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99 passa a aceitar pedidos de corridas pelo WhatsApp

99 passa a aceitar pedidos de corridas pelo WhatsApp
Crédito: REUTERS/Dado Ruvic

São Paulo – A empresa de transporte por aplicativo 99 começa em outubro a aceitar pedidos de corridas por meio do WhatsApp, com ambas companhias buscando ampliar receitas diante da explosão da demanda por serviços digitais no País na esteira da pandemia da Covid-19.

O serviço, inicialmente restrito a quatro cidades do interior paulista (São Carlos, Araraquara, Bauru e Presidente Prudente), será gradualmente estendido nas próximas semanas, podendo estar disponível em todo o País até o fim de 2020, disse a diretora de Operações da 99, Livia Pozzi.

A parceria tem como alvo principal públicos das classes C e D, cujos smartphones eventualmente tenham capacidade menor para download de muitos aplicativos, e pessoas que morem em regiões cujo sinal da telefonia móvel é mais fraco.

“É um meio de evitar a fricção e permitir acesso ao serviço para um universo maior, já que as pessoas não precisarão mais baixar nosso aplicativo para pedir as corridas”, disse a executiva, acrescentando que o canal abre possibilidade de pedidos de clientes ocasionais, que não querem baixar um app.

A parceria, a primeira do tipo no mundo da chinesa Didi Chuxing, mostra uma ofensiva da dona da 99 para enfrentar a maior rival e líder no Brasil, a Uber. Com cerca de 20 milhões de clientes cadastrados no app, a 99 tem mais de 750 mil motoristas ativos em 1,6 mil municípios do País. Já o WhatsApp tem 120 milhões de usuários ativos no Brasil.

Pelo menos por enquanto, as corridas pedidas pelo WhatsApp podem ser pagas apenas em dinheiro, meio já usado em cerca de 70% em pedidos feitos na 99, disse Livia Pozzi. O valor será o mesmo dos cobrados nas corridas pedidas pelo aplicativo da empresa e os motoristas da 99 terão a possibilidade de recusar pedidos para pagamento em dinheiro.

Mais adiante, o aplicativo de mensageria poderá usar seu braço WhatsApp Pay para permitir pagamentos com cartões, disse a diretora no Brasil de Negócios do Facebook, dono do WhatsApp, Gabriela Comazzetto.

O Banco Central autoriza instituições financeiras atualmente a fazerem pagamentos com uso do WhatsApp apenas em fase de testes.

Para lidar com questões de segurança, as empresas criaram um ambiente intermediário quando o usuário deve confirmar dados cadastrais no primeiro pedido. Nas solicitações, deve informar locais de destino e de embarque no chat, com mapa integrado. Em seguida, por WhatsApp são enviados previsão de valor da corrida, tempo de espera, nome do motorista e dados do veículo. No fim da corrida, o cliente recebe via mensagem o valor a ser pago.

Segundo a 99, durante a pandemia o uso de seu aplicativo já cresceu 54% em periferias do País. (Reuters)

Crédito: REUTERS/Lucy Nicholson

Uber e Lyft tentam derrubar lei

Uber e Lyft estão gastando juntas quase US$ 100 milhões em uma iniciativa para derrubar uma lei na Califórnia que as obriga a classificar motoristas como empregados.

Essa quantia parece menor do que os custos potenciais de cumprir a lei.

As duas empresas enfrentariam, cada uma, mais de US$ 392 milhões em impostos sobre a folha de pagamento anual e outros custos trabalhistas, mesmo se cortassem drasticamente o número de motoristas em suas plataformas.

Usando como base um estudo sobre a remuneração do motorista da Cornell University, cada motorista em tempo integral custaria, em média, US$ 7,7 mil a mais. Isso inclui cerca de US$ 4,56 mil em impostos federais e de folha de pagamento e cerca de US$ 3,14 mil em seguro de remuneração anual.

As empresas dizem que precisariam elevar significativamente os preços para compensar ao menos alguns dos custos extras, o que por sua vez provavelmente reduziria a demanda do consumidor.

Uber e Lyft também disseram que poderiam sair a Califórnia – que seria o quinto maior mercado do mundo se o Estado fosse um país. Outros estados dos EUA disseram que planejam seguir o exemplo da Califórnia e aprovar leis semelhantes.

Um voto “sim” na proposta na Califórnia daria para Uber e Lyft o que elas buscam, que é derrubar a lei conhecida como AB5, que entrou em vigor em janeiro. Uber e Lyft têm insistido que a lei não se aplica a elas, desencadeando uma batalha jurídica.

A disputa destaca os riscos enfrentados por Uber, Lyft, DoorDash e várias outras empresas que montaram negócios com trabalhadores não elegíveis para planos de saúde, seguro-desemprego ou outros benefícios.

Segundo a campanha patrocinada pelas empresas, empregados do setor receberiam alguns benefícios como salário mínimo, subsídio de saúde e seguro contra acidentes, mas seguiriam independentes, sem direito a benefícios mais substanciais dos empregados.

A Califórnia representa 9% das viagens globais da Uber e das reservas brutas de entrega de comida. Mas o Estado gera uma fatia insignificante de lucros ajustados antes de juros, impostos, depreciação e amortização, disse a Uber em novembro.

A Lyft, que opera apenas nos EUA e não tem um negócio de entrega de comida, disse em agosto que a Califórnia responde por cerca de 16% do total de viagens da empresa.

As empresas afirmam que a maioria de seus motoristas não quer ser empregada e trabalha menos de 25 horas por semana. Muitos motoristas usam o serviço para complementar renda.

A Uber disse que os custos administrativos fixos por empregado tornariam mais caro permitir emprego de meio período. A Uber disse que seria forçada a reduzir sua base de motoristas na Califórnia em 76%, para 51 mil motoristas de tempo integral.

A Uber também disse que poderia reduzir os salários em dinheiro para compensar os custos de benefícios mais altos, reduzindo assim a carga tributária potencial.

Executivos da Lyft disseram que a empresa teria que “reduzir substancialmente” sua base de motoristas para um número menor de funcionários, mas não deu um número. (Reuters)

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