As bênçãos da nova visão
Nenhum negócio funciona bem em um local tomado pela violência ou epidemias, sem boa infraestrutura hospitalar, educacional e demais serviços às pessoas. Tampouco sem boa fluência logística, tanto para as matérias-primas que lhe chegam quanto para a entrega de seus produtos. Ao participar, com franqueza e comprometimento, dessa construção coletiva, abrir-se-ão canais para o diálogo frequente, através do qual é possível contar até com ideias externas na solução dos dilemas empresariais. A partir daí, a empresa poderá ter ainda pontos a melhorar, mas absolutamente nada a esconder, porque a autenticidade permitirá um discurso menos publicitário e mais real.
A maximização dialógica com o ‘tecido’ em que se insere terá como consequência o fortalecimento da governança, do orgulho e da pertença dos empregados. Com maior alinhamento entre discurso e ação, o nascimento de uma cultura de integridade torna-se consequência, favorecendo a lealdade, a ética, o compliance e a serenidade no clima organizacional. E a sociedade passa a se ver no negócio. A esperança que decorre de uma base de confiança e diplomacia nas relações frutifica na vontade altruísta de se construir pontes ao invés de muros. Isso insere, organicamente, o negócio no ‘tecido social’ onde o lucro é obtido, sendo espontâneo prever-se, no orçamento anual, parte a ser endereçada – via responsabilidade social – à evolução do mesmo, já que toda empresa deve ser um ente social por excelência. Até porque, esperar pela ação de governos por vezes compromete-se as metas. Haja vista a lentidão do Brasil no trato para com a Covid-19 e, agora, hesitando no controle da varíola.
Ao demonstrar engajamento, todos, dentro e fora da organização, passam a ver mais horizontes nas oportunidades, diversificando perspectivas em um integrado processo de crescimento a bordo do ‘pensar coletivo’. Isso cabe a qualquer entidade – privada ou não. O exercício permitido pelo Modelo 6D da leitura do que se pratica – em termos de ações internas e externas – aponta, continuamente, novos universos a se explorar. Sua riqueza não se restringe às muitas possibilidades de cada dimensão, mas também aos produtos gerados pela interação entre elas. E isso configura um rico e dinâmico modelo mental. Através da antevisão, holisticamente, as proposições de soluções serão crescentemente abrangentes e efetivas. Isso refletirá da gestão da cadeia de suprimentos aos processos de pós-venda, sendo o pensamento corporativo constantemente desafiado.
Oportuniza-se, assim, a geração de um rico substrato no qual florescerão a inventividade e o esmero no que se faz, desaguando em algo precioso: inovação e evolução contínua. Porém, para que a plena dialogia empresarial aconteça, a tonificação das vias circulatórias da organização com transparência, coerência e consistência terá de garantir, igualmente cristalinas, a comunicação interna e as relações interpessoais. Lideranças, colaboradores, governos e sociedade reconhecerão mútuas as vantagens, sendo que não pode conflitar a relação entre o-que-se-fala e o-que-se-faz, para a consolidação da reputação. No auge do capitalismo informacional, este é um promissor caminho para que uma empresa renove, a cada dia, sua continuidade no tempo – garantindo-se sustentável.
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