Queimadas são gritos da natureza por mudanças

As mudanças climáticas sinalizam, outra vez, que precisamos mudar nossa forma de viver no planeta. Depois da tragédia anunciada das enchentes no Sul, o Brasil pega fogo.
Minas Gerais está entre as regiões mais afetadas pelas queimadas no País e enfrenta uma das piores crises de queimadas dos últimos 13 anos. São mais de seis mil focos de incêndio registrados até o início de setembro de 2024, mostram os dados do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG). Apenas no primeiro dia de setembro, foram contabilizados 446 novos focos em 24 horas.

Estes números se tornam mais alarmantes quando observamos as regiões afetadas. Parque Nacional Sertão Veredas, na região Norte, e a APA Estadual Cocha Gibão. Também sofrem o Parque Estadual do Itacolomi, em Ouro Preto; o Monumento Natural Estadual Gruta Rei do Mato, em Sete Lagoas, e uma região muito próxima ao Parque Estadual do Caraça, Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Serra do Espinhaço, reconhecida pela Unesco. Cito alguns. Toda natureza perdida deve ser contabilizada.

O quadro é resultado de uma combinação de causas humanas e naturais, exacerbadas por mudanças climáticas. Especialistas apontam que mais de 90% dos incêndios no Estado são causados pela ação humana, deliberada ou acidental. Potencializada pelas altas temperaturas, combinadas com a baixa umidade do ar – que chegou a 12% em algumas áreas, similar a desertos como o Saara.

Entendo que tamanho caos que anualmente vem queimando nossas vegetações, matando animais e acabando com produções, tem, em sua origem, um hábito equivocado. Defendo que a solução venha na mudança do mesmo. O cuidado com nossa casa, a mãe Terra, urge. A Nova Economia, sustentabilidade e a vida de todo os seres dependem do compromisso para a redução dos danos causados e na imediata mudança de atitude frente à natureza. Tudo gira em torno dela.

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