Sebrae ensina pequenos negócios a impulsionar vendas digitais

Imagine uma vitrine sem limitação geográfica ou horário de funcionamento. Ela já existe e fica a poucos cliques de anunciantes e consumidores. Trata-se do tráfego pago, estratégia que tem sido cada vez mais utilizada por negócios de todos os tamanhos e segmentos como forma de impulsionar vendas e alcançar novos públicos.
O modelo, baseado na veiculação de anúncios pagos em plataformas como Facebook, Instagram e WhatsApp, tem se apresentado como uma solução acessível até mesmo para quem não domina o universo da publicidade digital, inclusive os pequenos empresários.
A crescente demanda por esse tipo de ação motivou o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) a lançar uma consultoria especializada, subsidiada por meio do programa Sebraetec. O serviço oferece suporte completo na criação de anúncios em diferentes plataformas e inclui o planejamento estratégico, a segmentação de público e a análise de métricas para o aprimoramento dos anúncios.
Da conta pessoal ao domínio do Gerenciador de Anúncios
A iniciativa está em fase piloto no Estado e já conquistou boa adesão. Segundo a assistente do Sebrae Minas, Greice Tamires Starick, a metodologia da consultoria é dividida em quatro encontros – dois com duração de duas horas e outros dois com três horas cada. O foco está na transição do uso amador das redes sociais para uma atuação mais estratégica, com domínio das ferramentas profissionais oferecidas pela Meta.
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“No primeiro encontro, é feito um diagnóstico da empresa, se já possui e-commerce, página no Facebook, conta de anúncio vinculada, entre outros pontos. A partir daí, há um alinhamento técnico para garantir que o empreendedor tenha a estrutura mínima para veicular campanhas”, explica.

Na etapa seguinte, os participantes aprendem a produzir os chamados “criativos”, conteúdos em vídeo ou imagem que serão impulsionados. “A ideia é que eles saiam da consultoria sabendo, de fato, montar e gerenciar campanhas alinhadas com seu público-alvo, sua região de atuação e com o orçamento disponível. O ideal é que cada um tenha pelo menos R$ 300 adicionais para as campanhas em si”, detalha.
A assistente do Sebrae reforça que, mais do que oferecer uma alternativa ao alto custo de contratar agências ou gestores de tráfego profissional – o que pode facilmente ultrapassar um salário mínimo mensal -, a proposta da consultoria é garantir autonomia ao pequeno empreendedor.
“A metodologia do Sebrae ensina a pessoa a trabalhar com o Gerenciador de Anúncios, que tem muito mais recursos do que simplesmente publicar no Instagram. E o melhor: ao final do processo, o empreendedor sai sabendo fazer sozinho”, destaca Greice Starick, que também participa como aluna, em parceria com o marido.
Empreendedora da moda já colhe frutos das campanhas de tráfego pago
Uma das participantes da consultoria é a sócia da Lindonna Modas, Fátima Maria de Almeida, que atua no ramo de moda feminina com lojas físicas em Mata Verde e Almenara, no Vale do Jequitinhonha. Ela conta que procurou o Sebrae porque sentiu a necessidade de aprimorar as estratégias digitais, especialmente no que tange à divulgação da marca nas redes sociais.
Durante a consultoria, a empreendedora aprendeu a importância de planejar campanhas com objetivos claros, segmentar o público corretamente e acompanhar métricas. “Com a consultoria, entendi que investir em anúncios on-line vai muito além de simplesmente impulsionar publicações. É preciso criar conteúdos relevantes e tomar decisões com base em dados”, afirma.
Com apoio do Sebrae, ela lançou campanhas segmentadas no Instagram e no Facebook, voltadas para mulheres acima de 20 anos das cidades onde atua. “Passei a investir em anúncios utilizando fotos reais das peças e legendas mais envolventes. Já comecei a observar pequenos resultados, como o aumento das interações nas redes sociais, mais seguidores e contatos pelo WhatsApp”.
A campanha junina da empreendedora obteve resultados expressivos: 60.466 visualizações, 36.853 pessoas alcançadas e 141 cliques, com custo médio por clique de apenas R$ 0,45. Em relação ao futuro, Fátima de Almeida revela que pretende continuar investindo em tráfego pago, mas de forma cada vez mais estratégica. “Também quero aprimorar o conteúdo orgânico no Instagram, explorar o TikTok e investir em campanhas sazonais. O objetivo é fortalecer a marca, fidelizar clientes e atrair novas consumidoras”.
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