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ABC da Construção ampliará distribuição

ABC da Construção ampliará distribuição
A rede ABC da Construção, nascida em Juiz de Fora, conta com mais de 200 guide shops, atacarejo e e-commerce, atendendo mais de 500 mil clientes | Crédito: DIVULGAÇÃO ABC DA CONSTRUÇÃO

Os 65 anos de tradição não impediram que a ABC da Construção, rede de material de acabamento, com origem em Juiz de Fora, na Zona da Mata, se consolidasse como uma construtech, após em 2010 ingressar na Endeavor Brasil, rede de apoio mundial a empreendedores de alto impacto.

A meta da rede para 2022 é dobrar o número de unidades, ultrapassando a marca de 400 franqueadas. Tudo isso impulsionada pela captação de R$ 123 milhões realizada em uma rodada de investimentos no ano passado. A Dexco, maior empresa do segmento de fabricação de materiais de construção, que possui importantes marcas, como Deca, Duratex, Hydra, Portinari e Ceusa, investiu, por uma participação minoritária de 10%, R$ 103 milhões na empresa.

A operação já foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que deu sinal verde para o investimento em dezembro. Nesta rodada, o próprio CEO da ABC, Tiago Moura Mendonça, aplicou mais R$ 20 milhões na empresa. O negócio também já recebeu aportes de instituições como a FIR Capital e a Redpoint eventures.

De acordo com o executivo, com um modelo de negócios omnichannel, escalável e gerador de caixa, a empresa é considerada uma das primeiras construtechs brasileiras. Seu ecossistema conta com uma plataforma digital proprietária e um sistema de logística inovador para o mercado, que engloba tecnologias próprias e iniciativas sustentáveis.

“A Dexco é a maior empresa de materiais de construção e acabamentos do Brasil, controlada pela Itaúsa, com investimentos em ativos que totalizam R$ 350 bilhões. Então eles reconhecerem o nosso modelo vencedor e diferencial é uma honra muito grande, assim como o aporte de capital que vão trazer e toda essa experiência para atuarmos juntos. Eles passam a participar do conselho de administração. E, claro, assim como qualquer outro fornecedor importante que estamos próximos, vamos estar juntos para resolver as dores que o mundo moderno pós-pandemia trouxe de distribuição, digitalização e logística para o cliente”, explica Mendonça.

O maior objetivo da empresa é estar em cada cidade acima de cinco mil habitantes no País, já fechando 2022 com mais de 400. O investimento total estimado para abrir uma franquia ABC fica entre R$ 250 mil e R$ 300 mil, dependendo principalmente do tamanho da loja, que varia em média de 250m² a 500m². Fator este que será definido para cada unidade, cidade e necessidade de obras para adequação.

“O nosso modelo é muito focado em apoiar o empreendedor local, seja ele já do segmento e tenha uma loja ou mesmo uma pessoa que está fazendo uma mudança de carreira ou está entrando nesse mercado. Normalmente crescemos até mais fácil em um momento de crise econômica, pois é aí que muita gente nos procura para ter apoio. Ainda mais que assumimos as grandes responsabilidades do segmento que é gestão de estoque, capital de giro e previsão de demanda, esse nosso modelo ajuda ainda mais na crise e tende a crescer em momentos difíceis”, afirma.

Boa parte desse crescimento deve se dar em Minas Gerais, onde a rede tem o maior número de lojas atualmente. No quesito abertura de lojas deve responder por um terço do total previsto.

“Estamos investindo R$ 50 milhões na ampliação do principal Centro de Distribuição (em Juiz de Fora) e vamos abrir vários CDAs (Centros de Distribuição Avançada) em Minas, que continuará sendo extremamente representativo em investimento, especialmente em infraestrutura. Mas outros estados começam também a pesar no direcionamento de investimentos com a abertura de novas lojas em praças com alta demanda e que ainda não estamos presentes”.

A escassez global de profissionais de tecnologia da informação é um dos grandes desafios enfrentados pela rede para levar a cabo o plano de expansão. Ao todo, a ABC tem um time de cerca de 50 pessoas no setor de TI.

“Nosso desafio é também pensar e priorizar as coisas mais simples que terão impacto na nossa cadeia de valor e conseguirmos ter uma produtividade de horas trabalhadas versus resultado gerado. Esse é um trabalho não só do time de tecnologia, mas da empresa como um todo visando definirmos quais desafios e problemas queremos resolver com tecnologia. E muita coisa se resolve com tecnologia associada a outros fatores, como gente e gestão, especialmente. Falamos sempre da figura do Iron Man – sempre haverá uma inteligência de máquina, mas sempre aliado com pessoas interessadas, engajadas fazendo acontecer. Não acreditamos na máquina sozinha”, pontua o CEO da ABC.

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