Movimento Minas 2032

Minas Gerais pode assumir vanguarda da descarbonização

Quarta edição do Workshop Minas Gerais – Reino Unido: Acelerando Inovação Rumo ao Net Zero aborda formas de financiar e investir na economia sustentável
Minas Gerais pode assumir vanguarda da descarbonização
Crédito: Sebastião Jacinto Júnior

O sucesso da descarbonização em Minas Gerais depende de inovações feitas a partir de uma visão holística do sistema econômico do estado, envolvendo todos os setores, como o industrial, de transporte, de agricultura, pecuária.

A recomendação é resultado de um estudo que acaba de ser feito pela Energy Systems Catapult, ligada ao governo britânico, apresentado nesta terça-feira (29), no 4º Workshop Minas Gerais – Reino Unido: Acelerando Inovação Rumo ao Net Zero.

Finanças e Investimentos capazes de colaborar para a descarbonização de empresas mineiras foram tema da quarta edição do evento, realizado em parceria pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e pelos governos de Minas Gerais e do Reino Unido. Felipe Cruz, da Energy Systems Catapult, ao apresentar o levantamento feito no estado, frisou que é importante que o governo mineiro defina a trajetória dessa viagem rumo ao Net Zero.

“É preciso buscar o desenvolvimento de modelos que definam esse caminho até o Net Zero, de menor custo, de menor arrependimento e de maior acessibilidade tecnológica e econômica. Existe muito potencial para a biomassa da agricultura, da pecuária e dos lixos urbanos que pode ser usada de forma diferente, para novos vetores como gás e nitrogênio. Essas ações podem ser definitivas para que Minas se posicione na vanguarda dessa revolução verde”, ressaltou Cruz.

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Municípios

Ele lembrou que é vital envolver os municípios nesse processo, e que o governo esteja atento a novos sinais de mercado, para identificar tecnologias que merecem receber incentivo econômico. “Para que Minas Gerais desenvolva isso do ponto de vista local e exporte mundialmente, porque o mundo vai precisar de tecnologia de baixo carbono”, reafirmou.

Presidente do Conselho de Política e Mercados Internacionais da Fiemg, Alexandre Mello ressaltou que a indústria brasileira, principalmente, a mineira, tem se engajado há muitos anos nessas questões relacionadas do desenvolvimento sustentável, ao clima, e quase todas as indústrias do estado desenvolvem projetos nesse sentido.

“A Fiemg trabalha, por exemplo, para sensibilizar os setores a abordarem em seus planos de risco a questão da adaptação climática. Todo início de ano a gente vê o volume de chuvas só aumentando. Obviamente, os setores têm que se readequar para enfrentar isso”, observou. Mello lembrou também do Programa de Mudança do Clima Emissão Carbono Zero, que será lançado em breve, no qual a Federação fará uma avaliação de procedimentos para a mitigação de gases de efeito estufa.

Kathlen Garcia, subsecretária da Secretaria de Estado de Desenvolvimento de Minas Gerais, recordou que o governo mineiro foi o primeiro a assinar o Race to Zero, na COP 26, em Glasgow, Escócia, que prevê a descarbonização da economia até 2050. Segundo ela, essa parceria promovida com a FIEMG e o Reino Unido permite ao estado atrair novas empresas já nesse contexto, de todos trabalhando por energias limpas, de chegar ao Race to Zero até 2050.

“Temos um governo muito focado em atrair novos investimentos para Minas Gerais. Temos um programa conduzido exclusivamente pelo governador, o Sol de Minas, voltado para a energia fotovoltaica. Minas é o primeiro estado a superar a marca de 2 gigawatts. tanto de energia instalada quanto distribuída. Temos benefícios fiscais para esse setor”, observou a subsecretária.

Cooperação

A realização de um webinar para identificar e atrair para Minas empresas de energia e mineração que já atuam no Reino Unido foi anunciada para breve pelo gerente de Cooperação Brasil – Reino Unido, Renato Cordeiro. “Minas Gerais está na vanguarda dessa discussão, a gente tem conversas avançadas com os atores de energia do estado”, disse.

Felipe Cruz ponderou que quando foi criado o conceito de realização dos quatro workshops Minas Gerais – Reino Unido: Acelerando Inovação Rumo ao Net Zero foram estabelecidos quatro pilares para que, acima de tudo, o estado abrace a oportunidade que é a economia de baixo carbono.

Entre esses pilares, citou Cruz, destacam-se a intenção de trazer segurança jurídica para que o governo de Minas incentive os investidores à economia de baixo carbono; conquistar os impactos econômicos e sociais da descarbonização; identificar onde estão as principais oportunidades de atração de investimentos no estado.

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