Movimento Minas 2032

Descarbonização no centro das discussões em MG

Durante evento, Plano de Conformidade Climática do Estado foi apresentado junto com prioridades do Reino Unido para agenda
Descarbonização no centro das discussões em MG
Iclei América do Sul formalizou, ao fim do evento, entrada no Projeto Estadual de Reconversão em Territórios Minerados | Crédito: Caio Leme

No segundo dia do I Encontro Regional de Minas Gerais Iclei (Governos Locais pela Sustentabilidade) América do Sul – com o tema “Desenvolvimento Sustentável na Reconversão de Territórios” –, a parte da manhã foi destinada para a discussão em plenária sobre o “Desenvolvimento de baixo carbono: parceria entre Reino Unido e Minas Gerais”.

Durante a sessão foram apresentados o Plano de Conformidade Climática do Estado, as prioridades do Reino Unido em relação à agenda net-zero e a campanha Race to Zero atrelada a um plano de inovação em Minas Gerais.

A rede Iclei conta com mais de 2.500 governos locais e regionais comprometidos com o desenvolvimento urbano sustentável. Ativo em mais de 125 países, o grupo influencia as políticas de sustentabilidade e impulsiona a ação local para o desenvolvimento de baixo carbono, baseado na natureza, equitativo, resiliente e circular.

O painel “Cooperação multinível e multiatores: juntos somos mais fortes” reuniu representantes da academia, governo e entidades de classe para discutir quais os próximos passos para viabilizar a descarbonização liderada pela inovação de Minas Gerais e além.

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Para o presidente do Conselho de Tecnologia e Inovação da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e Conselheiro Titular do Conselho Consultivo da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Fábio Veras, existe uma grande oportunidade de desenvolvimento para o Estado, mas, para que isso seja possível, é necessário mobilizar a iniciativa privada.

“Existem boas práticas de descarbonização espalhadas pelo mundo. Temos hoje uma grande oportunidade, mas temos que enfrentar o apagão de mão de obra e promover o engajamento do setor privado”, afirmou Veras.

O diretor de Clima, Energia e Baixo Carbono da Embaixada do Reino Unido no Brasil, Richard Ridout, destacou o grande volume de dinheiro disponível no mundo para o financiamento de projetos “verdes” sem que existam projetos suficientes.

“Às vezes, ficamos muito mais focados no problema do que na solução. As oportunidades estão na inovação. A COP 26 entregou os compromissos globais para os setores e para a sociedade, temos o compromisso com o Net Zero. Existem US$ 130 milhões disponíveis no mercado mundial, dinheiro não é o problema. É preciso desenvolver projetos no setor privado e apresentar aos financiadores. Trabalhamos para ajudar a desenvolver uma estratégia Net Zero em Minas e precisamos do envolvimento do setor privado com planos de negócios detalhados para mostrar aos investidores”, pontuou Ridout.

A fala da autoridade britânica animou a plateia. O CEO do Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-Tec), Marco Crocco, falou sobre a criação do Centro de Inteligência em Sustentabilidade e do Programa Quíntupla Hélice.

“Precisamos inverter o olhar internacional sobre Minas. A imagem do rompimento das barragens ainda é muito presente. A partir do conceito de quíntupla hélice, que envolve a sociedade civil e as mudanças climáticas e a questão ambiental como drive de desenvolvimento, nós fizemos o nosso planejamento até 2025.Temos uma vocação de múltiplos negócios e demos um direcionamento muito forte no sentido da sustentabilidade. O programa Quíntupla Hélice tem financiamento da Fapemig (Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais) de R$ 1 milhão”, explicou Crocco.

Para a representante na América Latina da Connected Places Catapult, Erika Azevedo, depois de identificadas as possíveis áreas de atenção, é hora de dar os próximos passos.

“Em Minas, a agenda é de identificar as ações, buscando essa combinação das soluções britânicas com o que já é feito brilhantemente em Minas. Queremos ter essas soluções testadas e implementadas, sempre em parceria com a iniciativa privada, com as agências de fomento e bancos de desenvolvimento, trazendo esse ambiente de internacionalização tanto para as empresas britânicas que operam no Brasil, como para as brasileiras que têm negócios lá”, disse Erika Azevedo.

Ao fim do evento, foi formalizada a entrada do Iclei América do Sul no Projeto Estadual de Reconversão em Territórios Minerados (PRPTM), junto ao Sebrae Minas. O projeto foi criado para apoiar os municípios que têm suas economias fortemente ancoradas na mineração a identificarem novas possibilidades de sustentação econômica e desenvolvimento local.

“O projeto acolher o Iclei significa uma mensagem para a sociedade mineira e os municípios sobre a necessidade de se alinharem aos nortes globais da sustentabilidade. O Iclei vem com o interesse de contribuir, aprender e trabalhar muito”, avaliou o analista do Sebrae Minas Ânderson Cabido.

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