ICCB completa 10 anos de atuação no País

Ao completar 10 anos no País, o Instituto Capitalismo Consciente Brasil (ICCB) comemora o engajamento conquistado entre grandes empresas e a ampliação do debate sobre um modo de produção mais justo e limpo com a sociedade brasileira.
Para o cofundador e presidente do ICCB, Hugo Bethlem, os últimos 10 anos exigiram organização e resiliência. Em que pesem, porém, as diferentes crises enfrentadas pelo País – em especial a pandemia entre 2020 e 2022 –, foi possível avançar e colocar o Brasil na discussão global sobre a construção de um modelo de produção e consumo mais justo.
“O Instituto nasceu no Brasil em 2013, mas eu conheci alguns dos fundadores em 2011, quando trabalhava no Pão de Açúcar. Em 2012, conheci a Rede de Líderes Conscientes, mas a discussão era meio etérea naquele momento. Precisávamos mostrar que as empresas têm um papel importante na diminuição da desigualdade. Então, começamos a atuar mostrando que o foco deve estar no longo prazo. Que é o propósito que nos conduz à perenidade e que para levá-lo adiante, o stakeholder mais próximo é o colaborador. Ele que vai se relacionar bem com os diferentes públicos. O Capitalismo Consciente nasce na ideia de que se cuidarmos das pessoas, desenvolvermos cultura e valores que falem mais altos que as próprias leis e tiver uma liderança consciente, a relevância e a perpetuidade serão muito maiores. Há 10 anos as pessoas diziam que as duas palavras – capitalismo e consciência – juntas não funcionavam, mas mostramos que pode ser diferente”, explica Bethlem.
De acordo com a CEO do ICCB, Daniela Garcia, a partir de 2018, com a abertura para a associação de novas empresas e o aumento de exemplos brasileiros, o movimento ganhou amplitude e velocidade.
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“Quando abrimos para as associações, as empresas se aproximaram e começaram a ajudar a expandir o conceito pelo Brasil. Já em 2019 diminuímos o número de cases americanos e aumentamos os brasileiros. Assim, o Instituto ganhou robustez e passou de 100 associados. Fazemos o primeiro Fórum Latino-americano e aumentamos a presença na mídia. E, finalmente, em 2020, abrimos as portas para pessoas físicas. E o pilar de educação se fortaleceu. São ferramentas que transformam os líderes em multiplicadores. Lançamos mês que vem a quarta certificação. Chegamos 10 anos depois em uma estrutura de governança profissionalizada. São mais de 12 colaboradores, 220 empresas associadas, mais de 250 voluntários e 11 filiais. Podemos festejar muitas conquistas”, afirma Daniela Garcia.
A internet e as redes sociais são veículos fundamentais para a disseminação dos valores do Instituto.
A produção de conteúdo e a curadoria de exemplos, práticas e cases atuais são alicerces do ICCB, e incentivadores da aproximação das empresas e pessoas à instituição.
Durante a gestão 2020-2022 foram 33 Zines Conscientes com aprofundamentos sobre temas referentes ao Capitalismo Consciente, 14 episódios do podcast #MaisConsciente e da websérie Capitalismo Consciente na Prática, 60 Talks Conscientes, que totalizaram 6.650 inscrições, além de 10 workshops com dinâmicas de desenvolvimento pessoal exclusivos para associados. Um dos pontos mais altos da última gestão foi a segunda edição do Fórum Brasileiro do Capitalismo Consciente, que contou com 2.600 pessoas inscritas, 51 palestrantes, +20 CEOs no palco, sete speakers internacionais. O evento ainda teve uma entrada social, que estimulou a audiência a participar como doadora de 5 mil vagas do programa “Líderes do Futuro: Primeiros Passos” – certificação em Capitalismo Consciente para jovens de 18 a 24 anos que foram doadas para jovens em situação de vulnerabilidade social em todo território nacional.
No quesito educação, o ICCB atua fortemente na formação de pessoas físicas por meio de certificações. Trata-se do Capitalismo Consciente Academy, pilar de educação que já conta com oito cursos, e duas certificações. Ao todo, foram 17 turmas formadas na certificação básica em Capitalismo Consciente e 1 na Certificação Avançada.
O Instituto também atuou diretamente com quatro instituições de ensino, como Senac/SP, Sesi/SC, e Ibmec, onde ministra palestras e cursos especiais. Ao todo foram dois workshops, duas palestras, seis horas de aulas e mais de 1.600 pessoas impactadas.
O ICCB ainda passou a oferecer programas especiais voltados para empresas, chamados Soluções Corporativas, e já atendeu quatro empresas associadas e três empresas não associadas ao longo de 2021.
