Açougue Vegano abre 1ª loja na Capital
Uma rede de açougues em que carne animal não entra. Foi com essa filosofia que a Açougue Vegano, maior rede de franquias de açougues do gênero no País, inaugurou no fim de semana a sua primeira operação em Minas Gerais, mais precisamente no bairro Santo Antônio, região Centro-Sul de Belo Horizonte. Atualmente, são 10 lojas físicas em operação, a rede planeja ampliar presença em território mineiro com a instalação de outras sete unidades na Capital.
Além da Capital, Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), entra na rota de expansão. Já com foco no interior, as cidades de Uberlândia e Uberaba, no Triângulo Mineiro; Juiz de Fora, na região da Zona da Mata, assim como para Montes Claros, na região Norte do Estado, contam com previsões de abertura e de interesses da empresa para possíveis investidores.
Perfil
O propósito da empresa, inicialmente para o mercado fluminense com loja na Barra da Tijuca, era levar iguarias com criações feitas a partir de alimentos alternativos em substituição ao consumo de carne. No entanto, rapidamente a marca se expandiu para o interior do Rio de Janeiro, e posteriormente para o Estado de São Paulo, onde conta com três operações atualmente.
Sob o comando dos amigos e chefs de cozinha, Celso Fortes e Michelle Rodriguez decidiram desenvolver o conceito do açougue com uma proposta de negócio que se difere de uma forma inusitada de um açougue convencional. “O açougue diferenciado é justamente para agilizar o acesso aos produtos e cardápios veganos”, explica Celso Fortes, diante de um contexto de facilidade e estímulo ao consumo consciente de produtos saudáveis.
Na capital mineira, quem apostou no investimento da loja foi Cássio Mendes, médico ortopedista da cidade de Luz, no Centro-Oeste do Estado. Ele diz que depois de um tempo que se tornou vegano, decidiu fazer algumas pesquisas pela internet onde encontrou a marca, e decidiu apostá-la trazendo o conceito de açougue vegano para Belo Horizonte. “Decidi investir mais por uma questão filosófica, mesma ideia da Açougue Vegano, que é uma empresa não preocupada com a concorrência, mas atenta a esta filosofia”, explica o empreendedor que desembolsou R$ 350 mil na operação.
Geomarketing
“Realizamos além de um estudo de geomercado, uma análise do mercado de consumo em nosso segmento para entender o perfil daquela localização onde se pretende instalar a operação. Outro fator é o crescimento da população local em busca de alimentação saudável”.
De acordo com a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), no Brasil existem cerca de 6 milhões de brasileiros que aderiram ao veganismo, ou seja, que vivem sem consumir produtos de origem animal. A instituição é reconhecida por estimular o levantamento e coleta de dados sobre o tema, além de praticar a defesa pelas medidas que visam segurança alimentar e nutricional junto aos órgãos.
Mendes argumenta que atualmente o setor alimentício vegano conta com uma margem de 40% a 50% de aumento ao ano. “É um movimento que está cada vez mais em crescimento no País. É claro que é um mercado um pouco mais caro, mas que tem um público cada vez mais interessado em ter qualidade de vida e de forma consciente”.
O faturamento de uma loja do Açougue Vegano pode girar entre R$ 40 mil e R$ 80 mil ao mês, com um capital de giro estimado em R$ 25 mil, mas dependendo do ponto em que ele é aberto. “Produzimos receitas conhecidas, mas com alimentos alternativos, ou seja, 100% de origem vegetal. No caso, por exemplo, de um strogonoff em que geralmente é feito com frango, aqui preparamos com shiitake e grão de bico, que pode ser consumido no local, ou vendido congelado em embalagem para pronta entrega e delivery”, detalha Mendes.
Segundo a empresa, o retorno para quem deseja apostar na marca ocorre entre 18 e 36 meses. Já a margem de lucro prevista do negócio varia entre 10% e 15% ao mês. A marca também conta com os formatos “Quiosque” e “Pocket”, em que o investimento inicial é de R$ 150 mil, e de R$ 150 mil a R$ 175 mil, respectivamente.
Segundo a Pesquisa Setorial da Associação Brasileira de Franchising (ABF), em que analisa os resultados obtidos pelo setor em diferentes segmentos, identificou que 54% de todo o faturamento do mercado de franquias nacional é gerado pelo ramo de alimentação. O dado é referente ao acumulado de 12 meses, no intervalo entre maio de 2022 e maio de 2021.
Para ressaltar a expressividade do setor alimentício, a entidade explica que “o cenário é de retomada e recuperação das atividades econômicas. O setor alimentício tem investido cada vez mais em novidades, gerando oportunidades e negócios bem estruturados”, aponta.
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