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Crédito caro: antecipar precatórios pode ser alternativa

Fintech mineira se prepara para abrir seu primeiro escritório físico na capital do estado de São Paulo
Crédito caro: antecipar precatórios pode ser alternativa
A missão da empresa é explicar o que é precatório, conta o CEO Bruno Guerra | Crédito: Divulgação Precato

Há pouco mais de cinco anos no mercado e sediada em Itabira, na região Central, a Precato – fintech especializada em antecipação de precatórios – se prepara para abrir, em janeiro, o seu primeiro escritório físico na capital do estado de São Paulo. A operação faz parte de um ambicioso plano de expansão já marcado pela abertura do primeiro escritório físico em Belo Horizonte, em setembro passado.

A Precato cresceu 850% em volume de transações desde sua fundação, somando cerca de 5 mil transações e intermediando mais de R$1 bilhão em operações financeiras com precatórios federais.

De acordo com o fundador e CO-CEO da Precato, Bruno Guerra, além da liderança nacional na antecipação dos precatórios federais, a empresa se mantém competitiva, presente e forte também nos mercados estaduais e municipais, com foco no estado de São Paulo e na capital paulista.

“Já tínhamos uma equipe operando em São Paulo, em um espaço compartilhado. Agora abrimos uma central de relacionamento para poder receber as pessoas em um espaço próprio. Esse mercado de antecipação de precatórios ainda é muito restrito e as pessoas têm muitas dúvidas. E agora como vamos focar nos precatórios da prefeitura e do estado de São Paulo  é muito importante termos esse canal de atendimento”, explica Guerra.

Para trabalhar com precatórios de outros estados e cidades, a Precato segue com parceiros locais. O foco da empresa são precatórios devidos às pessoas físicas, com valor máximo de R$ 5 milhões. Em média, o deságio exigido é de 30%, variando de acordo com o prazo estabelecido pelo poder judiciário para o pagamento por parte do emissor, seja federação, estado ou município.

A Precato ainda presta um serviço de consultoria muito grande aos clientes, explicando o que é um precatório, como funciona e porque a antecipação pode ser vantajosa. A principal ferramenta, segundo o empresário, é a transparência, mostrando que a antecipação de precatórios pode ser um produto financeiro mais interessante que outras formas clássicas de conseguir crédito bancário.

“A nossa missão é explicar o que é precatório. Muitas vezes fazemos a busca ativa de quem tem precatórios a receber oferecendo a antecipação. A cessão de precatório é uma boa opção porque a pessoa vai receber um recurso que já é dela em um prazo menor, sem comprometer sua renda futura como no caso de um empréstimo que precisa ser pago. Muita gente, porém, ao ouvir isso, acha, compreensivelmente, que é golpe. O nosso trabalho é expandir o mercado e, para isso, temos um cuidado extremo com a transparência”, pontua. 

Apesar de já ter recebido várias sondagens sobre um possível venda da Precato, o objetivo da empresa é seguir expandindo no mercado de antecipação de precatórios e se manter na liderança desse mercado.

 E para levar à frente a expansão da fintech, a aposta é investir também em tecnologia, utilizando inteligência artificial e seguir apostando na formação de mão de obra interna, com uma política de tornar sócios os colaboradores que mais se destacam para enfrentar a conhecida escassez de talentos que assola o setor produtivo no Brasil e no mundo.

“Hoje, apenas cerca de 8% dos precatórios são cedidos, mas os próprios precatórios são apenas uma ponta do trilionário mercado de ativos judiciais. O crescimento desse mercado aponta para um amadurecimento da economia brasileira e da nossa segurança jurídica. Fatos como o ‘calote dos precatórios’, no final de 2021, dificilmente voltarão a acontecer, já que o STF (Supremo Tribunal Federal) tem se posicionado para evitar esse tipo de coisa”, completa o CO-CEO da Precato.

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