Sistema está alinhado com o MM2032
Depois do primeiro grande esforço de implantação, até 2016, o Instituto Capitalismo Consciente Brasil (ICCB) tomou novo fôlego com a abertura das primeiras filiais, batizadas como capítulos. A primeira reunião fora de São Paulo foi realizada na sede da Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas), em Belo Horizonte, relembra o cofundador e presidente do ICCB, Hugo Bethlem.
“O Capitalismo Consciente nasce na ideia de que as empresas precisam cuidar das pessoas, desenvolver cultura e valores que falem mais altos que as próprias leis e ter uma liderança consciente. Assim crescem a relevância e a perenidade dos negócios. Cumprir a lei é o nível mais básico da ética. As nossas dificuldades no Brasil são a desigualdade e a ingerência enorme do estado brasileiro nos negócios”, pontua Bethlem.
Atualmente são 11 capítulos regionais: Porto Alegre (RS), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Recife (PE), Sorocaba (SP), Campinas (SP), São José do Rio Preto (SP) e Vitória (ES), além de São Paulo (SP), que funciona como sede nacional.
Amparado por quatro pilares – liderança consciente, orientação para stakeholders, cultura consciente e propósito maior -, o sistema do Capitalismo Consciente entende que os negócios são bons quando criam valor, são éticos quando se baseiam na troca voluntária, são nobres quando podem elevar nossa existência e são heróicos quando tiram as pessoas da pobreza e criam prosperidade.
Atualmente no Brasil o ICCB tem 5.410 embaixadores pessoa física, 487 embaixadores certificados, 228 empresas associadas e 76,3 mil seguidores nas redes sociais.
Para a CEO do ICCB, Daniela Garcia, as grandes empresas têm o papel de não apenas influenciar, mas também promover a consciência dentro da sua cadeia produtiva. E, na ponta contrária, os consumidores têm um papel cada vez mais relevante na busca por um modelo de produção mais equilibrado.
“Boa parte dos consumidores já faz parte de uma nova geração que olha o capitalismo de um jeito diferente. Nos próximos quatro anos será feita a maior transferência de renda para herdeiros da nova geração nos Estados Unidos. Eles terão dinheiro para investir em uma nova forma de produzir e consumir. No Brasil, 58% dos colaboradores já escolhem onde vão trabalhar por alinhamento de valores pessoais. 63% dos consumidores decidem comprar de determinado fornecedor pelo mesmo motivo. E 60% dos investidores brasileiros também. Então, as pessoas físicas têm papel fundamental nessa mudança e isso já começou”, avalia Daniela Garcia.
O Capitalismo Consciente está alinhado com o Movimento Minas 2032 (MM2032) – pela transformação global. Liderado pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO -, que é um dos parceiros regionais do Instituto -, o MM2032 propõe uma discussão sobre um modelo de produção duradouro e inclusivo, capaz de ser sustentável, e o estabelecimento de um padrão de consumo igualmente responsável, com base nos ODS, promovidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) desde 2015.
Princípios do Capitalismo Consciente
- Liderança consciente
As organizações espelham as ações e a personalidade do indivíduo que está no topo. Esse é o tipo de pessoa que outras pessoas querem seguir, um líder autêntico e aberto. Líderes conscientes são justamente aqueles que inspiram lealdade e alta performance consistente em suas equipes.
- Orientação para stakeholders
Líderes conscientes sabem a importância de levar em consideração todos os seus stakeholders. Portanto, sua empresa nunca vai se tornar uma marca premium focando apenas nos acionistas. Os fatores realmente importantes para o sucesso do negócio a longo prazo são os funcionários e os clientes e, muitas vezes, também os fornecedores e a comunidade. Cuide deles e eles cuidarão de você.
- Cultura consciente
Uma cultura baseada em valores é aquela que é clara e direta sobre como as pessoas devem agir e atuar. Quando uma cultura não é definida e aplicada, os envolvidos não estão se movendo na mesma direção. Isso causa ruídos e desorientação. Assim, é preferível deixar uma posição-chave vazia do que contratar alguém que não esteja 100% alinhado com os valores e a missão de sua empresa.
- Propósito maior
Uma empresa deve estar no negócio para fazer mais do que apenas ganhar dinheiro. Grandes líderes percebem que, para obter sucesso a longo prazo, você deve fornecer valor verdadeiro. Isso vem de pessoas apaixonadas se inspirando em seu trabalho. Quão inspirador é o propósito da sua empresa? Você gostaria de trabalhar para uma empresa cuja missão é “entregar o máximo valor aos acionistas”? Não se trata de vencer sempre, mas de fazer o seu melhor sempre.
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