Acessibilidade pode beneficiar competitividade dos pequenos negócios

A adequação às necessidades de clientes com deficiência tem se tornado cada vez mais importante para a competitividade dos pequenos negócios, ultimamente. Para a analista de relacionamento com clientes do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas), Andreza Capelo, a melhor forma de saber o que deve ser feito quanto à acessibilidade é ouvir essas pessoas.
Ela completa que o Sebrae oferece vídeos e infográficos sobre o tema, na plataforma Sebrae Play, mas reforça que o diálogo com as pessoas com deficiências (PcDs) segue sendo uma das maneiras mais importantes para lidar com essas questões. “Elas são as melhores fontes de informação para o que funciona e o que não funciona.”
Além disso, a analista também destaca a importância de proporcionar um espaço acolhedor para este público, que representa uma grande parcela da sociedade, como é o caso dos cadeirantes. “Às vezes é substituir um degrau por uma rampa, aumentar a largura das portas e as distâncias das gôndolas, para que essas pessoas possam se movimentar de uma forma mais independente, sem precisar tanto da ajuda de outras pessoas”, sugere.
Andreza Capelo também salienta que a forma correta de atender as pessoas com nanismo é se abaixando na altura dos olhos para conversar com elas. “É interessante colocar esse cuidado, porque muitas vezes a gente fica constrangido, sem saber o que fazer, e isso nos impede de ser mais acolhedores. Então, devemos abaixar, olhar nos olhos dessa pessoa e conversar”, afirma.
A analista de relacionamentos do Sebrae Minas explica que este tipo de ação serve para preparar os pequenos negócios para receber um público diferente daquele que ele está mais acostumado a lidar. Ela ainda reforça que, a partir do momento em que o empreendedor passa a oferecer mais acessibilidade, ele também torna o seu negócio mais competitivo.
Ela revela que esta preocupação em atender o público PcD de forma correta é um movimento crescente em Minas Gerais. Andreza Capelo diz que esse tipo de cuidado é mais comum no caso de empresas criadas de maneira planejada ou quando o proprietário já tem que lidar com essas pessoas ou com idosos em sua família. Por outro lado, nos negócios criados por necessidade, por falta de espaço no mercado de trabalho, esse tipo de preocupação se torna menos comum.
Quanto aos custos para esta adaptação, a analista explica que vai depender da localização e das características do imóvel. Ela aponta que se o local não possuir nenhum tipo de acessibilidade, a reforma tende a ser mais cara. “O que a gente percebe é que, muitas vezes, a reforma é pequena, o cuidado é pouco, mas as pessoas ainda não se atentaram para essa questão. Todo mundo se esconde atrás dessa motivação de ser muito caro”, relata.
Andreza Capelo enfatiza a importância desse tipo de preocupação fazer parte do planejamento do negócio que está prestes a abrir. Ela lembra que a prefeitura de Belo Horizonte, por exemplo, costuma fornecer orientações sobre como realizar essas adaptações estruturais.
A analista do Sebrae Minas completa afirmando que esse assunto possui dois lados importantes: o social e o empresarial. O primeiro aspecto trata da questão de garantir os mesmos direitos a todos. E o segundo, aborda o retorno para a sociedade em geral.
Quatro dicas do Sebrae para tornar o seu negócio mais acessível:
- A acessibilidade precisa estar internalizada no seu negócio e nos seus colaboradores com uma política de diversidade e inclusão;
- Tudo começa pelo atendimento: invista em um site acessível e em um atendimento baseado na hospitalidade inclusiva dos clientes;
- Mudanças na estrutura física da empresa podem ser iniciadas primeiro com alterações simples, para depois alcançar as que exigem mais investimentos;
- Procure ouvir e entender o público PcD, para saber de que forma pode atendê-lo de maneira mais inclusiva.
Ouça a rádio de Minas