Amed fatura com máscara cirúrgica de proteção tripla
Dos poucos setores produtivos impactados positivamente pela pandemia, a indústria de insumos médicos e farmacêuticos também enfrentou grandes desafios nesse período, como a escassez de matéria-prima e as dificuldades logísticas com o fechamento das cidades na primeira fase do espalhamento da doença, ainda no primeiro trimestre de 2020.
Em Curvelo, na região Central do Estado, a Amed se mantinha, até então, em uma posição confortável entre as líderes do mercado de produtos têxteis hospitalares do Brasil. Ainda assim, foi preciso reorientar a produção da indústria, modernizar o portfólio e reforçar um projeto de expansão que já estava em curso.
A principal novidade foi o lançamento do primeiro produto não têxtil da empresa: uma máscara de proteção facial. A EVA é uma máscara cirúrgica com proteção tripla. Já foram produzidas até hoje mais de 123 milhões de unidades, consumindo diariamente 25 toneladas de algodão, e é uma das mais vendidas no mercado brasileiro atualmente.
De acordo com a presidente da Amed, Cíntia Marques de Souza, a paralisação das cirurgias eletivas em todo o Brasil fez com que o carro-chefe da empresa sofresse uma baixa de 40% nas vendas, o que obrigou a empresa a buscar alternativas.
“Buscamos alternativas porque também passamos por uma grande dificuldade. Foram os novos produtos que deram a alavancagem. Não demitimos ninguém e seguimos 100% funcionando. Entramos com a linha de máscaras e aventais. O principal produto era a compressa, que teve uma queda brusca e só agora já está normalizando o ritmo de vendas. Então decidimos continuar investindo para lançar novos produtos e não paramos nenhum dos projetos. A perspectiva já estava traçada e foi apenas redirecionada e, em alguns casos, acelerada pela pandemia”, explica Cíntia de Souza.
Além das máscaras, a indústria também fabrica diversos modelos de aventais, macacões e touca. A ampliação da linha de descartáveis não-têxteis está em plena expansão. Ao todo, são quase 100 itens, estéreis e não estéreis, divididos em linhas Premium, Soft e Basic com 9, 11 e 13 fios. É, ainda, uma das poucas indústrias da América Latina a possuir uma central de esterilização própria.
Para aumentar a produção, a empresa também ampliou o parque fabril em Curvelo enquanto a unidade produtora de fios de algodão em Pirapora, no Norte de Minas, manteve as atividades. Juntas, as unidades empregam 2.300 trabalhadores. A expectativa é de que quando estiver em plena carga, em 2023, a produção da Amed cresça 30% sobre o volume atual e dobre o faturamento.
Para garantir o principal insumo, a empresa está verticalizando o processo, cultivando o próprio algodão em uma fazenda distante 50 quilômetros de Curvelo, no município de Santo Hipólito, na mesma região.
“Temos o controle de toda a operação: do cultivo do algodão ao transporte dos produtos acabados. Isso nos garante a qualidade do processo e ajudou a nos livrar de muitos problemas nos últimos tempos. A pandemia mostrou que a terceirização deve ser utilizada com cuidado porque é inseguro depender de muitas outras empresas para garantir o seu processo. Isso deve mudar daqui pra frente em muitas cadeias produtivas porque durante a pandemia faltou de tudo, muitas empresas pararam por falta de insumos que poderiam ser produzidos no Brasil mas estavam concentrados na Ásia”, avalia.
Internacionalização – O crescimento da Amed leva a executiva a pensar, naturalmente, na internacionalização dos negócios. Embora já tenha sido assediada por outras empresas com o objetivo de uma futura fusão ou aquisição, o plano é fazer isso por conta própria. O primeiro passo é a participação em feiras internacionais do setor a partir do ano que vem.
“Toda empresa que cresce tem o sonho de alcançar mercados internacionais e o nosso objetivo é começar a fazer isso pela América Latina. Por enquanto não será por meio de uma fusão. Devemos optar por produzir em unidades terceirizadas em outros países, com outros tipos de produtos”, afirma.
Ainda que não faça processos de tinturaria, que, em geral, é o processo mais agressivo ao meio ambiente dentro da indústria têxtil tradicional, a Amed segue atenta às práticas ESG, buscando garantir eficiência conciliada com responsabilidade ambiental e social.
“Na parte da agricultura, temos desenvolvido todo o projeto dentro da cartilha da sustentabilidade e na indústria já temos um processo muito eficaz. No nosso segmento não tem tinturaria e o alvejamento é feito por produtos neutros – peróxido, soda e sabão neutro –, o que causa bem menos preocupação. Cuidamos do tratamento da água com uma ETE muito moderna. O nosso objetivo é receber o selo verde. E temos um foco em melhorar o social sempre, proporcionando um trabalho sério, com formação e remuneração justa. O País só vai ter mão de obra quando investirmos em ensino técnico. Aqui em Curvelo, precisamos de ter mais indústrias para a gente criar núcleos de formação. Acredito que as empresas podem trabalhar colaborativamente entre si e para a sociedade”, completa a presidente da Amed.
O que é Segurança Energética?
São medidas adotadas para evitar a falta do abastecimento de energia, provocada por fatores como a escassez hídrica e até mesmo dificuldades inerentes aos tipos de fornecimento. Associada a essas medidas está a segurança na disponibilidade de energia adequada, de qualidade e a preços acessíveis.
O que é o desafio energético?
Conforme o Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, em seu portal on-line, em citação a Thomas B. Johansson, “os desafios energéticos incluem fornecer serviços energéticos para o bem-estar de uma população mundial crescente, facilitar o acesso a formas de energia modernas e que permitam à população pobre sair dessa condição, criar um nível razoável de segurança energética (energia a preços acessíveis e sem interrupções graves) e mitigar as mudanças climáticas e seus efeitos”.
Quais os próximos eventos sobre Segurança Energética?
“O desafio da Segurança Energética” é um evento on-line gratuito que ocorrerá no dia 16 de março de 2022, com transmissão via plataforma Youtube. Na ocasião, profissionais qualificados e renomados do setor discutirão sobre os caminhos a serem percorridos para garantir o fornecimento de energia elétrica seguro.
A Sociedade Mineira de Engenheiros (SME) é a instituição realizadora do evento, que tem correalização do jornal Diário do Comércio — veículo de imprensa de Minas Gerais quase centenário e especializado em economia, gestão e negócios.
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Segue abaixo a programação do evento on-line “O desafio da Segurança Energética”.
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