Acende Gás prevê faturamento de R$ 3,5 milhões
O mercado de gás de cozinha, que sofreu reajustes sucessivos de 2021 e fechou o ano registrando alta de 36,99%, segundo o IBGE, começou a desenvolver alternativas para a oferta de GLP durante a pandemia. Foi nessa esteira que se desenvolveu a Acende Gás, startup responsável por uma plataforma que digitaliza os deliveries de gás oferecendo variados tipos de botijões e outros insumos.
Presente em oitenta cidades dos estados da Bahia, Maranhão, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo a solução oferece todos os tipos de botijões (P13, para gás de cozinha; P20, utilizado em empilhadeiras e P45, usado em cozinha industrial), carvão mineral e água. O aplicativo, que foi criado em outubro de 2020, resolve tanto o problema do consumidor que precisa lidar com o alto preço do gás, quanto dos revendedores que, devido ao aumento do insumo, enfrentam dificuldades para a retenção e fidelização de clientes.
Desde a inscrição, o cliente ganha crédito para realizar sua primeira compra e, conforme novos usuários vão entrando na plataforma por intermédio de consumidores antigos, tal indicação advinda de cada compra concretizada se transforma em crédito a ser usado diretamente no aplicativo. Com isso, a compra no próximo botijão fica mais barata, podendo até sair de forma gratuita.
Fred Burnett, cofundador e CEO da retailtech, conta que o negócio começou de forma orgânica. “A formatação da ideia e do modelo de negócio surgiu no começo de 2019 através de um projeto piloto quando um dos meus sócios, desenvolvedor da tecnologia, atendia um revendedor em Pouso Alegre (Sul de Minas). O aplicativo foi pouco usado, pois fora testado em uma cidade provinciana com aproximadamente 20 mil habitantes e o acesso à internet era limitado”, afirma. “Foi preciso mapear a cidade inteira, e toda vez que um cliente queria comprar gás com benefício, precisava ligar para uma central de atendimento ou, se quisesse indicar uma vizinha para ter desconto, precisava falar o nome da pessoa e o CPF”, conta.
Em outubro de 2020, dentro da lógica de bootstrapping, Fred Burnett aplicou R$ 300 mil que tinha recebido com a venda de outro negócio, investiu na profissionalização da nova empresa e repaginou o aplicativo, que iniciou as operações em junho de 2021. Desde então, a retailtech já conta com aproximadamente 50 revendedores e 3 mil usuários cadastrados, que em média indicam cinco novos consumidores para a plataforma.
A taxa de cashback varia pois é definida pelo revendedor. “O consumidor ganha um crédito de R$10 ao se cadastrar. Mas notamos que, em média, cada usuário indica o seu círculo de amigos mais próximos, o que varia de cinco a dez novas indicações. Tendo em vista o valor de R$52 do vale gás pago pelo governo, para ganhar o botijão de forma gratuita, uma pessoa teria que recomendar a solução para outras 15”, explica.
Para 2022, a Acende Gás pretende expandir a sua área de cobertura, passando a atender todo o Brasil. Os planos da empresa ainda incluem a abertura de uma fintech dentro do próprio aplicativo, além da criação do vale gás digital, que ofereça auxílio de custo no preço do botijão “Atualmente as companhias possuem benefícios para os mais variados serviços, mas não oferecem auxílio para o gás de cozinha, que é um item de primeira necessidade”, finaliza Burnett.
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