Coronavírus

Academia desenvolve sistema de desinfecção

Academia desenvolve sistema de desinfecção
Crédito: Freepik

O setor de academias de ginástica foi um dos mais atingidos pela pandemia do coronavírus. De olho na retomada das atividades, uma academia de Diamantina inovou ao criar um programa de biossegurança com um sistema de desinfecção das áreas de treino, por meio da radiação de luz ultravioleta.

Em contato com a superfície pelo tempo adequado, a luz ultravioleta é capaz de eliminar vírus, fungos e bactérias do ar, do piso, dos equipamentos e das paredes.

A ideia dos envolvidos no trabalho é que a iniciativa produza conhecimento científico sobre a aplicação da luz ultravioleta em ambientes de treinamento esportivo e traga benefícios para todo o segmento no uso de novas tecnologias como aliadas nas medidas de prevenção e segurança dos estabelecimentos.

“Logo que fechamos a academia, em março, começamos a estudar o que estava acontecendo com o nosso segmento em países que estavam numa fase mais avançada da pandemia. Participamos de várias videoconferências, inclusive do Sebrae Minas, e todas eram taxativas sobre a necessidade de trabalhar os aspectos de segurança e relacionamento com os clientes neste período. A partir disso, ficamos atentos a tudo que se relacionava à segurança em academias”, explica o empresário Dante da Mota Ribeiro, sócio da academia Splash, localizada em Diamantina.

A solução encontrada pelo empreendedor estava mais perto do que ele imaginava. Dante percebeu que a mesma tecnologia utilizada no tratamento da água da piscina há alguns anos poderia ser eficaz para desinfetar outras áreas da academia.

“Um dos nossos clientes é professor da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e se disponibilizou a nos ajudar no que fosse preciso, já que é especialista em microbiologia. Foi aí que começou a parceria. Estudamos juntos qual seria a melhor solução para os ambientes de treino da academia, já que não existia nada no mercado específico para o nosso segmento”, enfatiza.

Lâmpadas germicidas – A experiência contou com a participação de dois professores da universidade. Os pesquisadores transferiram a tecnologia utilizada na indústria alimentícia, no que diz respeito à desinfecção do ar e de superfícies, para academias.

No local, foram implantadas lâmpadas germicidas de ultravioletas de onda curta para descontaminação das superfícies, de forma que todos os equipamentos sejam expostos à radiação. As lâmpadas quando acesas ficam azuis e só devem ser acionadas sem a presença dos clientes. Meia hora acesa já é o tempo suficiente para garantir o efeito germicida no ambiente.

“Nossas experiências sempre foram para indústria alimentícia. Ou seja, essa tecnologia nunca foi aplicada em uma academia. A partir desse trabalho, vamos ter os primeiros resultados de redução de contaminação em ambientes de atividade esportiva e isso será exemplo para outros locais e para outras aplicações. Porque, realmente, daqui para frente tudo vai mudar e teremos que ter novos comportamentos e procedimentos. E nas academias não será diferente. Atuaremos de forma a ter ambientes cada vez mais higienizados, para oferecer segurança aos clientes”, alerta o engenheiro de Alimentos e professor da UFVJM Carlos Suzart.

De acordo com Dante da Mota Ribeiro, as parcerias são importantes neste momento de expectativa para a reabertura do setor que precisa estar preparado para receber o público novamente.

“Criamos nosso programa de biossegurança, com várias soluções realmente eficazes, dentre elas, a luz ultravioleta, que instalamos em todos os nossos ambientes de treino. É preciso que o setor esteja organizado para que volte com segurança. Em Diamantina, conseguimos a adesão de 100% das empresas nesse processo. Cabe agora aos gestores públicos autorizarem nosso retorno, para que possamos voltar a exercer o papel de promotores da saúde para a população.”

Segundo a analista do Sebrae Minas Luciana Teixeira Silva, para que a retomada das atividades tenha sucesso é necessário seguir todas as orientações dos decretos municipais, no sentido de garantir a segurança dos clientes, colaboradores e funcionários.

“Sabemos que a atividade física é importante para a saúde, pois aumenta nossa imunidade, mas não se pode retomá-la, durante uma pandemia como esta, de qualquer maneira, à revelia dos riscos. O protocolo criado para o segmento dentro do município ou mesmo as orientações da OMS ou do Programa Minas Consciente, são um norte que deve ser adotado como o ´novo normal’, e não algo temporário. Aqueles empreendimentos que forem além, certamente sairão na frente e, além de trazerem de volta seus clientes, conseguirão novos que estão em busca de maior segurança”, ressalta.

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