Movimento Minas 2032

18º ODS promove consciência negra nos negócios

Iniciativa de criação de mais um Objetivo de Desenvolvimento Sustentável é do Brasil e ainda está em construção
18º ODS promove consciência negra nos negócios
Foto: Reprodução Freepik

A herança do colonialismo e da escravidão no Brasil gerou um cenário de racismo sistêmico, marcado por desigualdades estruturais em todas as esferas da sociedade. Esse sistema favorece pessoas brancas, enquanto marginaliza afrodescendentes e indígenas por meio de discriminação e violência sustentadas por práticas institucionais e individuais.

Quando analisamos as desigualdades de gênero, o impacto sobre mulheres e meninas afrodescendentes e indígenas se torna ainda mais severo, aprofundando a exclusão social. Para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030, é fundamental adotar abordagens antirracistas e antissexistas em todas as metas. A interdependência dos ODS exige ações integradas que enfrentem as desigualdades de forma ampla.

Por isso, é valorosa a iniciativa brasileira de criar o ODS 18 – Igualdade étnico-racial, ainda em construção no País, dedicado às questões raciais. Reforço que esse é um passo fundamental para rompermos com as disparidades atuais que evidenciam a necessidade de intervenções urgentes. Porém, em um país múltiplo, diverso e divergente como o nosso, é primordial que não apenas o novo objetivo, mas todos os demais 17 estejam integrados e na vida das pessoas.

O ODS 8, por exemplo, que visa trabalho decente e crescimento econômico, exemplifica como raça e gênero impactam o desenvolvimento. No Brasil, 90% das trabalhadoras domésticas são mulheres, das quais 65% são afrodescendentes. Apesar de avanços legais, 75% dessas trabalhadoras não têm carteira assinada e 61% recebem salários inferiores. Em 2023, o salário médio de mulheres negras correspondia a apenas 48% do salário de homens brancos, 62% do de mulheres brancas e 80% do de homens negros, revelam dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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A superação dessas desigualdades exige desagregação de dados raciais e de gênero, além de políticas públicas efetivas. Investimentos em educação, capacitação e fiscalização de direitos trabalhistas são essenciais, assim como a implementação de ações afirmativas. Para garantir o cumprimento da Agenda 2030 e a promoção da dignidade para todos, é imprescindível que o Brasil intensifique seus esforços no combate ao racismo e ao sexismo, construindo uma sociedade mais equitativa e inclusiva.

E o enfrentamento disso precisa ser pauta nas empresas que não devem ser omissas em suas contratações, planos de carreiras e de desenvolvimento, além da mitigação de culturas abomináveis que sabemos que ainda são perpetuadas até por líderes. Aproveitemos a semana de celebração pelo Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra para revisarmos o que, de fato, somos e em que colaboramos tirar o racismo da sociedade que tanto dá prejuízos até financeiros à nossa humanidade.

Leia a reportagem: Antirracismo: por uma economia melhor para os mineiros

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