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Alta do dólar impacta segmento de viagens corporativas

Apesar do crescimento no faturamento de 5% no 1º semestre, resultado ficou aquém do esperado
Alta do dólar impacta segmento de viagens corporativas
Em Minas Gerais, o número de diárias comercializadas reduziu 4,17%, passando de 92,2 mil em junho de 2023 para 88,3 mil em junho deste ano | Crédito: Divulgação Black Táxi Aéreo

A instabilidade da economia e a alta do dólar nos últimos meses interferiram negativamente no desempenho do setor de viagens corporativas em todo o País, de acordo com a Associação Brasileira das Agências de Viagens Corporativas (Abracorp), que realiza mensalmente pesquisa sobre o desempenho de 11 segmentos do setor. Em Minas Gerais, o número de diárias de hospedagem comercializadas com este objetivo no mês de junho reduziu 4,17%.

“O resultado do primeiro semestre poderia ser melhor, principalmente no setor aéreo”, avalia Humberto Machado, diretor-executivo da Abracorp. O faturamento do setor de viagens corporativas alcançou R$ 6,863 bilhões no primeiro semestre deste ano, alta de 5% em relação ao mesmo período de 2023, ficando aquém do esperado que era de ao menos 10%.

Em junho de 2024, o setor faturou R$ 1,14 bilhão, alta de 4,5% em comparação a R$ 1,09 bilhão em 2023 e de 35% ante os R$ 848 milhões em 2019, antes da pandemia. O comparativo com o ano de 2019 é considerado importante porque havia sido o maior desempenho do setor até a pandemia, de acordo com o diretor.

Em Minas Gerais, o número de diárias comercializadas reduziu 4,17%, passando de 92,2 mil em junho de 2023 para 88,3 mil em junho deste ano. Em termos de faturamento, houve alta, ao passar de R$ 23,6 milhões para R$ 24,8 milhões, explicado pela alta da tarifa média que passou de R$ 256 para R$ 281. Entretanto, a queda no desempenho de junho não afetou o segmento no primeiro semestre. Nos seis primeiros meses do ano, o número de diárias comercializadas foi maior, passando de 534 mil contra 512 mil no primeiro semestre do ano passado. 

A locação de veículos faturou R$ 34,2 milhões no mês de junho em todo o País, comparado a R$ 30,7 milhões em junho de 2023, o que indica um movimento de alta nesse setor. Os estudos da Abracorp demonstram ainda que em junho a Localiza perdeu 5% de seu share em diárias, caindo de 74,6% para 66,7%. Já a Movida cresce 42%, movimento que vem se repetindo nos últimos três meses. 

Viagens corporativas rodoviárias ganham espaço

O grande destaque do primeiro semestre, na avaliação do diretor-executivo , foi o serviço rodoviário, que faturou R$ 27 milhões, um forte aumento principalmente em relação a 2019, quando somou apenas R$ 4 milhões.  Na opinião de Machado, o crescimento do rodoviário está diretamente atrelado à alta dos valores das passagens aéreas que faz com haja essa migração para o transporte rodoviário. 

Em 2023, o faturamento já havia alcançado R$ 20 milhões. “Sem dúvida, esse foi um segmento que se modificou, assumiu um espaço importante no nosso setor diante do aumento dos preços das passagens aéreas”, avalia Machado.

Já o setor aéreo faturou R$ 4,110 bilhões no primeiro semestre, uma queda em relação ao mesmo período do ano passado, quando somou R$ 4,127 bilhões. Em junho, o setor aéreo faturou R$ 675 milhões ante a R$ 672 milhões no mesmo mês do ano anterior. A Abracorp informa ainda que em voos nacionais, o setor aéreo, em junho, faturou R$ 447 milhões. “O combustível é o maior custo para a aviação e a querosene está atrelada ao dólar, impactando diretamente nossos resultados”, avalia o diretor-executivo da Abracorp.

Ainda de acordo com os dados da Associação, houve uma consolidação de posições no primeiro semestre entre as companhias aéreas, seguindo uma tendência. Em faturamento, no mês, em trechos nacionais, a Latam aparece com 38% do marketshare, seguido pela Azul com 31,10% e Gol, com 31%.

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