Anglo American prepara operações

Rio de Janeiro – A Anglo American deve reiniciar as operações em sua mina de minério de ferro Minas-Rio em novembro ou dezembro, mas um aumento planejado de produção para 26,5 milhões de toneladas por ano deverá ser adiado para 2021, de 2020 anteriormente, informou ontem o CEO da mineradora no Brasil.
A empresa interrompeu a produção no Minas-Rio, em março, após dois vazamentos em mineroduto de mais de 500 quilômetros que canaliza a polpa de minério de ferro de Minas Gerais para um porto no Estado do Rio de Janeiro.
A empresa inspecionou o mineroduto de abril a outubro e está trabalhando para trocar cerca de quatro quilômetros de dutos por causa da descoberta de rachaduras na soldagem.
“Devemos terminar a substituição em novembro. Então, tudo está no caminho certo para as operações de retomada no quarto trimestre. Pode ser em novembro ou dezembro”, informou o CEO da Anglo American no Brasil, Ruben Fernandes, durante uma conferência sobre commodities no Rio de Janeiro.
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Comprado no auge do boom de commodities, há uma década, por US$ 5,5 bilhões, o Minas-Rio é o maior projeto em desenvolvimento da Anglo American.
A mineradora contava anteriormente que o Minas-Rio produzisse 26,5 milhões de toneladas de minério de ferro até 2016. Como o projeto sofreu atrasos, a data da meta já havia sofrido alteração anteriormente para 2020.
A empresa conquistou duas importantes licenças para aumentar a produção em janeiro, mas agora espera receber a principal licença de operação em maio de 2019. Isso significa que a produção deve atingir o tão esperado objetivo de 26,5 milhões de toneladas em 2021.
“Seria por volta de 2021. Não é uma data muito firme porque depende do desempenho da unidade”, disse Fernandes, acrescentando que a produção deve atingir o ritmo esperado até o final de 2020.
Fernandes reiterou a estimativa anterior da Anglo American de um impacto de US$ 300 milhões a US$ 400 milhões nos lucros devido aos vazamentos deste ano.
Em junho, a Reuters informou que a Anglo American havia suspendido um contrato anual de quase US$ 1 bilhão para fornecer minério de ferro à Bahrain Steel, declarando força maior em abril, após os vazamentos. Na época, a Anglo American se recusou a comentar.
Ontem, Fernandes reconheceu que as duas empresas já estavam em arbitragem para renegociar o contrato antes da declaração de força maior após os vazamentos. Ele descreveu as conversas como amigáveis, observando que elas incluem questões como volume e qualidade, além do incidente. “Sem dúvida, eles são um excelente cliente”, disse ele sobre a empresa sediada no Golfo. “Não há razão para não chegarmos a um acordo de longo prazo com eles.”
Fernandes disse que a Anglo também estava em arbitragem com a Ferroport, uma joint venture que tem com a operadora portuária a Prumo Logística, depois de declarar força maior naquele contrato também. (Reuters)
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