Academia Mineira de Letras faz 110 anos

Ao completar 110 anos, a Academia Mineira de Letras (AML) se integra à comunidade e à economia de Belo Horizonte. Com uma equipe – enxuta – de sete pessoas fixas, além dos 40 acadêmicos e da equipe que trabalha no acervo, a casa enfrenta as dificuldades financeiras contando com patrocínios por meio das leis de incentivo e doações de pessoas físicas e jurídicas.
De acordo com o presidente da Academia Mineira de Letras (AML), Rogério Tavares, a instituição, integrante do Circuito Cultural Praça da Liberdade, faz parte de um movimento mundial que entende os equipamentos culturais como parte da dinâmica econômica das cidades, sendo capazes de gerar emprego e renda e determinar alinhamentos dentro da indústria da economia criativa sem abrir mãos dos seus valores e missão.
“A Academia nasceu há 11 décadas e só sobreviveu porque acompanhou a evolução dos tempos. Ela conseguiu ler os desafios de cada época e hoje está na internet, nas redes sociais, ajustada a todos os canais de comunicação. Ela é uma agência de produção e promoção cultural. Fazendo isso, ela estará sintonizada com a sua época e fiel aos objetivos da sua fundação. Estamos aptos a captar recursos nos lugares em que eles estiverem. Temos projetos inscritos nas leis de incentivo, criamos a Associação de Amigos como ponte com a sociedade civil e entregamos produtos relevantes para a comunidade. As pessoas veem valor no que a academia faz, os patrocinadores renovam os contratos porque acham que os produtos fazem sentido para as marcas. São produtos aos quais eles querem se associar”, explica Tavares.
Atualmente, a Academia conta com patrocínios da Cemig e da Unimed-BH e alcança as pessoas físicas através da Associação dos Amigos da Academia Mineira de Letras (Amicad) e doações diretas tanto de empresas como de pessoas físicas. Em dezembro, começa a campanha pela doação direta do Imposto de Renda (IR).
Qualquer pessoa que seja optante pelo modelo completo da Declaração de Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) pode destinar até 8% do imposto devido, respeitando a distribuição desse percentual que a legislação determina.
“Claro que a crise econômica também nos afeta. Mas a Academia está acostumada a lidar com desafios. Perseveramos e, quanto mais adverso é o momento, mais ela se anima. Hoje, temos muito mais que parceiros, temos amigos que militam por uma mesma causa, que é a da cultura. Acreditamos que um País só pode se desenvolver se preservar e promover a sua cultura”, pontua o jornalista.
Além dos apoios que recebe para realizar uma intensa agenda de eventos – lançamentos, palestras, debates – a casa também abre o auditório e foyer – espaço equipado com equipamentos de audiovisual e cozinha – para eventos sociais. O espaço foi projetado pelo renomado arquiteto Gustavo Penna na década de 1990. Ainda neste mês, será lançado o primeiro produto com a marca da Academia: uma coleção de moletons.
“Qualquer museu tem a sua lojinha e vamos começar esse trabalho com a coleção de moletons. Mais do que ser uma fonte de arrecadação, os produtos são uma forma de fazer a marca circular, fazer parte do dia a dia das pessoas. A Academia é um motivo de orgulho para os mineiros. Estamos em processo de musealização do palacete e em breve vamos abri-lo para a visitação pública em visitas guiadas. Esse é o nosso papel, ser um espaço de debate franco e livre que preserva e promove nossa história passada e presente, integrada à cidade para que as futuras gerações também possam conhecer e se beneficiar de tantos tesouros aqui guardados”, completa o presidente da Academia Mineira de Letras.
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