Legislação

Operação Rejeito: veja quem são os principais alvos da PF em MG e o papel de cada um

A PF cumpriu 22 mandados de prisão preventiva e 79 mandados de busca e apreensão
Operação Rejeito: veja quem são os principais alvos da PF em MG e o papel de cada um
Foto: divulgação

A Operação Rejeito, deflagrada pela Polícia Federal, nesta quarta-feira (17), em Minas Gerais, cumpre 22 mandados de prisão preventiva no escopo da investigação de um esquema criminoso de extração ilegal de minério de ferro na Serra do Curral, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Entre os suspeitos de liderarem o esquema estão os empresários Alan Cavalcante do Nascimento, Helder Adriano de Freitas e o ex-deputado João Alberto Paixão Lages.

Segundo informações da PF, os três são sócios no esquema desde 2020 por meio da Mineração Gute Sight LTDA e da Fleurs Global Mineração LTDA. Mais tarde os três passaram a ser sócios de fato e beneficiários das empresas pertencentes ao Grupo Minerar, que teria sido constituído com o fim de propiciar o cometimento de ilícitos.

“O grupo investigado teria corrompido servidores públicos em diversos órgãos estaduais e federais de fiscalização e controle na área ambiental e de mineração, com a finalidade de obter autorizações e licenças ambientais fraudulentas. Essas autorizações eram utilizadas para usurpar e explorar irregularmente minério de ferro em larga escala, incluindo locais tombados e próximos a áreas de preservação, com graves consequências ambientais e elevado risco de desastres sociais e humanos”, diz a PF, em nota.

Leia também: PF faz operação em Minas Gerais contra esquema bilionário de corrupção no setor de mineração

No total, a PF cumpriu 22 mandados de prisão preventiva, 79 mandados de busca e apreensão. Servidores públicos também foram afastados. A Justiça Federal de Minas Gerais determinou o bloqueio de R$ 1,5 bilhão e suspensão das atividades das empresas envolvidas.

Alvos de pedidos de prisão preventiva da Operação Rejeito:

  • Alan Calvante do Nascimento: identificado como líder da organização criminosa, sócio em várias empresas e responsável pela coordenação geral, incluindo pagamentos de propinas. Já respondia criminalmente pela “Operação Poeira Vermelha”.
  • João Alberto Paixão Lages: membro do núcleo de liderança e “Diretor de Relações Interinstitucionais”, com grande articulação junto ao poder público.
  • Helder Adriano de Freitas: membro do núcleo de liderança e “Diretor Operacional”, com conhecimento prático em mineração e responsável por estudos de novas áreas.
  • Gilberto Henrique Horta de Carvalho: apontado como articulador da ORCRIM junto aos órgãos ambientais e à Assembleia Legislativa de MG.
  • Felipe Lombardi Martins: identificado como “operador financeiro” do grupo MINERAR e o “homem da mala” da organização, responsável por saques, transporte de valores e pagamentos a servidores públicos.
  • Jamis Prado de Oliveira Junior: apontado por atuação direta na indicação e uso de empresas de fachada para movimentação de valores e saques em espécie para pagamentos indevidos a agentes públicos.
  • Rodrigo Gonçalves Franco: presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM), apontado como um dos principais agentes cooptados pela ORCRIM, recebendo propina regularmente para atos administrativos ilegais.
  • Leandro César Ferreira de Carvalho: gerente Regional da ANM/MG, com intensa atuação para a ORCRIM, recebendo propina e praticando atos ilegais.
  • Guilherme Santa Lopes Gomes: servidor da ANM, atuava em prol da ORCRIM desde 2019, proferindo atos eivados de vícios e contrariando pareceres técnicos.
  • Caio Mário Trivellato Seabra FIlho: diretor da ANM, mantinha contato frequente com João Alberto (referindo-se a ele como “chefe”), com indícios de recebimento de R$ 3 milhões em propina e promovendo alteração de Resolução da ANM para beneficiar o grupo criminoso.
  • Arthur Ferreira Rezende Delfim: diretor de Apoio à Regularização Ambiental da FEAM, com participação estratégica no núcleo decisório da organização criminosa, recebendo vantagens indevidas para assinar licenças ambientais irregulares.

Alvos de pedidos de afastamento da função pública:

  • Fernando Baliani da Silva: ex-superintendente da Supram e diretor regional da Feam, envolvido em celebrações irregulares de TACs e licenciamentos ambientais.
  • Breno Esteves Lasmar: diretor-Geral do Instituto Estadual de Florestas (IEF), responsável pela celebração irregular de TACs e participação em reuniões para viabilizar atividades da organização.
  • Fernando Benício de Oliveira Paula: representante da Associação Ambiental e Cultural Zeladoria do Planeta e conselheiro da Câmara de Atividades Minerárias do Copam, atuou nos interesses da Fleurs Global em troca de vantagens indevidas.
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