Análise de comportamento vira insights

A chamada transformação digital imposta a todos os setores da economia durante a pandemia abriu uma grande janela de oportunidade para as empresas de base tecnológica, porém impôs também a elas uma mudança de ritmo e inovação.
Criada em Belo Horizonte, há nove anos, a Cinnecta viu os negócios serem paralisados em março e abril de 2020 e voltaram a crescer de lá para cá, junto com uma mudança significativa no comportamento do consumidor e necessidade das empresas.
A startup é especializada no tratamento de dados, transformando em informação relevante para o negócio, gerando recomendações e ações assertivas para a solução de problemas de negócios com base em dados.
De acordo com o sócio-fundador da Cinnecta, Eduardo Ferreira, a tragédia causada pela Covid-19 detonou uma verdadeira revolução de mentalidade entre as empresas no que diz respeito ao tratamento e uso de dados.
“A pandemia foi mesmo um período transformador. Em março de 2020, quando ninguém sabia absolutamente nada, estávamos tracionando bem, com excelentes expectativas para a empresa. Os clientes pausaram os projetos. Precisamos entender para que lado o mercado ia. O primeiro ponto era tranquilizar o time. Aderimos ao movimento não demita, fizemos um controle financeiro muito rígido, cortando gastos e renegociamos os contratos com os clientes. A imprevisibilidade do primeiro momento foi virando oportunidade. A grande mudança de mentalidade que as empresas passaram – muito benéfica – foi começar a olhar qual o problema de negócio poderia ser resolvido com aqueles dados, partindo para ações mais assertivas e segmentadas”, explica Ferreira.
Em 2021, o quadro de funcionários da Cinnecta cresceu 37% e o faturamento 81%, entrou em novos mercados e investiu em pessoas, conquistando quatro prêmios no mesmo ano: 7ª melhor empresa para trabalhar no Brasil – categoria até 99 funcionários – ranking GPTW; 4ª melhor empresa de Tecnologia da Informação no Brasil – em sua categoria – ranking GPTW; 2ª posição no TOP 10 Big Data – ranking 100 Open Startups; além de estar entre as 100 startups de destaque no ranking 100 Open Startups.
“Os problemas mudaram muito durante a pandemia. Sempre depois de grandes eventos – como uma guerra ou uma pandemia – vem uma reorganização do mercado. Empresas que eram muito tradicionais e sempre se deram bem se viram obrigadas a passar pelo processo de convergência digital. O primeiro movimento para mudar a cultura de uma empresa passa pela liderança, que precisa permitir a inovação. E entender que dentro do processo de inovação existe o erro. Muitas já mudaram a mentalidade. A própria contratação da Cinnecta por grandes empresas mostra essa mudança de mentalidade”, pontua.
Para 2022, a empresa pretende crescer em 50% em número de colaboradores, dobrar de tamanho em negócios e lançar uma plataforma inovadora com o objetivo de maximizar retenção e ativação de clientes por meio da análise do life time value (LTV) potencial de cada cliente. O LTV (Valor do Tempo de Vida, em uma tradução direta para o português), é uma métrica que indica qual é o valor de um cliente para uma empresa durante todo seu relacionamento com ela.
Para suportar o desenvolvimento, a startup aposta na formação de mão de obra a partir de um convênio com a Universidade Federal de Viçosa (UFV).
“Atendemos empresas que, normalmente, têm uma base muito grande e variada de clientes. O algoritmo da plataforma segmenta os clientes em ‘microclusters’, promovendo o que se conhece por hipersegmentação. Recomendamos ações de fidelização para o perfil exato daquela parcela de clientes, avaliando o quanto vale a pena eu investir em fidelização hoje em relação à expectativa de futuro”, completa o cofundador da Cinnecta.
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