Minas Gerais fortalece plano de descarbonização

A WayCarbon, empresa global e referência em soluções voltadas para a transição justa e resiliente rumo a uma economia Net-Zero, foi escolhida para apoiar o Estado na atração de investimentos verdes para a implementação de metas do Plano de Ação Climática do Estado (Plac).

O projeto, que será implementado em parceria com o Centro Brasil no Clima (CBC), visa apoiar Minas Gerais a acelerar a implementação das atividades prioritárias do seu Plano de Ação para o cumprimento dos compromissos com vistas à descarbonização da economia. O objetivo é fortalecer as capacidades de monitoramento, relato e avaliação das ações e metas do plano, enquanto aprimora as perspectivas de financiamento, identificando oportunidades para a conquista de investimentos.
Anunciado em 2022, o Plac-MG é uma iniciativa que estabelece medidas e mecanismos para neutralizar a emissão regional de carbono no Estado até 2050.
De acordo com a coordenadora de Finanças Sustentáveis da WayCarbon, Patrícia Grossi, o objetivo é impulsionar a adoção de recomendações focadas na transição justa pelo Estado de Minas Gerais e viabilizar a implementação do Plac, fornecendo à Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) ferramentas e capacidades técnicas que permitam o monitoramento e a avaliação de metas e ações selecionadas.
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“O Plac conta com 199 metas. O nosso trabalho é apoiar para tirar o Plano do papel, com foco especial no monitoramento das metas. Nem todas são mensuráveis e fizemos uma priorização entre essas metas. Selecionamos 23 para transformar em indicadores mensuráveis e, no fim, vamos colocar isso em forma de uma ferramenta que ainda será construída”, explica Patrícia Grossi.
A expectativa, segundo a gerente de Finanças Sustentáveis da WayCarbon, Bruna Araújo, é que o monitoramento e a entrega da ferramenta – que vai tornar os dados transparentes e verificáveis – prevista para dezembro, ajude Minas Gerais a ajustar o orçamento dedicado às ações de descarbonização e também conseguir financiamento dentro e fora do Brasil.
“Um dos componentes do projeto é também ajudar a captar recursos para isso. Ao trabalhar com dados verificáveis, colocamos o Estado em uma posição mais favorável para conseguir recursos, especialmente no exterior. Hoje a questão não é mais ter ou não um plano, mas como financiá-lo. Esse tem sido o foco das Cops. A ferramenta trará transparência para o cidadão, para o sistema financeiro, para os outros governos. É como Minas se posiciona para dentro e para fora. Com uma base produtiva formada por atividades de alto impacto, principalmente o agronegócio e a mineração, o Estado está no centro das atenções”, pontua Bruna Araújo.
Para que tudo isso seja possível em um estado com 853 municípios, a WayCarbon vai trabalhar com dados de plataformas públicas do próprio governo estadual e das cidades. Outra possibilidade, quando não existirem dados consolidados, é utilizar plataformas regionais ou setoriais.
“O melhor é sempre trabalhar com dados concretos, mas no Brasil ainda enfrentamos graves dificuldades de coleta de dados e integração de plataformas. Por isso vamos usar metodologias diversas para garantir robustez à nossa entrega”, destaca a coordenadora de Finanças Sustentáveis da WayCarbon.
O projeto terá impacto também sobre outros órgãos do governo envolvidos na implementação do Plac. Nesse sentido, o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), peça fundamental na execução da política climática estadual, receberá recomendações para aprofundar a implementação de sua estratégia climática, fortalecendo sua capacidade técnica e atratividade para investimentos verdes, atuando em sinergia com a Secretaria na implementação do Plano.
“Minas assumiu uma posição de destaque quando desenvolveu o Plac e agora novamente. As mudanças acontecem nos territórios. O governo federal tem papel de organizar e puxar a agenda. Essa atenção dos governos subnacionais é muito importante. Está acontecendo uma discussão importante sobre a arquitetura dos bancos multilaterais sobre como fazer o dinheiro chegar lá na ponta, para os municípios, para as pequenas empresas. Fiquei surpresa com o nível de participação das unidades subnacionais na última COP, em Dubai. Queremos que a ferramenta que vamos ajudar Minas Gerais a construir seja inspiradora na próxima COP que vai acontecer em Belém, no ano que vem, e ajude na descarbonização da economia mundial”, anuncia a gerente de Finanças Sustentáveis da WayCarbon.
A iniciativa está alinhada com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 13: “Ação contra a mudança global do clima – Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos” e com o Movimento Minas 2032 – pela transformação global (MM2032). Liderado pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO, o MM2032 propõe uma discussão sobre um modelo de produção duradouro e inclusivo, capaz de ser sustentável, e o estabelecimento de um padrão de consumo igualmente responsável, com base nos ODS da Organização das Nações Unidas (ONU), preconizados desde 2015.
Entenda o Plac
O Plano Estadual de Ação Climática (Plac) estabelece 199 metas para redução de emissão de gases de efeito estufa e captura de carbono, para mitigação e adaptação aos efeitos adversos do clima para o território mineiro. No Plac foram estabelecidas ainda metas intermediárias a cada cinco anos.
O Plac foi desenvolvido com apoio internacional e participação efetiva da sociedade civil, setor produtivo e universidades. Seu objetivo principal é orientar o Estado em direção a uma economia verde de baixo carbono, proporcionando resiliência diante das mudanças climáticas e promovendo uma sociedade mais inclusiva e sustentável do ponto de vista socioambiental.
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