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Atlético se junta ao Arena Hub

Atlético se junta ao Arena Hub
Ribbe: a inovação é trabalhada no sentido da geração de novas receitas | Crédito: Divulgação/Clube Atlético Mineiro

Aos 113 anos, o Clube Atlético Mineiro, além de viver uma excelente fase nos gramados, é considerado um dos clubes mais inovadores do mundo. Criando fama por iniciativas para promover o engajamento da torcida por meio de dispositivos e ações tecnológicas, o Galo quer mais e passa a integrar o Arena Hub – ecossistema de inovação formado por mais de 100 sport techs (startups que geram soluções para a cadeia produtiva do esporte), mais de 40 entidades esportivas e mais de 30 parceiros nacionais e internacionais.

De acordo com o head de Inovação do Arena Hub, Fernando Patara, o objetivo é mútuo: impulsionar iniciativas e contribuir para o crescimento do ecossistema de inovação no esporte do Brasil.

“O Arena Hub é um centro de inovação aberta instalado no Allianz Park (em São Paulo). O foco é gerar impacto econômico e social na cadeia do esporte: entidades esportivas de diferentes modalidades, startups nos mais diferentes estágios de desenvolvimento e as marcas que dão suporte a tudo isso. O Arena atua como um grande conector fomentando esse processo. O nosso apoio estratégico começa com um processo de imersão. Dele colhemos dores, objetivos em comum. Daí podemos gerar ações de plug and play ou estruturar programas através de desafios ou um hackathon, por exemplo. O que chama atenção no Atlético é que o clube tem uma postura inovadora. Isso vai além de ter um departamento ou uma diretoria de inovação, isso faz parte de uma cultura”, explica Patara.

Com mais de 9 milhões de torcedores e assíduo frequentador de competições internacionais nos últimos anos, o clube poderá incentivar os empreendedores para que sejam criadas soluções inovadoras relacionadas a tudo que diz respeito ao futebol como engajamento de fãs, performance humana, plataformas de transmissão, realidade aumentada, gerando novos negócios.

Segundo o gerente de Inovação do Galo, Felipe Ribbe, a inovação é trabalhada no sentido da geração de novas receitas, mas não se restringe às ações de ativação da torcida.

“Digo que o Atlético ainda não é um clube inovador, mas sim aberto à inovação. Estruturalmente estamos sob o guarda-chuvas do Departamento de Negócios. Enquanto o Marketing e o Comercial se dedicam às fontes de receitas tradicionais, nos dedicamos às mais modernas, que não necessariamente vão gerar resultados imediatos, mas que têm muito potencial no médio e longo prazos. E também não estritamente dependentes da tecnologia em si. A inovação pode estar também na melhoria dos processos de departamentos internos como RH, jurídico ou financeiro, por exemplo”, analisa Ribbe.

O clube tem liderado o movimento de iniciativas no universo criptoativos, com o lançamento de tokens não-fungíveis (NFTs) – criptoativos colecionáveis exclusivos – e fan tokens. O Atlético Mineiro ainda tem feito o uso de Realidade Aumentada, com o Galo AR. A funcionalidade é permanente no app e através dela os torcedores podem tirar fotos e fazer vídeos com os jogadores e mascote em qualquer lugar.

A expectativa é de que mais novidades – ainda guardadas a sete chaves – cheguem antes do fim do ano, especialmente embaladas pela disputa pelos títulos do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil.

Dentro do hub, a inovação, segundo o executivo do Arena Hub, funciona dentro de quatro pilares: a modalidade esportiva; os praticantes (profissionais ou amadores) utilizando dados fornecidos pela tecnologia; quem acompanha a modalidade (torcedores e outros públicos); e a sociedade, com inovações para serem aplicadas, como o veículo autônomo, por exemplo, que teve o uso difundido durante os Jogos Olímpicos de Tóquio.

“Uma das magias acontece, justamente, na interlocução entre as modalidades esportivas. Vimos como algumas absorveram esse ‘novo normal’ de maneira surpreendente. O críquete, por exemplo, que é extremamente conservador, era um jogo inglês que durava três dias. A proposta de mudança se deu na Índia, que passou a disputa para três horas. No Arena Hub posso dar alguns exemplos como a ação de engajamento de fãs promovida pela Ambev. Foram quase 100 startups inscritas para oferecer soluções. Temos o programa Like a Woman, promovido em parceria com a EY e o Sebrae, voltado para startups com mulheres em posição de liderança. Elas devem entregar soluções para a indústria esportiva”, destaca.

O Atlético ainda não desenvolveu nenhum desafio ou ação específica com o Arena, mas a oportunidade está se aproximando, com previsão para o início de 2022.

“Temos feito coisas mais pontuais, como o ‘Manto da Massa’, que tem um chip que torna a camisa viva. O torcedor pode registar a camisa para participar de ações exclusivas. Também trabalhamos com realidade aumentada no aplicativo e no ano que vem vamos lançar uma ‘caça ao tesouro’, no estilo ‘Pokemon Go’. Com o Arena Hub a primeira iniciativa vem no início do próximo ano. Inovação é antecipação de tendências, e a gestão é o jogo infinito em que nem sempre os ganhos aparecem no curtíssimo prazo ou explicitamente nos resultados da competição em campo”, pontua o gerente de inovação do Atlético.

Para conhecer e fazer parte do Arena Hub, entidades e sport techs devem acessar o site e não precisam atender nenhum critério de porte ou faturamento. A ideia é unir todos aqueles que estejam interessados em inovar à cadeia produtiva do esporte.

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