Pequenos negócios geraram 8 a cada 10 postos de trabalho

As micro e pequenas empresas (MPEs) foram responsáveis por oito em cada dez postos de trabalho com carteira assinada abertos em Minas Gerais ao longo do primeiro semestre deste ano. No período, os pequenos negócios geraram 109.867 empregos formais, decorrente de 982.581 contratações e 872.984 desligamentos. O saldo positivo representou uma alta de 9% frente ao apurado nos primeiros seis meses de 2022, quando o superávit foi de 101.251 vagas.
As informações são de um levantamento realizado pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Minas Gerais (Sebrae Minas), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Conforme explica a analista da Unidade de Inteligência Empresarial do Sebrae Minas, Bárbara Castro, o mercado de trabalho brasileiro tem apresentado uma certa resiliência, mesmo diante de incertezas no campo econômico e político, tanto internamente quanto externamente. Nessa perspectiva, ela destaca que os pequenos negócios do Estado vêm contribuindo, proporcionando uma transformação na vida de várias famílias e reforçando a sua importância para o País.
Ainda segundo a analista, o bom resultado se deve a um conjunto de fatores que propiciam um melhor cenário para empreendedores e para consumidores. Ela afirma que o Brasil passa por uma estabilidade econômica, com redução das taxas de desemprego, embora ainda elevadas, desaceleração da inflação e perspectivas positivas em relação ao crescimento da economia.
“Isso vai melhorando as expectativas dos empresários e dos consumidores, criando um ambiente mais propício para aqueles negócios que tendem a expandir, gerando novas possibilidades no mercado de trabalho e fechando o círculo com geração de emprego e renda à população”, diz.
Setor de serviços se destaca positivamente e comércio negativamente
Os dados levantados pela entidade ainda mostram a abertura de vagas por setores da economia. De janeiro a junho, as MPEs do setor de serviços foram as que mais abriram postos de trabalho (49.805). Bárbara Castro salienta que o grupo tem uma capacidade de absorver de forma mais ampla trabalhadores, sejam com alta qualificação ou não, e relembra que a atividade sofreu na pandemia, mas está se mostrando pujante no momento e segue como o principal empregador.
Em segundo lugar na criação de vagas, ficaram os pequenos negócios da agropecuária (23.323), impulsionados, em especial, pelo segmento de cultivo de café, que foi quem mais gerou empregos no período (13.031). Os setores de construção civil (21.246), indústria de transformação (15.903) e extrativa mineral (631) também apresentaram superávits nos primeiros seis meses de 2023.
Por outro lado, o comércio fechou postos de trabalho no semestre (-1.041). Conforme a analista, o setor atravessa uma época turbulenta, ocasionada, sobretudo, pelo aumento das vendas de plataformas de e-commerce, principalmente da Ásia. Esse fator, segundo ela, tem interferido na produção e nas comercializações das MPEs e de grandes varejistas brasileiras.
Saldo de empregos sobe 17% em junho
Especificamente em junho, os pequenos negócios de Minas Gerais criaram 23.554 vagas, fruto de 142.889 admissões e 119.335 demissões. Esse resultado representou uma evolução de 6% em comparação ao mesmo período do exercício anterior, quando o saldo positivo foi de 22.163 vagas, e uma alta de 17% em relação a maio, momento em que o superávit foi de 20.192.
Quanto aos grupos de atividades econômicas, todos registraram saldo positivo. Nesse caso, a agropecuária foi destaque (8.243). Em seguida, ficaram serviços (6.878), construção civil (3.801), comércio (2.398), indústria da transformação (2.141) e extrativa mineral (93).
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