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Plataforma facilita ação de voluntários

Plataforma facilita ação de voluntários
Mariana Serra: empresa surgiu de uma necessidade pessoal | Crédito: Jefferson Bernardes/ Agência Preview

Ajudar a quem ajuda é a missão de todo voluntário. Mas fazer isso de forma a causar o maior impacto possível exige organização, tempo e capacidade técnica. Foi com esse objetivo que surgiu no Rio de Janeiro, há oito anos, a VVolunteer.

A startup é uma plataforma social focada em voluntariado, ajuda humanitária e educação social. Ela pesquisa, analisa, cataloga e fecha parcerias com alguns dos mais relevantes projetos sociais do mundo para proporcionar a pessoas dos mais variados perfis experiências humanitárias transformadoras. Além disso, promove cursos com o objetivo de formar cidadãos globais, engajados e preparados para transformar realidades através de ações sociais.

De acordo com a idealizadora e cofundadora da VVolunteer, Mariana Serra, embora o brasileiro esteja acostumado a doar e ser solidário em situações de emergência, a cultura do voluntariado ainda é incipiente no País. A empresa surgiu da vontade pessoal dela de praticar o voluntariado mas não encontrar apoio para que isso fosse possível de uma maneira mais profissional.

“Tive uma educação em casa e na escola que valorizava a ação cívica voluntária. Sou formada em relações internacionais, trabalhava em uma grande multinacional e era voluntária no meu tempo livre. Mas eu queria mais que isso, queria, por exemplo, ser voluntária durante as minhas viagens de férias, mas não encontrava nenhuma agência ou instituição que me ajudasse nisso. A grande virada veio quando pensei no empreendedorismo como solução. Assim nasceu o conceito da VV. No início o foco era agenciar pessoas. A gente capacitava a pessoa que depois era alocada em destinos em que temos operações, junto a instituições e líderes comunitários que criam soluções sociais”, explica Mariana Serra.

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Para se sustentar economicamente, a startup social humanitária conta com a receita vinda dos cursos pagos (individuais ou por assinatura), o trabalho de agenciamento e doações. Recentemente começaram os projetos patrocinados. A cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro, atingida por uma catástrofe climática em março, foi a primeira beneficiada. Está em andamento agora uma ação de ajuda para os atingidos pela guerra na Ucrânia.

“Somos uma empresa privada, uma startup social humanitária. A diferença é que, no nosso caso, a geração de lucro e o impacto social são trabalhados juntos. Começamos agora com projetos patrocinados em formato cobranding. Grandes empresas se associam a nós para financiar e, principalmente, divulgar um projeto. Assim, juntamos a capacidade econômica e a visibilidade dessas empresas com a nossa expertise de formar e mobilizar os voluntários. Isso é muito interessante para as empresas porque além de cumprirem um propósito e devolverem à sociedade parte do que recebem dela, elas garantem uma exposição positiva da marca. Cada vez mais investidores e consumidores estão cobrando posicionamento das empresas. Deixar de se posicionar, hoje, é se posicionar negativamente”, avalia a CEO da VVolunteer.

Até hoje já foram realizadas mais de 100 ações em grupo e, em média, são capacitadas 300 pessoas por ano. Cerca de 50% delas escolheram participar de projetos dentro do Brasil. Nos dois últimos anos, devido às restrições aos deslocamentos e à crise econômica derivadas da pandemia, mais gente tem escolhido ações no território nacional. A maior parte vem das regiões Sudeste e Sul do Brasil.

“A maioria das pessoas se liga às causas – que pode ser a fome, empoderamento feminino, educação e inclusão infantil, por exemplo – e a partir disso escolhem o projeto. Claro que fatos que estão na mídia, como foi a tragédia de Petrópolis e agora a guerra na Ucrânia têm maior apelo, mas logo que saem dos holofotes também deixam de atrair interessados mesmo ainda precisando de ajuda, como no caso de Petrópolis. Evitamos o ‘voluntário de instagram’, aquele que quer só aparecer nas redes sociais, mas não desistimos dele. Quando ele escolhe ‘aparecer’ através do voluntariado é porque algo já o tocou. Aproveitamos esse interesse para capacitá-lo, inclusive nessa questão da comunicação através das redes sociais, que pode ser uma ferramenta poderosa se bem realizada”, completa a idealizadora da VVolunteer.

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