Movimento Minas 2032

Mulheres discutem riscos e oportunidades da Agenda ESG

A presidente e diretora editorial do Diário do Comércio, Adriana Muls, participou de debate sobre o tema
Mulheres discutem riscos e oportunidades da Agenda ESG
Foto: Amanda Koide

A Rede de Mulheres Líderes na Governança Corporativa do Capítulo Minas Gerais do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) realizou, na sede da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o debate “ESG: avanços e retrocessos”. Duas questões principais nortearam a conversa: “A Agenda ESG permanece ou recuará?” e “Quais são os riscos e oportunidades?”

Para falar para uma plateia majoritariamente formada por mulheres, foram convidados a presidente e diretora editorial do Diário do Comércio, Adriana Muls, e o diretor de Relações Corporativas e Sustentabilidade da Mineração Morro do Ipê, Cristiano Parreiras.

Na conversa, ambos destacaram a importância da intencionalidade e o papel das lideranças na concretização de uma agenda que busque um mundo mais equilibrado, baseado nos princípios éticos que sustentam os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), lançados pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2015.

Foto: Amanda Koide

O Relatório Luz, elaborado por 47 organizações e 82 especialistas que compõem o Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para Agenda 2030 (GT Agenda 2030) e divulgado esta semana, foi citado pela presidente do Diário do Comércio.

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O documento mostra que na América Latina apenas 22% das metas estão em progresso satisfatório. No Brasil, em 2023, 58 (34,52%) das 1.685 metas aplicáveis tiveram progresso insuficiente e 13 (7,73%) progresso satisfatório.

Passada a pandemia, em muitos setores, progredir significou apenas voltar aos índices de 2015 ou 2020. É grave que 40 metas retrocederam ou se mantiveram em retrocesso (23,8%), que 43 (25,59%) seguiram estagnadas; com 10 (5,95%) delas ameaçadas e com quatro (2,38%) sem dados para avaliação.

“Dez anos depois do lançamento dos ODS, nós só temos uma meta considerada satisfatória. Ainda nos falta senso de urgência e de entendimento sobre o quão complexo e grave é o quadro que vivemos hoje. Para buscar as soluções precisamos nos articular para entender os desafios e também as oportunidades que temos. Isso não quer dizer que não tivemos avanços, mas ainda é pouco. Precisamos transformar o discurso em ações integradas, ampliando a consciência de que cada indivíduo e cada organização precisa se apropriar da sua responsabilidade”, afirma Adriana Muls.

A presidente e diretora editorial do Diário do Comércio, Adriana Muls, participou do debate sobre avanços e retrocessos da Agenda ESG Foto: Amanda Koide

Tendo feito carreira na mineração, que pela própria natureza do negócio é um setor que causa grandes impactos sobre a natureza e a sociedade, o diretor da Morro do Ipê, Cristiano Parreiras, aposta na governança como uma da principais ferramentas para promover a transformação de mentalidade que a sociedade precisa fazer para cumprir a agenda ESG e alcançar um mundo mais sustentável.

“A governança é a ferramenta para fazermos essa transformação e na mineração ela é absolutamente indispensável. O desafio do setor é demonstrar que podemos ser modernos e sustentáveis. A pauta ESG não é, exatamente, nova, mas pode ter aparecido com outros nomes. As empresas de mineração obedecem uma legislação severa e passam por um escrutínio rígido da sociedade. Se essas empresas não tiverem responsabilidade e não forem economicamente competitivas, vão ficar fora do mercado. A Agenda ESG entra como oportunidade e a governança no início e no fim do processo”, destaca Parreiras.

Diretor de Relações Corporativas e Sustentabilidade da Mineração Morro do Ipê, Cristiano Parreiras Foto: Amanda Koide

O Movimento Minas 2032 (MM2032) – pela transformação global, é uma iniciativa que busca a articulação em Minas Gerais. Com cerca de 50 organizações participantes  – entre iniciativa privada, poder público, academia e entidades – o Movimento, liderado pelo Diário do Comércio, propõe uma discussão sobre um modelo de produção duradouro e inclusivo, capaz de ser sustentável, e o estabelecimento de um padrão de consumo igualmente responsável, com base nos ODS.

“Pensando no espaço que damos ao ESG nas páginas do Diário do Comércio, por exemplo, percebemos um interesse pelo tema da sustentabilidade, mas ainda menor do que eu gostaria. Neste trabalho, porém, a audiência não é o mais importante. É um trabalho de formação, de letramento. O Movimento surgiu em 2017 porque a gente precisava fazer Minas se unir, mas os problemas de lá pra cá se agravaram, então não tratamos com a urgência e profundidade necessária. Em alguma medida o mercado ainda tem dificuldade de entender o que são pautas propositivas. Querem ficar no factual, sem aprofundar no debate. A iniciativa privada é fundamental nesse processo porque ela é quem gera valor”, avalia a presidente do Diário do Comércio.

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