Legislação

Tarifa Zero: projeto pode ser votado em 1º turno em outubro na Câmara de BH

Análise do projeto de Lei (PL) da Tarifa Zero passou pelas quatro comissões da Câmara Municipal de Belo Horizonte e recebeu dois pareceres favoráveis
Tarifa Zero: projeto pode ser votado em 1º turno em outubro na Câmara de BH
Foto: Bárbara Crepaldi / CMBH

O Projeto de Lei 60/2025, que prevê a gratuidade no transporte coletivo por ônibus na capital mineira, pode ser votado em primeiro turno no plenário da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) em outubro. Essa é a expectativa da vereadora Iza Lourenço (PSOL), autora do texto, e de outros 21 vereadores que também assinam o documento. 

“O projeto já passou em todas as comissões da Casa. Vamos solicitar que seja pautado nos dez primeiros dias de outubro. A nossa expectativa é que seja aprovado”, afirmou a vereadora.

No início de setembro, a Comissão de Orçamento e Finanças Públicas da CMBH, que tinha como relatora a vereadora Marcela Trópia (Novo), perdeu o prazo regimental para análise do texto. Com isso, a tramitação pelas comissões foi concluída e o projeto seguiu para o presidente da Casa, vereador professor Juliano Lopes (Agir), que decidirá sobre a inclusão na pauta após reunião com líderes partidários, prevista para o fim de setembro.

Questionado sobre o clima na CMBH em relação ao projeto, Lopes apontou que o panorama, após diálogos entre o prefeito Álvaro Damião  (União Brasil) e os defensores do texto, tem sido ameno e favorável à ida para o plenário. “O projeto tramitou bem entre as comissões e acredito que não há nenhuma resistência em relação a ele. No entanto, ainda temos que esperar para ver, porque sempre pode ter mudanças”, comentou. 

A visão é compartilhada pela autora do projeto. “A nossa expectativa é que o texto seja aprovado ainda em primeiro turno. Como o prefeito já declarou que não deve mobilizar a base contra o projeto, estamos otimistas pela aprovação”, observou. 

A Tarifa Zero 

Apresentado em fevereiro, o texto recebeu parecer favorável da Comissão de Legislação e Justiça e da Comissão de Mobilidade Urbana, Indústria, Comércio e Serviços. Também houve registros de perda de prazo, considerados neutros, nas comissões de Administração Pública e de Orçamento e Finanças Públicas.

O projeto original institui o Programa Municipal de Incentivo ao Uso do Transporte Público Coletivo por Ônibus e prevê a implementação da tarifa zero em até quatro anos, financiada pelo Fundo Municipal de Melhoria da Qualidade e Subsídio ao Transporte Coletivo (FSTC) e pela criação da Taxa do Transporte Público (TTP), a ser paga por empresas com dez ou mais funcionários.

O texto original sofreu alterações, incluindo a última emenda de nº 6/2025, que retira a obrigatoriedade da tarifa zero em quatro anos e estabelece que a gratuidade seja implementada de forma progressiva, condicionada à viabilidade fiscal e priorizando grupos em situação de vulnerabilidade, estudantes e trabalhadores de baixa renda.

Com a fase de comissões concluída, o próximo passo é a votação em primeiro turno no plenário. Se aprovado, o texto ainda precisará passar pelas comissões por votação em segundo turno antes de seguir para sanção ou veto do prefeito.

Pauta multipartidária 

Caso a Tarifa Zero seja aprovada, Belo Horizonte será a primeira capital brasileira e a maior cidade do mundo a aderir ao programa de gratuidade do transporte público, que atualmente já é praticado em municípios brasileiros de pequeno porte.

“Esse é o projeto de Lei que tem o maior número de signatários na Câmara Municipal de Belo Horizonte. São 22 assinaturas de vereadores de 12 partidos. O que mostra uma política que por ser muito concreta e atender diretamente a população, que extravasa alguns embates políticos ideológicos”, pontuou o urbanista e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Roberto Andrés.

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