Anglo recebe autorização para voltar a operar
Com a produção de minério de ferro interrompida desde março, em decorrência de dois vazamentos no mineroduto do Sistema Minas-Rio, a Anglo American anunciou na sexta-feira (21) que está pronta para retomar a operação. A empresa informou que recebeu todas as aprovações dos órgãos competentes. Os testes com carga começam imediatamente e devem durar de quatro a seis dias. Após esse período, a produção pode ser reiniciada. O Minas-Rio extrai minério de ferro em Conceição do Mato Dentro e Alvorada de Minas, no Médio Espinhaço, com a produção sendo transportada via mineroduto até o Porto do Açu (RJ).
De acordo com informações da empresa, o prejuízo calculado com a paralisação é da ordem de US$ 320 milhões. Para 2019, a expectativa é que a produção tenha alta em relação à de 2017. A projeção é que a operação aumente 1,2 milhão de toneladas por mês (base úmida) e chegue, no ano, entre 16 milhões e 19 milhões de toneladas. Em 2017, a produção de minério de ferro da Anglo American chegou a 16,8 milhões de toneladas.
Neste ano, de janeiro a março, foram processadas 3 milhões de toneladas.
A Anglo American informou que foi realizada uma detalhada inspeção técnica no mineroduto de 529 quilômetros de extensão que transporta minério de ferro de Conceição do Mato Dentro até o Porto do Açu. Segundo a empresa, a análise do mineroduto por meio de dispositivos especializados (PIGs) confirmou a integridade do duto. “A rigorosa análise realizada confirmou a ótima condição do mineroduto, e ainda tomamos uma série de medidas preventivas para assegurar integridade a longo prazo”, informou o CEO da Anglo American, Mark Cutifani.
Entre as medidas adotadas está a substituição preventiva de um trecho de 4 km de tubulação onde ocorreram os dois vazamentos. Além disso, o prazo de inspeções foi reduzido de cinco anos para dois anos. Também foi instalado um sistema de fibra ótica de sensores para monitoramento.
Vazamentos – A produção da Anglo American foi interrompida no fim de março, após a ocorrência de dois vazamentos no mineroduto, nos dias 12 e 29, na zona rural de Santo Antônio do Gama (Zona da Mata). O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) aplicou cinco autos de infração que totalizam R$ 72,6 milhões contra a mineradora devido aos vazamentos, que resultaram no lançamento de 947 toneladas de minério de ferro na região.
Segundo a Anglo American, após vistorias, o Ibama e a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad-MG) constataram que o processo de limpeza foi concluído. A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) também emitiu laudo considerando a água do ribeirão própria para captação, tratamento e distribuição.
A empresa firmou acordo com o Ibama que prevê execução do plano de recuperação de áreas degradadas (Prad) com foco em áreas afetadas no processo de contenção e remoção de minério. Também estão sendo realizadas ações de recuperação de outras áreas impactadas. Além disso, a empresa reforçou parceria com a prefeitura de Santo Antônio do Grama.
Ouça a rádio de Minas