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Minas Gerais aprende com vanguarda do Reino Unido pela descarbonização

Minas Gerais aprende com vanguarda do Reino Unido pela descarbonização
Crédito: Divulgação/Fiemg

No 3º Workshop Minas Gerais – Reino Unido: Acelerando inovação rumo ao net zero, realizado nesta terça-feira (8), o presidente do Conselho de Política e Mercados Internacionais da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Alexandre Mello, lembrou que o estado responde sozinho por um terço das exportações para aquele país da Europa, especialmente com produtos como ouro, café, minério de ferro e seus concentrados.

Ele ponderou ainda que a FIEMG e Minas assinaram, na COP 26, o acordo pelo race to zero – redução das emissões de carbono – e disse esperar que, em breve, várias empresas mineiras também o façam.

Estiveram ao lado de Mello na mesa de abertura do evento desta terça-feira a gerente de Desenvolvimento de Negócios para Mineração do Governo Britânico, Nathália Gomide, e a subsecretária da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Kethleen Garcia.

“É muito importante a participação das indústrias, e a FIEMG faz esse papel muito bem de envolve-las nesse processo. Gostaria de convidar as empresas a virem participar. Vai ser feito um trabalho aqui que muito nos interessa, em que o governo pode atuar e ajuda a reduzir problemas e gargalos que até o próprio Estado cria”, ponderou a subsecretária.

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Emprego e renda

Gerente de Desenvolvimento de Negócios Internacionais da Energy Systems Catapult, Felipe Cruz, condutor do evento, ressaltou que o objetivo dessa série de workshops é buscar estimular a descarbonização em Minas Gerais, tendo em vista que o Reino Unido está na vanguarda em projetos dessa natureza. “Uma boa forma de gerar descarbonização é seguir o que o outro faz e abraçar essa oportunidade e os benefícios que isso traz”, frisou ele, lembrando que esse caminho resultará em geração de emprego, renda e investimentos.

Ao abordar o tema “Planejamento energético da área local”, o engenheiro sênior da Catapult Grant Toff contou que a produção energética é pensada por eles como algo que influencia as pessoas. Em função disso, detalhou, esse planejamento é feito de forma colaborativa no Reino Unido, com importante interação com as partes interessadas (stakeholders). “Pensamos nos sistemas físicos, mas também nos sistemas digitais, nos computadores que controlam e como o mercado pode influenciar os sistemas que construímos, as políticas locais e as internacionais. “Entendemos que cada área é diferente, com pessoas diferentes, geografias diferentes, redes e objetivos diferentes. O planejamento nos permite formas de pensar em regiões distintas, com os dados disponíveis localmente”, pontuou

Ações locais

O engenheiro explicou que, normalmente, nos projetos nos quais trabalham contam com acompanhamento dos governos locais, algum representante do setor de transporte da cidade, dos moradores. “Fazemos reuniões com esses grupos de stakeholders para entender quais são as prioridades locais chegamos a um acordo em relação ao que podemos explorar. É realmente um processo colaborativo”, frisou. “Já observamos que em locais onde essa iniciativa é bem planejada, eles conseguem baixar os níveis de carbono. Se não tiver essa organização, os investimentos acabam sendo gastos mal feitos”, contou.

Consultor sênior da equipe de dados da Catapult, Jake Verma falou sobre Digitalização energética como mudança tecnológica para a descarbonização. Segundo ele, foi criada uma força tarefa para aumentar o nível de digitalização do sistema energético no Reino Unido. “Há muitas organizações que trabalham com o sistema energético, mas não têm facilidade de acesso aos dados de que necessitam. Refletimos a respeito dessa questão e pensamos que deveria haver algum tipo de informação que pode ser fornecido, então, resolvemos avaliar que dados poderiam ser publicados e elaboramos projetos para facilitar isso”, revelou.

Otimização de dados

Verma explicou que no Reino Unido há apenas um operador, que tem o monopólio desses dados. “Criamos um diagrama no qual oferecemos orientações específicas nesse processo, para que possam seguir as recomendações dessa força tarefa. Isso resultou em uma publicação que agora está sendo utilizada pela indústria energética. Fizemos um desafio de dados, um desafio para otimizar os dados, queríamos maximizar a utilização deles. Queríamos ver os dados do operador, da empresa de energia, para melhorar o entendimento dessas informações”, assegurou.

Gerente de Aceleração Tecnológica da Catapult, Andrew Pease considerou que a tecnologia que pode ser adotada nesse processo de descarbonização nem sempre se resume a uma inovação, às vezes, tem a ver com o uso de tecnologias já existentes, usadas em outro setor e adaptadas para esse fim. Falando sobre Minas Gerais, ele ponderou que o primeiro passo, pensando sobre diferentes setores, temos que ajudá-los a identificar oportunidades, onde elas estão. Há muitas indústrias com áreas complementares. Temos que avaliar e mostrar a elas oportunidades e riscos”, alertou.

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