Movimento Minas 2032

Programa ‘Estamos Juntos’ propõe Coalizão pelo direcionamento de vagas para empresas

Criado em 2019 e acelerado em 2022, o programa é realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e pela Rede Cidadã
Programa ‘Estamos Juntos’ propõe Coalizão pelo direcionamento de vagas para empresas
Alunos da penúltima turma do “Estamos Juntos” na formatura, que foi realizada no Centro de Referência da Juventude de BH | Crédito: Divulgação PBH

Representantes do Grupo de Trabalho (GT) de empresas e do Terceiro Setor do MM2032 firmaram uma ação conjunta de esforços para aumentar a quantidade de empregos formais conquistados pelos formandos do programa “Estamos Juntos”, realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e pela Rede Cidadã.

Na semana de celebração do Dia Nacional de Luta da Pessoa em Situação de Rua, foi realizada uma iniciativa voluntária de mobilização conjunta junto a representantes da PBH, da Rede Cidadã, do Sistema Divina Providência (SDP), do Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico de Belo Horizonte (Codese-BH) e da Federação Mineira de Fundações e Associações de Direito Privado (Fundamig), que se comprometeram a atuar em busca ativa por vagas, parceiros e recursos para a colocação desse público no mercado de trabalho.

O “Estamos Juntos” promove o reingresso à sociedade de pessoas em situação ou trajetória de rua que estejam inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), por meio de sua qualificação e encaminhamento às vagas abertas nas empresas. Embora seja inovador, o programa pode ter resultados de maior empregabilidade.

Criado em 2019 e acelerado em 2022, o programa já capacitou 583 pessoas de setembro de 2023 até agora (dado mais atualizado fornecido pela PBH), sendo que 65 delas foram inseridas em empresas parceiras do projeto. Portanto, estão de volta ao mercado de trabalho e trabalhando com carteira assinada. Subsecretário de Trabalho e Emprego da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico de Belo Horizonte, Luiz Otávio Fonseca diz que é necessário fomentar a adesão de mais empresas parceiras.

“Já demos um passo exitoso que é conseguir tirar essas pessoas da extrema vulnerabilidade, qualificá-las e reintegrá-las à sociedade. Porém, é importante que o setor privado atue mais ativamente nessa contratação e o Terceiro Setor amplie suas contribuições para o grupo não seja invisibilizado na etapa da contratação”, convoca o subsecretário.

Para isso, a partir desta segunda-feira (26 de agosto), a Central de Empregos do Sistema Divina Providência, organização sem fins lucrativos, começará a atuar. Serão quatro fases: sensibilização com as empresas; abertura de processos seletivos específicos para os participantes do programa; busca ativa para os candidatos e acompanhamento minucioso da etapa de entrevistas.

“A proposta é promover a cultura da contratação das pessoas com a história de situação de rua para vencer preconceitos e sensibilizar parceiros. Essa iniciativa está alinhada ao Plano de Aceleração do Sistema Divina Providência que evidenciará nossa missão, que é a promoção da dignidade humana” explica Dolores Bertila, superintendente-geral do SDP.

Já a PBH estará em permanente contato com a Central de Empregos da instituição, ofertando perfis, além de colaborar com as mediações durante os processos seletivos. Para a Rede Cidadã, que já atua na capacitação das pessoas, no encaminhamento para o mercado de trabalho e no acompanhamento após a contratação, ficou também a tarefa de colaborar com a sensibilização de parceiros junto ao GT de Empresas e de Terceiro Setor do MM2032, além da Fundamig. Até o momento, 32 empresas já contratam com o programa.

Segundo o diretor-executivo da Rede Cidadã, Fernando Alves, o poder público, o Terceiro Setor, as empresas e a sociedade precisam se unir para assegurar caminhos para a transição de vida, por meio do trabalho, para quem está ou passou pelas ruas.

Fernando Alves, da Rede Cidadã
Fernando Alves, da Rede Cidadã: poder público, Terceiro Setor, empresas e sociedade precisam se unir | Crédito: Arquivo Pessoal / Fernando Alves

“O trabalho é fundamental para a conquista dos direitos de cidadania. O ‘Estamos Juntos’ é um bom caminho. Só chegaremos lá se estivermos verdadeiramente unidos. Para isso, os três setores da economia precisam somar esforços, conscientes de que a mudança é gradual, demanda determinação paciente e investimento consistente a médio prazo. Não tem solução rápida e depositada apenas na conta do poder público” reforça.

Maior articulação

Para maior articulação na Capital, ampliação da sensibilização com setores e empresas, além da possível captação de recursos, entra a Codese-BH, recém-integrada ao MM2032. Diretor-executivo, Elvis Gaia comenta que o desenvolvimento econômico passa pela reintegração daqueles que em algum momento viveram nas ruas.

“Nosso GT de Desenvolvimento Social tem foco nessa população tão vulnerável e pensar na inclusão dessas pessoas no mercado de trabalho é uma forma de fortalecer sua permanência na sociedade. Estamos comprometidos a estudar caminhos, unir esforços e buscar empresas e recursos porque ‘Estamos Juntos’ para transformar”, reitera.

Secretário de Desenvolvimento Econômico de Belo Horizonte, Adriano Faria esclarece que o ‘Estamos Juntos’ complementa as políticas públicas existentes. E para oferecer uma possibilidade real de saída das ruas, soma a conquista do trabalho e da renda como força ao processo geral de reintegração à sociedade. De acordo com o secretário, os profissionais saem qualificados e têm perfil para vagas existentes em diversos segmentos.

“Nós prepararmos estes indivíduos para retornar ao mercado de trabalho com maior possibilidade de permanência após a contratação. Há os setores que mais empregam na cidade que já sofrem com escassez de mão de obra e podem ser beneficiados pela possibilidade de contratação destas pessoas”, conclui Faria.

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