Mulheres são maioria no cooperativismo

No dia de celebração pelo Dia C, Dia de Cooperar, o maior movimento de voluntariado do segmento, realizado pela Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais (Ocemg), a força feminina do segmento é um dos destaques.
Majoritárias na ocupação de vagas de trabalho no cooperativismo, as mulheres representam 53,8% do emprego no setor que, em Minas Gerais, reúne 3,2 milhões de cooperados e já representa 12,6% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual.
“O papel das mulheres é preponderante para o desenvolvimento sustentável das cooperativas. Defendemos a participação e a ampliação feminina em todas as áreas, porque isso é estratégico para o crescimento do nosso setor”, reforça o presidente do Sistema Ocemg, Ronaldo Scucato.
Ele destaca a criação do Comitê Estadual de Mulheres no Cooperativismo pelo Sistema Ocemg, em 2022, e, no mesmo ano, a retomada do Encontro Estadual de Mulheres Cooperativistas, como dois exemplos da organização da força feminina cooperativista para tratar de equidade de gênero, liderança e inovação no segmento.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
Casos de sucesso se espalham pelo interior de Minas Gerais. A Cooperativa de Transportadores Autônomos de Cargas e Passageiros (Coopmetro), em 2009, contava com pouco mais de 100 cooperados e quatro funcionários. Com sede em Pará de Minas, agora é liderada por uma mulher, Tionília Cristina Souza, que implantou uma gestão de impacto. Hoje, são quase cinco mil cooperados e mais de 400 trabalhadores.
“Quanto mais diversa uma organização, mais ela tem capacidade de acolher as demandas de quem ela representa. Eu escuto e proponho soluções aos cooperados para trazer uma gestão mais humana e estratégica”, defende Tionília Souza.
Diretora-presidente da Cooperativa dos Profissionais de Educação em Guaxupé (Coopeg), Beatriz Ribeiro do Valle Antonelli ajudou a fundar a Escola Interativa e colabora com sua manutenção: “Precisamos dar voz às mulheres em diversas idades, funções e posições, cada vez mais, para um crescimento consistente do cooperativismo”.
Em Raul Soares, a Cooperativa Sicoob União dos Vales criou o comitê Elevare União Delas, de ações de negócios e igualdade de gênero. “Atualmente, temos 39 agências para tratar os temas e esse trabalho de estender a mão às pessoas é muito especial”, enfatiza a responsável pela Organização do Quadro Social (OQS) da cooperativa, Amanda Butinholi,
Já na cidade de Poço Fundo, as produtoras de café criaram um produto, o Café Feminino, viabilizado pela Cooperativa de Agricultores Familiares (Coopfam) e pelo Movimento Mulheres Organizadas em Busca de Igualdade (Mobi).
Scucato destaca que esses exemplos mostram a potência feminina mineira no cooperativismo. Conquistas que se fortalecem com as ações do Comitê Estadual de Mulheres Cooperativistas, que promove workshops regionais para fomentar a criação dos comitês municipais. Em 2023, foram criados 15 desses comitês por cooperativas mineiras.
A promoção de programas de incentivo para uma maior participação feminina na gestão das cooperativas faz parte das 25 diretrizes estabelecidas durante o 15º Congresso Brasileiro de Cooperativismo, que vão nortear o planejamento estratégico das entidades que compõem o Sistema Cooperativo Brasileiro nos próximos cinco anos. Um forte sinal de que o talento das mulheres está em alta no modelo cooperativista de negócios, esclarece o presidente do Sistema Ocemg.
E completa: “Conquistar mais espaço e atuar como liderança trazem benefícios intangíveis para as mulheres, que se fortalecem no mercado de trabalho cooperativista. Quem mais tem a ganhar com a presença delas, porém, é o cooperativismo”.
Ouça a rádio de Minas