Movimento Minas 2032

Movimento Minas 2032: entidades discutem caminhos para o desenvolvimento sustentável

Encontro teve como objetivo trocar experiências e debater iniciativas alinhadas aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)
Movimento Minas 2032: entidades discutem caminhos para o desenvolvimento sustentável
FOTO: Ana Luisa Sales

Minas Gerais tem, cada vez mais, se consolidado como um Estado preocupado com o desenvolvimento sustentável. É o que entidades governamentais, empresariais e da sociedade civil mineiras demonstraram no Seminário Sustentabilidade: Presente e Futuro, promovido pelo Movimento Minas 2032, pela Transformação Global, idealizado pelo Diário do Comércio e Instituto Orior. O evento ocorreu nesta terça-feira (12) e trouxe luz às políticas públicas e iniciativas que os setores vêm adotando para fomentar o desenvolvimento sustentável nas cidades mineiras, além de discutir as lacunas existentes para a concretização de projetos em cidades menores com poucos habitantes.

Com objetivo de trocar ideias sobre políticas e projetos voltados para o alcance das metas dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU), representantes de grandes organizações, como Sebrae, BDMG, Fecomércio MG, Associação Mineira de Municípios (AMM) apresentaram as iniciativas voltadas para sustentabilidade já em curso nas instituições. As entidades também se debruçaram sobre pontos que ainda precisam ser melhorados.  

Para o diretor de Relações Institucionais da Interact Place, Hernani Castro Júnior, um dos mediadores do evento, a união dos agentes em uma mesa de debates se fez necessária devido ao tempo curto, de somente cinco anos, que países, estados e cidades que aderiram ao compromisso com a ONU têm para apresentarem seus resultados. 

“A gente precisa lembrar que 2030 é um prazo para alcançar as metas das ODS, porque está ali e pronto. Então é preciso que as entidades tenham esse diálogo para podermos dar conta de entregar as metas. E esse ponto do prazo é uma questão crucial porque tem sido muito difícil terminar os projetos e dar continuidade, já que, por exemplo, no âmbito municipal não há uma mentalidade de dar continuidade aos projetos já iniciados de uma gestão anterior”, comenta. 

Interiorização 

Ciente desse problema e com foco em acelerar a adoção de políticas alinhadas com ODS em municípios mineiros, a fundadora da startup LICI GovTech, Grazi Carvalho, aponta que um dos grandes desafios é a falta de conhecimento e, muitas vezes, até um preconceito com o tema. 

“A maioria dos prefeitos eleitos recentemente não sabe que há uma agenda para cumprir e que essa agenda é muito estratégica, inclusive para captação de recursos para os próprios municípios”, aponta. 

Segundo a executiva, a adoção de políticas voltadas à metodologia do desenvolvimento sustentável é importante e é, inclusive, uma estratégia para se adequar à diminuição de repasses promovida pela reforma tributária. 

“Eles estão passando agora por um momento de oportunidade que muitos estão deixando passar. Nesse primeiro ano de mandato, eles precisam elaborar o plano de governo e que, se eles não o construírem alinhados às ODS, que é a metodologia que as fontes de financiamento usam para liberar recursos, eles vão ficar quatro anos parados e travados. Isso é preocupante. É urgente. Então, precisamos que as informações cheguem até os prefeitos”, pondera. 

A perspectiva é endossada pela superintendente de Planejamento do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Cinthia Bechalaine. Ela aponta que, no cenário atual, para que os setores produtivos e governos recebam investimentos, cada vez mais, há cobrança por alinhamento à sustentabilidade. 

“Em 2024, o BNDES captou com o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) US$ 200 milhões e temos US$ 450 milhões em captação com o Banco Interamericano de Investimento, e também já realizamos captações com o Banco Europeu de Investimento. Esse dinheiro é destinado a situações relacionadas aos temas dos ODS”, reforça a representante do BDMG. 

Jornalismo propositivo é um aliado

Outra participante da mesa de debates foi a presidente e diretora editorial do Diário do Comércio, um dos idealizadores do MM 2032, Adriana Muls. Para ela, a mídia tem um papel crucial e estratégico ao disseminar informações formadoras de conhecimento para a desmistificação sobre o desenvolvimento sustentável. 

“O momento que a gente vive é de tanta complexidade, de conflitos, de economias incertas, de desigualdade social e crise climática. Então, nós produtores de conteúdo temos que entender muito bem o papel que ocupamos nesse processo. Não dá para falar em economia, gestão e negócios sem apontar caminhos para uma nova economia, para uma nova forma de fazer negócio e de entender os impactos que causamos”, ponderou.

Adriana Muls destacou a importância de uma mídia séria e capaz de propor debates complexos como uma forma de transformar a sociedade sobre os temas do desenvolvimento sustentável. “A gente vive em um mundo que consome informações superficiais. Mas eu acho que a gente tem esse papel de elevar o olhar e aprofundar em temas que precisam ser aprofundados, trazendo uma informação que gera conhecimento”, acrescentou.

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