Movimento Minas 2032

MG e Reino Unido reforçam parceria em ações climáticas

Ação conjunta vai ajudar o Estado a atingir as metas da agenda Race To Zero
MG e Reino Unido reforçam parceria em ações climáticas
Renovação do memorando vai contribuir para que Minas alcance a neutralidade de emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2050 | Crédito: Marco Evangelista/ Imprensa MG

O governo de Minas renovou, ontem (24/4), o Memorando de Entendimento de cooperação entre Minas Gerais e o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte para manutenção da parceria nas medidas climáticas e estratégias de redução de gases carbônicos na economia do Estado. As medidas fazem parte dos compromissos assumidos pelo governo na campanha global das Nações Unidas, a Race To Zero.

O memorando foi assinado pelo governador Romeu Zema, em cerimônia realizada na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte. O evento contou com a participação da embaixadora do Reino Unido no Brasil, Stephanie Al-Qaq; da secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Marília Melo; do secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio e do cônsul Britânico em Belo Horizonte, Lucas Brown.

A renovação do memorando, que foi firmado entre Minas e o Reino Unido em 2020, vai contribuir para que o Estado alcance a neutralidade de emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2050, meta estabelecida pelo Plano Estadual de Ação Climática para atingir o cenário comprometido na campanha Race To Zero.

A continuidade do acordo vai fortalecer o protagonismo e liderança do governo de Minas nesta agenda. O governador celebrou a continuidade da parceria e ressaltou o que já está sendo feito em Minas Gerais para reduzir a emissão de gases e o desmatamento, sem prejudicar a produção.

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“Hoje, Minas tem condições de até quadruplicar sua produção agrícola sem cortar árvores, só usando tecnologia ou recuperando áreas degradadas, que é um trabalho que já está sendo feito pelos produtores. Isso significa que teremos nos próximos anos uma produção maior sem afetar o meio ambiente e, também, recuperando áreas”, disse.

Zema reforçou, também, que Minas é um estado totalmente comprometido com a redução de emissões e que o mercado comprou a ideia, atuando em parceria com a indústria, por meio da Fiemg, e da agricultura, com a Faemg.  “É uma satisfação enorme participar deste desafio que os resultados serão colhidos pelos nossos filhos e netos. É extremamente importante deixarmos esse planeta bem encaminhado”, completou o governador.

Liderança

A embaixadora Stephanie Al-Qaq parabenizou o governo de Minas pelas ações e, principalmente, a liderança do governador Romeu Zema.

“O Brasil é um país que vai mudar o mundo para melhor. Mas precisamos de pessoas com coragem e liderança, capazes de assumirem missões difíceis. Quando o governador Romeu Zema assumiu o compromisso do Race to Zero, foi uma decisão muito importante, que mostra para a população que são pessoas como você que vão liderar as mudanças para o futuro. Essa parceria com o governo de Minas já trouxe coisas importantes e no futuro faremos muito mais juntos. Podem contar com a participação do Reino Unido”, afirmou.

Avanços em Minas

Desde a assinatura do memorando, foram criados Grupos de Trabalho (GTs) que discutiram ações relacionadas às mudanças climáticas e estratégias de descarbonização, como modelo de geração distribuída voltado para consumidores de baixa renda, implantação de tecnologia para potencializar a agricultura de baixo carbono e conservação e restauração florestal.

Também foi estruturada a adoção oficial da meta estadual de alcançar o cenário de neutralidade de emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2050 e o engajamento do governo do estadual à campanha global Race to Zero. Além disso, a assinatura do memorando possibilitou o apoio do programa Skill-Shares and Secondments do UK PACT Fundo de Desafio de Recuperação Verde para a elaboração do Plano Estadual de Ação Climática (PLAC-MG), elaborado em 2022.

A secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Marília Melo, pontuou outras ações implantadas em Minas.

“Estamos concluindo agora nosso plano de ação climática que tem duas vertentes importantes. Primeiro, a descarbonização da economia, desenvolvendo métodos com atração de investimento verde e aprimoramento tecnológico das atividades já existentes em Minas para que a gente possa atingir as metas planejadas. Também estamos atuando para aumentar a cobertura vegetal do Estado e conservar os nossos biomas. Estou muito satisfeita de estar aqui hoje. Estamos com diversas ações em curso e essa parceria é fundamental para aumentar nossa capacidade de implementação da agenda do clima”, reforçou a secretária.

Oportunidades no tema no radar das empresas

O CDP Latin America, maior plataforma mundial para acompanhamento de dados climáticos, identificou que 52% das empresas da América Latina que responderam ao reporte de mudanças climáticas em 2022 dispõem de processos para avaliar os riscos e oportunidades desse tema em suas organizações. O estudo trouxe ainda que 31% identificaram riscos e 34%, oportunidades com potencial para causar impactos financeiros ou estratégicos para seus negócios.

O levantamento, que contou com a participação de 2.026 organizações latino-americanas – um aumento de 46% quando comparado com 2020 – concluiu que o risco climático é de US$ 72,79 bilhões, podendo chegar aos US$ 134,98 bilhões. Já as oportunidades variam entre US$ 173,39 bilhões e US$ 135,39 bilhões, com custo para materializá-las estimado em US$ 48,73 bilhões.

“O cenário da América Latina é favorável para as organizações que souberem investir corretamente nas questões climáticas”, afirma o gerente de operações do CDP Latin America, Caio Monaco. Segundo o executivo, as empresas latino-americanas identificaram mais oportunidades financeiras relacionadas às questões ambientais e mudanças climáticas do que riscos e impactos prejudiciais. Há mais oportunidades de geração de receita na transição para uma economia de baixo carbono.

Dentre as organizações que responderam ao CDP em 2022, 66% obtiveram notas entre D e D- e menos de 1% das empresas pontuaram A, maior nota de atribuição do CDP As notas representam o estágio de transparência de suas práticas ambientais. Apenas 1% pontuou com -A, 5% com B, 1% com -B, 12% com C e 2% com -C.

Juntas, essas empresas somam US$ 1,38 trilhão de capitalização e representam 65% do mercado na América Latina. Já as que receberam notas A e A- compõem 22% da capitalização latino-americana e as organizações com notas B e B- respondem por 50%.

Entre as organizações respondentes, 58% têm lideranças de altos cargos supervisionando questões climáticas, sendo 41% em posições de C-level. Além disso, essas empresas possuem incentivos vinculados à boa gestão de questões climáticas (31%), dos quais 78% são monetários. Em alguns casos, são oferecidos bônus atrelados a metas ambientais que chegam a 5% do salário anual do colaborador.

Apesar do avanço, apenas 30% das organizações utilizam análise baseada em cenários climáticos, 13% possuem plano de transição alinhado com os parâmetros do Acordo de Paris para limitar o aumento de temperatura em 1,5ºC e 22% mantêm metas de redução de emissão de Gás de Efeito Estufa.

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