no Centro de Apoio Operacional de Defesa da Ordem Econômica e Tributária (Caoet), Rodrigo Storino, relata que essas resinas vinham de São Paulo em grande quantidade, por meio de notas fiscais diluídas por diversas empresas, tornando-as difusas e chamando a atenção do MPMG.

“Nós fomos verificar essas notas fiscais e há um indício de que elas estejam subfaturadas”, diz ele.

Investigados de Nova Serrana compraram carros de luxo

Segundo Storino, o objetivo da ação realizada nesta quinta foi obter mais informações sobre os envolvidos nessa sonegação e tentar compreender a destinação dos recursos obtidos de forma ilícita.

“Nós verificamos que esse grupo investigado adquiriu uma quantidade muito grande de imobiliárias. Também encontramos muitos mobiliários, em especial veículos automotores, inclusive alguns de alto luxo”, relata.

Dentre os mandados de busca e apreensão, o promotor conta que sete foram realizados no município mineiro de Araújo, dois em Nova Serrana e os outros cinco em Jundiaí, local de origem do material.

De acordo com Storino, a partir de agora, os investigadores irão realizar análises das evidências, como papéis, documentos, telefones e laptops.

“Agora vamos analisar os conteúdos para que nós possamos ter mais elementos de investigação a respeito dos crimes de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e associação criminosa”, completa.

Assim que essas análises forem concluídas e comprovarem a hipótese investigada, será proposta uma ação penal por parte do Ministério Público.

“Bem como as informações patrimoniais obtidas serão compartilhadas com a Receita e a Advocacia-Geral do Estado para a recuperação desse ativo, que hoje é de R$ 40 milhões”, diz.

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